
Em um mundo em que o tempo parece sempre curto e as telas estão cada vez mais presentes, a hora das refeições em família vem ganhando nova importância. Um relatório recente do World Happiness Report, em parceria com pesquisadores da Universidade de Oxford, revelou que o simples ato de comer junto, longe de celulares ou televisores, pode ter efeitos profundos sobre os hábitos alimentares das crianças.
Segundo o estudo, crianças que compartilham as refeições com os pais ao menos cinco vezes por semana consomem mais frutas, vegetais e alimentos naturais, além de apresentarem menor propensão ao consumo de ultraprocessados e bebidas açucaradas.
Os pesquisadores observaram ainda que o ambiente das refeições tem um papel decisivo na forma como os pequenos percebem a comida. Quando há conversa, troca de experiências e atenção à refeição, a criança tende a reconhecer melhor os sinais de fome e saciedade, o que favorece uma relação mais equilibrada com a alimentação. Em contraste, quando as refeições ocorrem em frente a telas, a distração reduz a percepção do sabor e do prazer de comer, levando a um consumo maior e menos consciente.
Essas descobertas reforçam a importância de pequenas rotinas familiares, especialmente em lares onde o tempo é escasso. Preparar receitas rápidas e nutritivas, como omeletes com legumes, sanduíches naturais ou saladas coloridas, pode transformar o momento da refeição em uma oportunidade de conexão e aprendizado.
O envolvimento das crianças no preparo, seja lavando frutas, misturando ingredientes ou escolhendo o cardápio, também tem mostrado impacto positivo, aumentando a aceitação de alimentos novos e saudáveis.
Mais do que uma questão nutricional, o estudo destaca o valor emocional das refeições em família. Comer junto, ainda que por poucos minutos, ajuda a fortalecer laços, reduzir o estresse e criar memórias afetivas ligadas à comida. Em tempos de correria e distrações digitais, resgatar o hábito de reunir todos à mesa, mesmo em dias de agenda cheia, é um gesto simples que pode fazer diferença no bem-estar e na saúde das próximas gerações.