O Dia dos Pais está chegando e muitos papais vão passar por essa data pela primeira vez. A notícia de que um bebê está a caminho costuma ser recebida com alegria, mas também pode vir acompanhada de dúvidas, medos e um turbilhão emocional.
Para homens que vão se tornar pais pela primeira vez, essa descoberta marca o início de uma fase cheia de transformações, não só práticas, como financeiras e familiares, mas também internas e silenciosas. E entre os sentimentos mais comuns está a ansiedade.
Estudos recentes, como o divulgado pela Deakin University, na Austrália, mostram que muitos pais de primeira viagem se sentem despreparados, sobrecarregados e emocionalmente instáveis, sentimentos que nem sempre são verbalizados.
Ainda durante a gestação, é comum surgirem sintomas como insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração e pensamentos repetitivos. O grande problema é que, por medo de parecerem frágeis ou por falta de espaços seguros para conversar, muitos pais silenciam seus medos, tornando esse período ainda mais solitário.
Segundo os pesquisadores, uma forma de lidar com isso é reconhecer que o cuidado começa dentro de si. E, por isso, é essencial buscar equilíbrio antes mesmo da chegada do bebê. Informar-se sobre o que acontece na gravidez, como funciona o parto e quais serão os primeiros desafios da criação é uma forma de reduzir a sensação de estar perdido. Mas isso deve ser feito com leveza e sem cobrança excessiva, com base em fontes confiáveis e no seu tempo.
Estar ao lado da parceira nas consultas, acompanhar o crescimento da barriga, montar o quarto do bebê e dividir as decisões sobre o futuro são maneiras de fortalecer o vínculo emocional com a criança antes mesmo de conhecê-la. É também uma forma de equilibrar as responsabilidades parentais e mostrar presença desde o início.
Outro ponto fundamental é cuidar da própria saúde mental. Fazer terapia, conversar com outros pais, ter uma rede de apoio e se permitir desabafar são atitudes importantes para lidar com a ansiedade e prevenir sintomas mais graves, como depressão no pós-parto, que também pode atingir os homens.
A verdade é que ninguém nasce pronto para ser pai. Não existe manual perfeito ou respostas absolutas. Mas existe a possibilidade de começar com escuta, com presença e com disposição para aprender. O medo de errar é natural. O importante é entender que errar faz parte, assim como crescer, se adaptar e se transformar com o filho.