Repeteco de um troca-troca
Como já foi comentado aqui, anteriormente, o que o governo Suely Campos anunciou como “novo”, como uma reestruturação em seu primeiro escalão, na verdade, é mais do mesmo, um secretariado que representa figuras repetidas de uma administração que nunca se acertou e que sempre jogou a culpa em alguém: no governo anterior, nos adversários políticos e, mais recentemente, nos venezuelanos. Chegando às vésperas de eleição, agora não restou outra saída senão rifar cargos e tentar se ajeitar para uma campanha eleitoral mais atípica de todos os tempos.
Lamentavelmente, foi o governo do troca-troca e dos remanejamentos em que até afastados pela Justiça acabaram sendo premiados com outros cargos. Se será bom para o governo, iremos saber até outubro. Porém, com certeza, em tempo de campanha eleitoral, nem tudo o que é bom para o governo é bom para o povo. Cada eleitor que apostou nesta administração (e eu estou entre eles) esperava uma mudança radical na forma de governar o Estado, já bastante maltratado por decisões erradas e desmandos do passado.
Não resta mais tempo para ajustar nada, a não ser remendar buracos, ajeitar penduricalhos, tapar o sol com a peneira e tentar empurrar os rombos para o próximo ano (leia-se: o próximo governo), para que os salários dos servidores não atrasem, os problemas não se ampliem além do nível que chegaram e a maquiagem amenize a insatisfação de um povo acossado pela criminalidade e ineficiência da máquina administrativa nos principais setores.
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Quem vive nesse Estado, e é consciente das dificuldades que Roraima enfrenta, não torce para que nenhum governo dê errado, pois é o nosso futuro em jogo e são nossas famílias que irão pagar o preço pelas políticas erradas. Quem não tem raízes aqui ou está apenas de passagem até pode entrar nesse jogo do “tanto faz como tanto fez”. Mas a população local não pode permitir-se fechar os olhos, sem monitorar quem tem a caneta das decisões em suas mãos.
As configurações políticas em nível nacional já não são favoráveis para quem vive em uma região isolada do país, no extremo Norte, então é por isso que se torna importante monitorar a movimentação do governo local e redobrar a preocupação com o que está sendo decido. Não cabe mais os velhos discursos e as antigas práticas que nunca favorecem o povo. A população está vivendo sobressaltada e não pode mais ficar acreditando em esperanças; é hora de cobrar ações políticas concretas para tirar Roraima do buraco, e não acertos que só visam preparar o terreno para uma campanha eleitoral.
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