Candidatos reservas do concurso da Polícia Civil de Roraima (PCRR) cobram do governador Antonio Denarium (Progressistas) o cumprimento de uma promessa feita em junho deste ano de que convocaria os 120 remanescentes até agosto. O grupo, que endossa o pedido ao contabilizar mais de 900 cargos vagos na corporação, exige um edital com datas para o curso de formação, a nomeação e a posse.
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Eles afirmam que o Estado voltou a se enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e já tem condições financeiras e estruturais para ampliar o efetivo, mas que o Governo não apresentou nenhuma justificativa para o atraso.
O servidor público municipal Gustavo de Oliveira, 23, candidato ao cargo de auxiliar de perito criminal, contou que estudou seis horas por dia durante um ano e que a indefinição tem afetado seus planos pessoais.
“Estou esperando empossar para casar. A gente cria expectativa, faz planos, mas infelizmente é frustrante. Recebemos várias promessas, inclusive uma feita diretamente pelo governador em junho, dizendo que em agosto sairia nossa convocação. Essa semana nunca chegou”, relatou.
A professora Iomara Alves da Silva, 37, candidata a agente de polícia, também faz parte do quadro reserva. Ela disse que estudava de madrugada para se preparar e que a falta de resposta do Governo tem causado desânimo.
“Dava aula o dia todo e estudava às 3h30 da manhã. O governador sempre disse que ia chamar, e isso causa impacto psicológico. Compramos material, nos preparamos, mas até agora nada. O Estado já se enquadra na Lei de Responsabilidade Fiscal. O que está faltando é vontade política”, afirmou. “Ele investiu na Polícia Penal, no Corpo de Bombeiros e na PM [Polícia Militar], mas a Civil segue esquecida. O que adianta a PM prender se não tem quem investigue?”.
O estudante Bruno Miranda, 26, outro aprovado no quadro reserva para agente de polícia, contou que estuda desde 2019 e que a demora na convocação atrapalha seus planos profissionais.
“Passei para o cargo que sempre quis. Hoje estou desempregado e preciso desse trabalho para continuar minha vida. Só quero uma chance de entrar”, disse.
Os integrantes do cadastro reserva afirmam que o curso de formação já está pronto para ser iniciado e que a convocação depende apenas da assinatura do governador. Eles afirmam que buscaram apoio de deputados estaduais, mas que “a decisão final está nas mãos de Denarium”.
O concurso da Polícia Civil, de 2022, ofertou 175 vagas imediatas distribuídas entre nove cargos e formou cadastro reserva para todos os cargos.
Com a palavra, o Governo
A Folha BV procurou o Governo e aguarda retorno.