Minha Rua Fala

RESGATANDO A MEMÓRIA PARA REGISTRAR A HISTÓRIA

RUA SEREJO CRUZ Comandante da Guarda Territorial e “Espírito Médico” em Sessões mediúnicas Bairro São Francisco / Centro

RUA SEREJO CRUZ

 Comandante da Guarda Territorial e “Espírito Médico” em Sessões mediúnicas

Bairro São Francisco / Centro

A placa indicativa da Rua Serejo Cruz, foi escrita com a letra “C” (Cerejo) quando, na realidade, devia ter sido escrita com a letra “S” (Serejo, que é nome de família e não provêm de cerejeira que é a planta que produz a cereja). A Rua Serejo Cruz inicia na Avenida capitão Ene Garcez na frente do prédio da Boa Vista Energia S/A- BOVESA; segue para o sul atravessando as Avenidas Ville Roy, Getúlio Vargas, Sebastião Diniz, Bento Brasil, findando próxima ao Igarapé Caxangá, no Bairro Calungá/São Vicente.

            Seu nome completo era Viriato Serejo de Souza Cruz. Nasceu em 1916 na Fazenda Santana às margens do rio Uraricoera. Era filho de Homero Sapará de Souza Cruz e da senhora Áurea Serejo de Souza Cruz. Ele fez seus primeiros estudos em Boa Vista, transferindo-se depois para Manaus e, em seguida, para o Rio de Janeiro, onde cursou até o 5º ano de medicina, não chegando, porém, a receber o seu diploma, pois, por problemas de saúde, se fez necessário à sua volta à Boa Vista.         

            Serejo Cruz sempre teve um espírito caridoso e despojado de orgulho. Em suas caminhadas visitava as residências dos mais humildes em Boa Vista. E, no interior, era comum vê-lo a cavalo se deslocando de um lugar para outro atendendo as pessoas doentes. Os moradores das regiões da Serra da Moça, da comunidade do Anzol, da maloca do Ouro e de tantas outras localidades, ainda lembram dos benefícios médicos do Serejo Cruz.

            Serejo Cruz serviu ao Exército, no Centro Preparatório de Oficiais para a Reserva – CPOR-, como Aspirante a Oficial, e depois foi promovido a 2º Tenente. Nessa época (1946) o Brasil estava envolto na Segunda Guerra Mundial e Serejo Cruz esperava a qualquer momento ser chamado para o combate. Mas, quem foi convocado foi o seu irmão Homero Filho, conhecido como Homerinho, pai do médico Homero Neto.

 O Homerinho foi um dos roraimenses a integrar a Força Expedicionária Brasileira – FEB-, no campo de batalha na 2ª Guerra Mundial.

            Enquanto isso Serejo Cruz, após o término do tempo de serviço no Exército no Rio de Janeiro, conheceu e casou-se com a senhora STAEL TÁVORA DE ALMEIDA (Cruz). Ela era sobrinha do general revolucionário cearense Juarez Távora, homem de índole difícil e forte poder político no nordeste brasileiro. Serejo Cruz trouxe a senhora Stael para Boa Vista, e dessa união nasceram três filhos: Auristela (chamada de Áurea, viúva do ex-vereador Parimé Brasil); Homero Pedro e Serejo Cruz Filho (esse falecido em 05/11/2004).    

            Em Boa Vista, Viriato Serejo de Souza Cruz, dedicou sua vida ao atendimento médico, ao comando da Guarda Territorial e às atividades políticas.

            O salário dele era quase todo gasto em medicamentos que comprava na única farmácia da época, a Farmácia Freire. Parte dos remédios ele doava aos mais carentes, e outros ele levava para a área de garimpo onde também fazia atendimento de saúde.

            Em 1946, por ocasião da primeira eleição em Boa Vista para Deputado Federal, Serejo Cruz saiu candidato. Em virtude da popularidade do seu trabalho e com o apoio de sua família e de centenas de amigos, certamente seria eleito. Mas, no último comício realizado na esquina da Avenida Jaime Brasil com a Rua Floriano Peixoto, atendendo ao pedido de um amigo, Serejo Cruz renunciou a sua candidatura em favor do Senhor Antônio Augusto Martins – que foi eleito, tornando-se o primeiro deputado pelo Território Federal de Roraima (hoje seu nome dignifica o prédio da Assembleia Legislativa de Roraima). Enquanto Serejo Cruz foi indicado para comandar a Guarda Territorial.

            Quando acadêmico de medicina Viriato Serejo de Souza Cruz descobriu seu próprio problema de saúde: uma deficiência congênita no coração, problema esse que causou sua morte em 1948, quando tinha apenas 32 anos de idade.

            Alguns seguidores da doutrina espírita contam que Serejo Cruz continua atendendo seus pacientes, só que desta feita, através do espiritismo. No plano astral, quando invocado em sessão espírita, continua receitando aqui na terra, e as pessoas que já foram atendidas por ele nos Centros Espíritas, contam que a “entidade” do médico Serejo Cruz tem realizado inúmeras curas através de suas receitas – a maioria à base da homeopatia encontrada na flora regional – e, dizem que esses remédios são muito eficientes. Há muitos relatos dessas curas. O “médico” Serejo Cruz é um dos exemplos da bondade de um espírito de luz que veio a este mundo para servir, e, no outro, continua servindo cada vez melhor.

A Rua Serejo Cruz, nas Placas foram escritas erroneamente com “C” (de Cereja, um fruto), é a rua que passa entre o Quartel da Polícia Militar (Comando de Policiamento da Capital – CPC) e a Escola Colmeia (Centro de Educação Integrada Colmeia – EndereçoR. Cerejo Cruz, 944 – Centro, Boa Vista – RR, Telefone: (95) 3224-6735.