Cotidiano

“Não há mais áreas livres”, diz prefeitura sobre cemitério

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

Não tem mais áreas livres para enterros no único cemitério público da capital. De acordo com a Prefeitura de Boa Vista (PMBV), o Cemitério Municipal Nossa Senhora da Conceição, localizado no bairro São Vicente, zona sul da capital, está superlotado.

O executivo municipal confirmou que não há planos para expansão ou construção de um novo local dedicado a esse fim. A prefeitura também explicou que o cemitério cumpre um ciclo de sepultamento, onde todos os anos são reutilizadas sepulturas abandonadas. Atualmente, o local possui 1,5 mil sepulturas e os familiares devem regularizar a situação dos jazigos após cinco anos do sepultamento.

“Para regulamentar o túmulo, o responsável deve se dirigir à administração do cemitério, localizado na Rua Doutor Paulo Coelho Pereira, 389 – São Vicente, na zona Sul, e apresentar o documento de identificação do titular do lote e a certidão de óbito do falecido, e pagar as taxas. Após a regularização, o responsável pelo túmulo recebe o título perpétuo e não precisa mais realizar o procedimento. Os jazigos que não forem regularizados serão reutilizados”, concluiu a nota.

NO CEMITÉRIO PARTICULAR – A reportagem também foi ao único cemitério particular da capital, localizado no bairro Centenário, zona oeste da cidade, para saber como está à situação atual do local e se há espaço para novos sepultamentos.

Sobre o assunto, o administrador do cemitério, Anselmo Martinez não especificou números, porém explicou que, quando o local foi projetado, em 1987, o empreendimento atenderia a população por cerca de 120 anos.

“Hoje nós temos uma lotação 4% abaixo da prevista no projeto inicial, o que significa que o cemitério possui 88 anos de capacidade para atuação em Boa Vista”, declarou Martinez.

O administrador também falou sobre o crematório que está em fase avançada de construção. A expectativa é que o novo empreendimento esteja pronto até o ano que vem.

Martinez também frisou que não há necessidade de expansão da área do cemitério e isso se deve muito a novas metodologias de sepultamento.

“Quando esse espaço foi projeto, ainda não era permitido a cremação ou o uso de cemitério vertical, coisa que já é permitida hoje. Então se implantarmos uma área de cemitério vertical, essa expansão vai acontecer. A mesma coisa vale para o crematório, porque quando fizermos isso, não haverá uso de solo e essa expansão também ocorrerá”, contou.

Serviços funerários podem custar até R$ 15 mil


Empresário falou sobre como funciona o serviço funerário ofertado por sua empresa (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

Martinez, que também é proprietário de uma funerária na capital, esclareceu que a empresa trabalha conforme o índice de mortalidade da capital desde sua criação, há 38 anos.

O empresário também respondeu que a prestação de serviço funerário não se resume somente à venda de urnas funerárias, popularmente conhecidas como caixões.

“Há a necessidade de vários materiais para esse serviço e a urna funerária é um deles. O tipo de caixão utilizado será escolhido pela família da pessoa que será velada e há vários padrões que devem atender à necessidade da população. Atualmente trabalhamos com faixas de preço entre R$ 400 até R$ 15 mil, dependendo do que será colocado, de quais produtos serão escolhidos e as quantidades, como é o caso das flores”, finalizou Martinez.

AUXÍLIO FUNERÁRIO – A Folha entrou em contato com a Secretaria de Trabalho e Bem Estar Social (Setrabes) para saber se existe algum auxílio funerário concedido para famílias carentes e como elas poderiam ter acesso a esse auxiílio em caso de necessidade. A instituição não respondeu até o fechamento da matéria e explicou que se pronunciará sobre o assunto nesta quinta-feira (19).