ECONOMIA

Educar para gastar: como dar mesada aos filhos adolescentes de forma saudável

A mesada tem como objetivo ensinar sobre consumo consciente, economia e planejamento.

Mais do que colocar dinheiro nas mãos dos filhos, trata-se de oferecer a eles a chance de aprender a lidar com escolhas, limites e responsabilidades (Foto: Divulgação)
Mais do que colocar dinheiro nas mãos dos filhos, trata-se de oferecer a eles a chance de aprender a lidar com escolhas, limites e responsabilidades (Foto: Divulgação)

Dar mesada a filhos adolescentes pode parecer, à primeira vista, apenas uma forma prática de reduzir os pedidos constantes por lanches, brinquedos ou roupas. No entanto, quando bem planejada, essa prática se transforma em uma ferramenta poderosa de educação financeira e autonomia emocional.

Mais do que colocar dinheiro nas mãos dos filhos, trata-se de oferecer a eles a chance de aprender a lidar com escolhas, limites e responsabilidades, habilidades fundamentais para a vida adulta.

Especialistas em desenvolvimento infantil e finanças pessoais defendem que a mesada não deve ser encarada como recompensa por tarefas domésticas. Participar das atividades da casa é uma obrigação coletiva, e condicionar isso a pagamento pode deturpar o valor da cooperação familiar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE



A mesada, por outro lado, tem como objetivo ensinar sobre consumo consciente, economia e planejamento. A avaliação é que a adolescência é o momento ideal para fortalecer essas lições, já que os jovens começam a ter mais desejos próprios e oportunidades de gasto.

Sobre valores, os especialistas afirmam que não há uma fórmula exata sobre quanto é ideal, sendo necessário uma avaliação financeira da família. Um modelo amplamente usado é o que relaciona o valor à idade, ou seja, quanto mais velho o adolescente, mais recebe. Porém, conforme os especialistas, mais importante do que o valor é a constância.

A mesada deve ser entregue em um período regular, seja semanal, quinzenal ou mensal, para que o jovem aprenda a se organizar, planejar e tomar decisões. A previsibilidade ajuda na formação do senso de responsabilidade e favorece a construção de hábitos financeiros saudáveis.

Uma das estratégias mais eficazes é incentivar o adolescente a dividir o dinheiro que recebe em três partes: uma destinada ao gasto imediato, outra à poupança e uma terceira, ainda que simbólica, para doações. Essa divisão ensina sobre prioridades, metas de médio e longo prazo e também sobre empatia, valores fundamentais para a construção de cidadãos mais conscientes e solidários.

É importante, ainda, que pais e responsáveis estabeleçam regras claras sobre o que pode ou não ser comprado com a mesada. Ao envolver o adolescente nessas definições, fica mais fácil evitar frustrações e cultivar um senso de propriedade sobre o próprio dinheiro. Com o tempo, é possível ampliar a quantia oferecida, desde que novas responsabilidades financeiras sejam assumidas, como a compra de roupas, materiais escolares ou presentes.

Conforme os especialistas da área, o mais relevante de todo esse processo, porém, é o diálogo constante. Conversar sobre dinheiro, sobre escolhas, sobre erros e acertos financeiros é essencial para que o jovem se sinta seguro e preparado. Incluir os filhos em decisões simples do dia a dia, como comparar preços ou montar um orçamento, é uma forma eficaz de ensinar na prática aquilo que a teoria sozinha não alcança.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.