Foi só quando vi minhas dálias murcharem de uma vez, mesmo sem sinais de pragas, que percebi: não era doença, era o fim do ciclo. A planta, que explodiu em flores no verão, começou a se recolher com a chegada do frio. E foi aí que entendi o segredo: a dália precisa ser podada antes do inverno, no momento certo, para florescer com ainda mais força na próxima estação.
Como saber o momento exato de cortar a dália antes do inverno
O ciclo da dália é bem definido: ela cresce vigorosamente na primavera, floresce intensamente no verão e começa a declinar no outono. O corte deve ser feito logo após o fim da floração, quando as folhas começam a amarelar e a planta dá sinais de que está entrando em dormência. Esperar demais pode fazer os caules apodrecerem e comprometer os tubérculos.
O sinal mais claro é o amarelamento das folhas inferiores e o ressecamento dos caules florais. Se você observar esses sinais entre o final do outono e início do inverno, é hora de agir. Não se trata apenas de cortar, mas de preparar a planta para resistir ao frio e voltar com força total na primavera seguinte.
Por que é essencial podar a dália no final da floração?
A dália é uma planta perene de raiz tuberosa. Isso significa que, mesmo que a parte aérea morra no inverno, a raiz sobrevive — desde que bem cuidada. A poda antes do frio tem dois papéis principais: evitar o apodrecimento e estimular o armazenamento de energia nos tubérculos.
Se você deixar a planta com os caules e flores secando por semanas, a umidade acumulada pode favorecer fungos e comprometer a raiz. Já com a poda no momento certo, você ajuda a planta a focar sua energia na raiz, protegendo-a para o novo ciclo.
Como fazer o corte corretamente
Com uma tesoura limpa e bem afiada, corte os caules cerca de 5 a 10 cm acima do solo. Retire todas as flores secas, folhas amareladas e galhos quebradiços. Não é necessário arrancar os tubérculos do solo, a menos que o inverno da sua região seja muito rigoroso ou haja risco de geadas.
Em locais mais frios, o ideal é remover os tubérculos após a poda, limpá-los, deixá-los secar e armazená-los em local fresco e seco, como uma caixa de papelão com serragem ou areia. Esse cuidado impede que apodreçam durante os meses de dormência.
Cuidados com a dália após a poda
Depois da poda, suspenda a rega gradualmente. Como a planta entra em dormência, ela precisa de menos água. O excesso nessa fase pode causar acúmulo de umidade ao redor das raízes, favorecendo fungos. Além disso, cubra a base da planta com palha, folhas secas ou serragem. Isso funciona como um isolamento térmico natural contra o frio.
Se você cultiva a dália em vaso, pode movê-lo para um local mais protegido — como uma garagem iluminada ou varanda coberta. Já quem planta direto no solo deve apenas garantir cobertura natural e evitar áreas encharcadas.
O que acontece se você não cortar a dália antes do inverno?
Se a poda não for feita, a dália entra no inverno com seus caules secos e doentes. Essa parte morta da planta atrai fungos e bactérias, que podem migrar para o tubérculo. O resultado? Você pode perder a planta inteira quando chegar a primavera.
Além disso, a falta de poda enfraquece o rebrote. A planta pode até tentar florescer de novo, mas com menos vigor, menos brotos e flores menores. Em alguns casos, o tubérculo acaba gastando energia tentando manter a parte aérea viva, e isso compromete sua capacidade de rebrotar com força.
Um ritual de renovação que vale cada minuto
Podar a dália não é só um ato de cuidado — é quase um ritual de renovação. Você está dizendo à planta: “Descanse agora, porque eu quero te ver ainda mais linda no próximo ciclo”. Esse gesto, simples e silencioso, garante flores maiores, cores mais vibrantes e um jardim mais saudável ano após ano.
Para quem cultiva dálias como parte de um jardim ornamental, saber o momento certo de cortar é o tipo de detalhe que faz diferença no visual final. E para quem vende ou presenteia com flores, o impacto dessa prática é ainda maior: plantas mais vigorosas geram mais flores e de melhor qualidade.