
Durante as festas de fim de ano, o cuidado com a alimentação das crianças merece atenção redobrada. Natal e Ano-Novo costumam ser períodos marcados por exageros à mesa, com grande oferta de doces, refrigerantes, frituras e alimentos ultraprocessados, o que pode impactar diretamente a saúde e os hábitos alimentares dos pequenos.
Especialistas alertam que, embora sejam datas de celebração, a repetição desses excessos ao longo de vários dias pode influenciar o paladar infantil e aumentar o consumo de açúcar, gordura e sal muito além do recomendado.
O Ministério da Saúde reforça que a infância é uma fase decisiva para a formação de hábitos alimentares e recomenda que, mesmo em momentos festivos, a base da alimentação seja composta por alimentos in natura ou minimamente processados.
O Guia Alimentar para Crianças Brasileiras, por exemplo, orienta que se evite o consumo frequente de alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, biscoitos recheados e guloseimas, justamente por estarem associados a maior risco de obesidade infantil e outros problemas de saúde. Por isso, ficar atenta à quantidade e à frequência com que esses produtos são oferecidos durante as festas é fundamental.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Outro ponto de atenção é o comportamento à mesa. Crianças observam os adultos e tendem a imitar suas escolhas. Quando veem o consumo exagerado de doces e bebidas açucaradas como algo natural nas celebrações, passam a associar esses alimentos a momentos de alegria e recompensa.
Para evitar esse padrão, a recomendação é equilibrar a ceia com opções mais saudáveis, como frutas, legumes, arroz, feijão e carnes preparadas de forma simples, mostrando que esses alimentos também fazem parte da festa.
Controlar porções sem proibir totalmente é outra estratégia importante. Nutricionistas destacam que a restrição rígida pode gerar ainda mais desejo pelos alimentos “proibidos”. O ideal é permitir pequenas quantidades, respeitando os sinais de fome e saciedade da criança, e evitar o consumo contínuo ao longo do dia. Alternar sobremesas mais calóricas com frutas frescas e incentivar a ingestão de água ajuda a reduzir excessos e desconfortos gastrointestinais comuns nessa época.
Além disso, manter a rotina alimentar, mesmo durante as festas, contribui para o equilíbrio. Horários regulares para as refeições e lanches ajudam a evitar beliscos constantes. Envolver as crianças no preparo da ceia, explicando de forma simples a importância de escolhas mais saudáveis, também é uma forma eficaz de educação alimentar.
O cuidado com a alimentação infantil durante o período festivo não significa abrir mão da tradição, mas sim garantir que a celebração não comprometa a saúde e o bem-estar das crianças.