
Desde muito cedo, a presença de um animal de estimação no lar pode exercer um papel significativo no bem‑estar emocional da criança. Uma pesquisa recente mostrou que o vínculo da criança com o pet pode influenciar resultados em sua saúde mental.
Num estudo da BMC Pediatrics foi observado que ter um cão ou gato com forte apego ao longo do tempo reduziu o risco de diagnóstico de algum transtorno de saúde mental na adolescência (como ansiedade, depressão ou TDAH). Ou seja: o benefício parece vir mais forte quando há convívio contínuo + vínculo emocional entre criança e pet.
Para famílias, essas evidências orientam algumas reflexões práticas. Primeiro: se optar por adotar um pet pensando no bem‑estar da criança, vale considerar adquirir o animal cedo, manter a convivência por período prolongado, e fomentar o vínculo afetivo entre criança e animal (brincadeiras, responsabilidade, cuidado).
Segundo: o tipo de animal importa. Os estudos indicam que animais menores ou diferentes daqueles tradicionais podem gerar efeitos distintos; também a aquisição tardia de gato, por exemplo, não se mostrou protetiva no estudo citado. Terceiro: convívio só temporário ou “como acessório” pode não trazer os benefícios esperados; o compromisso com o cuidado e interação cotidiana faz diferença.
Claro, não se trata de garantir que “todo pet resolva” questões de saúde mental. A pesquisa da INMA ressalta que mesmo lá houve diferenças de acordo com tipo de animal e momento de aquisição. A complexidade familiar, ambiente, cuidados parentais, dinâmica social, e outros fatores influenciam de modo mais amplo.
Em resumo, a adoção de um animal de estimação desde muito cedo pode se inserir como parte de uma estratégia de promoção de bem‑estar emocional infantil, desde que alinhada com escolhas conscientes e interação regular. No entanto, os pais devem ter em mente que esse não é um “remédio mágico”, mas sim um elemento de suporte no ambiente afetivo da criança, que soma junto com diálogo, atenção, rotina saudável e vínculo familiar.
Se você é pai ou mãe e está pensando em adotar um pet para a família, vale conversar com a criança sobre responsabilidades, brincar com o animal, garantir que o ambiente seja seguro para ambos (pet e criança) e observar como a interação favorece ou não o vínculo. Em muitos casos, essa convivência pode se tornar um recurso positivo de apoio emocional e social para o crescimento saudável da criança.