LETRAS SABOROSAS

Sabores do extremo norte encantam a chef Janaína Torres

A carne do sol do restaurante Quarto de Bode
A carne do sol do restaurante Quarto de Bode

Depois de passar por São Gabriel da Cachoeira e Manaus, a viagem  seguiu pela BR-174 rumo à capital do extremo norte brasileiro, Boa Vista.

Embarcamos na Rodoviária Internacional de Manaus num ônibus leito-cama para uma viagem de onze horas na estrada em direção à capital de Roraima.

Chegamos num domingo bem cedo e partimos para a Comunidade Indígena do Kauwê, do povo Macuxi, que fica a três horas de Boa Vista, no município de Pacaraima, fronteira com a Venezuela, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, com receptivo da Makunaima Turismo, durante todo o período no estado.

Na estrada paramos no restaurante Quarto de Bode, onde a chef Janaína foi apresentada à paçoca de carne de sol do km 100, no município de Amajari, um local que funciona há mais de 50 anos fazendo sua carne de sol.

Já na comunidade do Kauwê, fomos recebidos com um almoço regional, e a chef teve a oportunidade de experimentar a Damorida, prato que reverencia a cultura alimentar dos povos originários do estado. O caldo feito com peixe, pimentas, cariru (uma planta alimentícia) e tucupi negro, servido com beiju de mandioca, e ainda peixe assado, bolo de café, doce de cupuaçu. Após o almoço, conhecemos o primeiro café arábica da Amazônia, o Imeru, além dos outros produtos da comunidade como: o café Robusta Amazônico Uyonpa, a marca Yu’ Prima Vera com as jujubas de cupuaçu, os temperos de açafrão da terra (cúrcuma), pimenta rosa (aroeira) e colorau (urucum). A Comunidade do Kauwê também trabalha com o turismo e tivemos a oportunidade de conhecer a plantação de café e uma das cachoeiras da região.

Chef Janaína Torres na comunidade Kauwê

Na segunda, fomos conhecer a diversidade de pimentas do estado no Projeto de Assentamento (P.A) Nova Amazônia com o produtor Antonio Macedo, que recebe as pimentas colhidas na região e separa nas quatro variedades para a confecção da jiquitaia TayTay com as pimentas: malagueta, murupi, olho de peixe e canaimé.

O senhor Macedo é responsável pelo processo de separação, lavagem, desidratação das pimentas, além de moer e embalar separadamente por tipo de pimenta. Jiquitaia é um processo ancestral indígena de conservação que consiste em secar a pimenta, desidratá-la, pilar ou moer até transformá-la em pó.

Além da Taytay conhecemos a plantação de pimentas da empreendedora  Evaldina Freitas na área do Taiano, ela além de plantar uma variedade de pimentas, já tem seus produtos no mercado de Boa Vista desde 2006, são molho de pimentas, geleia, pimentas in natura separadas por espécie, além de jiquitaia com a marca Guerejé.

Pimenta Taytay na P.A Nova Amazônia

A chef Janaína conheceu o projeto Tucupi Preto na Terra Indígena da Tabalascada – na Comunidade Campinarama, do povo Wapixana, no município do Cantá, com a coordenadora do projeto Mickelly Pereira, que nos mostrou o tucupi e o beiju feitos por eles, além de experimentarmos um pudim de tucupi preto delicioso feito por Mickelly.

Janaína ainda conheceu a Feira do Produtor, provou uma panelada em um dos restaurantes no local, conheceu outros ingredientes da agricultura familiar indígena de Roraima, gostou muito da capital e experimentou dois pratos na cozinha Letras Saborosas: costela de porco no tucupi negro e arroz com cogumelos Yanomami; acompanhados com vinho tinto Cabernet Sauvignon da Casa Freitas.

Damorida Macuxi

A viagem foi muito corrida, pois o projeto À Brasileira na Amazônia, ainda tinha mais um estado para conhecer. Depois de três dias intensos em Roraima partimos de avião para a última escala, Macapá, para conhecer a Amazônia Quilombola.

Continuem acompanhando as descobertas da chef Janaína Torres pela Amazônia indígena e quilombola.

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