
O Natal é celebrado em grande parte do mundo, mas as tradições, símbolos e rituais mudam bastante de lugar para lugar. Enquanto no Brasil a noite de 24 de dezembro é marcada por uma ceia tardia, troca de presentes ao chegar a meia-noite e grandes reuniões familiares, em outros países as celebrações podem ser bem diferentes, com práticas que nos soam curiosas ou surpreendentes.
Confira algumas formas de celebração diferentes em cada país:
México
No México, por exemplo, uma das tradições mais emblemáticas é Las Posadas: uma série de festas populares que vão de 16 a 24 de dezembro e reencenam a jornada de Maria e José em busca de hospedagem em Belém. Durante as festas, grupos visitam casas cantando e buscando abrigo, terminando com piñatas cheias de doces e brincadeiras, uma celebração de comunidade que une fé e alegria de forma participativa
Europa
Na Europa, costumes antigos também sobrevivem em formas bastante distintas. Nos países escandinavos, um símbolo tradicional natalino é o Julbock (ou “bode de Natal”), originalmente ligado a rituais pré-cristãos e hoje presente em decorações de palha e figuras festivas. Em algumas localidades, versões gigantes dessa figura são usadas como ícones curiosos e, em certos casos, até alvo de brincadeiras e eventos populares na véspera de Natal.
Em países como a Noruega e a Finlândia, o Natal também é associado à época do solstício de inverno, quando tradições como a de acender a Yule log ou troncos de Natal reforçam a ideia de luz e calor humano na noite mais longa do ano, uma lembrança ancestral das celebrações do retorno da luz no inverno.
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Na Ucrânia, por exemplo, muitas famílias decoram sua árvore de Natal com teias de aranha artificiais, inspiradas em uma velha história segundo a qual aranhas teceram decorações na árvore de uma família pobre, trazendo sorte e proteção.

Estados Unidos
No contexto norte-americano, muitas dessas tradições foram amplamente popularizadas e exportadas mundialmente: desde o uso de suéteres engraçados de Natal que tornaram-se parte da cultura festiva, até o próprio conceito moderno de Papai Noel e árvores decoradas com presentes por baixo, que se difundiu fortemente a partir de práticas germânicas do século XIX.
França
Já na França e em partes da Europa continental, sobremesas natalinas trazem histórias próprias. O Bûche de Noël, por exemplo, um bolo em forma de tronco que remete às antigas tradições de queimar um lenho natalino para chamar boa sorte, virou um dos ícones comestíveis do Natal francês e aparece em festas e mesas festivas desde o século XIX.
Brasil
Comparadas a essas tradições, as brasileiras têm um caráter muito particular, profundamente influenciado pela herança portuguesa e pela fé cristã, adaptada ao clima tropical. A tradição de reunir a família para uma ceia na noite de Natal, geralmente servida tarde, depois da Missa do Galo, combina alimentos típicos, música, luzes e fogos de artifício. As decorações também unem símbolos europeus, como presépios e árvores iluminadas, com elementos tropicais próprios, adaptando práticas importadas ao calor de dezembro.
As diferenças entre essas tradições revelam que, embora o Natal seja uma celebração com origem comum, ele se multiplicou em significados e práticas conforme cada cultura o recebeu e reinventou. Em alguns lugares, o foco é a fé e a comunidade; em outros, são festas e contos folclóricos; e em muitos países no hemisfério sul, como o Brasil, clima, música, alimentação e descanso também modelam o jeito de celebrar.
Em todas as versões, porém, há um fio condutor: compartilhar, reunir pessoas queridas e marcar uma época de fim de ano com alegria e sentido, mesmo que com piñatas, bodes de palha ou uma ceia tropical ao redor de uma árvore iluminada.