Vigilantes em 2017O ano de 2017 começa com a perspectiva de continuidade da crise que assola o país, mas com a cobrança de que os políticos, a começar pelos novos prefeitos e vereadores, possam dar exemplo de contenção de gastos e austeridade. Foi assim o discurso da maioria dos que assumiram em todo país, a exemplo de estados mais ricos, como São Paulo, onde o prefeito se vestiu de gari para dar uma simbologia à sua administração.Porém, em Boa Vista, antes mesmo da posse, os vereadores não só se mobilizaram como conseguiram um reajuste salarial, o qual acabou suspenso por meio de uma decisão judicial provisória. É uma vergonha e um desalento para quem foi às urnas acreditando em mudanças na política local. A propósito, a legislatura passada acabou marcada pelos maiores escândalos de todos os tempos, na Câmara, com afastamento de vereadores por via judicial, denúncias de desvio de dinheiro, que chegaram a ser veiculadas em nível nacional, e concessões de regalias financeiras que envergonharam a população. Por isso a maioria não se reelegeu.Com esse golpe por parte dos novos edis, os quais foram na contramão desses novos tempos, que exigem renúncias de regalias e contenções de despesas, o momento requer da sociedade que ela fique vigilante aos gastos de recursos públicos, uma vez que é o trabalhador que foi condenado a arcar com os ônus da crise no Brasil, boa parte dela ocasionada pela corrupção dos que continuam no poder.Acabamos de passar por um ano difícil também no Estado, com os servidores públicos aflitos por atraso no pagamento e até mesmo anúncio de parcelamento de salários. E muitas dificuldades na saúde pública em todos os níveis e insegurança no mais alto grau a partir do sucateamento do setor penitenciário, de onde partem as maiores violências que aflige o Estado.De grandes e constantes fugas a rebeliões, marcadas por chacina com decapitação e corpos de presos queimados, o sistema prisional é o maior desafio para que as autoridades comecem a ter controle da onda de criminalidade que se abate sobre nós, inclusive com policiais na mira do crime organizado, alguns deles que pagaram com a vida.No vizinho Estado do Amazonas, o ano começou também com um massacre no maior presídio de Manaus, indicando que o enfrentamento de facções criminosas só devera encrudescer também por aqui, em Roraima, onde os bandidos têm estreitas ligações.Os desafios do Estado de Roraima, com seus municípios do interior beirando à falência, são muito grandes. O momento exige reação por parte dos políticos que assumem as câmaras de vereadores e prefeituras. E, ao povo, a ordem do dia é ficar vigilante, pois não podemos pagar essa conta da crise sozinhos. Se os novos tempos exigem ação e trabalho por parte dos políticos, cabe a nós, cidadãos, cobrá-los e vigiá-los. *[email protected]: www.roraimadefato.com
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