Dia 1º de outubro inicia a segunda fase da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa, promovida pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr). A meta é atingir 100% do gado do Estado até o dia 31 de outubro. Produtores deverão comprar as doses nas lojas agropecuárias, tendo até 15 dias após o fim da campanha para notificar a agência nas suas unidades dentro de cada município.
A multa para quem não avisar é de R$ 72 por animal não vacinado e de R$ 1.098 à propriedade do produtor. São previstas 180 vacinações assistidas e fiscalizadas; 45 ações de educações sanitárias, como blitz, reuniões e palestras com produtores; e vacinação oficial dos rebanhos indígenas das áreas de fronteira internacional.
DEMANDA – Em uma loja de agropecuária localizada na avenida Venezuela, no bairro Pricumã, zona Oeste, o engenheiro agrônomo Renato Lopes encomendou 300 mil doses para as duas etapas da campanha de vacinação. Para evitar que o produto perca qualidade, ele disse que compra em dois lotes, por isso desde o dia 15 já estava com novas vacinas.
O preço é o mesmo do ano passado: R$ 1,70. Perguntado sobre o abastecimento no interior do Estado, Lopes comentou que sua loja não chega por lá, mas que atende de 40% a 50% dos produtores de Roraima. “A maioria dos produtores mora em Boa Vista e leva vacinas para dentro do Estado”, frisou.
Além da dose contra a febre aftosa, Renato Lopes convida os clientes a vacinarem seus animais contra o botulismo (clostridiose) e a raiva, além de comprar os vermífugos, mosquicidas, carrapaticidas e vitaminas recomendadas pela Aderr.
ETAPA – A primeira etapa da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa começou em 1º de abril, com lançamento oficial no dia 15 devido à estiagem na época, que dificultava a locomoção do gado. A estiagem motivou também a prorrogação da campanha até o dia 30 de maio, com prazo de notificação para 15 de junho.
A decisão partiu de um pedido em conjunto da Aderr e da Secretaria Federal da Agricultura em Roraima (SFA) ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) e à Coordenação Central do Programa Nacional de Febre Aftosa.
Conforme a Aderr, no ano passado 795.118 animais receberam as doses contra a febre aftosa na 1ª etapa e 774.176, na segunda. Em 2016, 768.129 animais foram vacinados na primeira fase.
RISCO – Roraima é classificado pela Organização Mundial de Saúde Animal como zona de alto risco para a contaminação da febre aftosa, junto com a região noroeste do Pará. Na zona livre com vacinação estão o Distrito Federal, Acre, Bahia, Tocantins, Espírito Santo, Sergipe, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, o centro-sul do Pará e as cidades amazonenses Boca do Acre e Guajará.
O nordeste do Pará e o restante da região Nordeste do Brasil são classificados como de médio risco. Somente Santa Catarina não precisa da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa. Ao todo, 89% dos bois e búfalos estão nas zonas livres da doença com ou sem vacinação.
Além de febre, a aftosa provoca o surgimento de bolhas na boca, focinho, tetas, narinas e pés dos animais. Geralmente ataca bovinos, búfalos, ovinos, caprinos e suínos. Mas pode aparecer em camelos, cervos e veados. A doença é bastante contagiosa. (NW)