Quando o assunto é energia, Roraima não consegue respirar em paz

Bom dia!

Energia 1

Quando o assunto é energia, Roraima não consegue respirar em paz. A recente decisão da Justiça Federal que determinou a paralisação imediata das atividades da Eneva no Campo de Azulão, no Amazonas, acendeu mais uma luz vermelha no sistema energético do estado. Isso porque desde 2019, Roraima depende da Usina Termelétrica Jaguatirica II, em Boa Vista, abastecida justamente pelo gás natural extraído do Estado vizinho. A usina encerrou, em 2022, a histórica dependência do diesel importado e da energia instável da Venezuela, gerando uma economia de R$ 1,3 bilhão por ano, segundo a própria Eneva.

Energia 2

Mas com a suspensão da exploração por decisão judicial, motivada por supostos impactos a povos indígenas cuja existência sequer foi comprovada, o risco de desabastecimento volta a nos perseguir. Paralelamente, o governo federal retomou a importação de energia venezuelana via Linhão de Guri, que segue provocando apagões esporádicos no Estado. Já a promessa de integração ao Sistema Interligado Nacional (SIN), por meio do Linhão de Tucuruí, acumula 14 anos de atrasos por entraves socioambientais. A nova previsão é para setembro de 2025. Torçamos para que as torres que já podem ser vistas ao longo da BR-174 representem, de fato, o fim desta celeuma.

Transporte aéreo

Um contrato firmado pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Leste (Dsei Leste) de Roraima foi reajustado e ultrapassa R$ 16,6 milhões, conforme publicado no Diário Oficial da União (DOU). Por este montante, será responsável por remoções médicas e transporte de equipes para apoio à saúde indígena até janeiro de 2027.

Orçamento

O Governo de Roraima realocou R$ 500 mil que seriam usados na construção de delegacias da Polícia Civil para programas sociais da Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), para ações voltadas ao esporte e emprego. No mesmo dia, o Executivo abriu um crédito suplementar de R$ 10 milhões para a Secretaria da Fazenda (Sefaz). O montante, proveniente de superávit financeiro de 2024, será aplicado na modernização da gestão fiscal do Estado, por meio do programa Profisco.

Bilhões

A disputa por reservas de petróleo está gerando um embate bilionário entre ExxonMobil e Chevron pelo controle do bloco Stabroek, na Guiana, que abriga cerca de 11 bilhões de barris. O impasse começou após a Chevron anunciar a compra da Hess, dona de 30% do consórcio. No entanto, a Exxon afirma preferência nessa transação. Vale a pena Roraima ficar de olho nas movimentações no País vizinho, já que o Estado espera ter dois blocos da Bacia do Tacutu leiloados ainda neste ano para exploração.

Ressarcimento

O prazo de 60 dias determinado pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que a União e o Governo de Roraima busquem um acordo sobre o ressarcimento de gastos com a imigração venezuelana, está prestes a se encerrar. A suspensão da Ação Cível foi anunciada no dia 1º de abril, para permitir negociações em torno da metodologia de cálculo do valor a ser repassado ao estado. O governador Antonio Denarium (Progressistas) já afirmou que o montante devido ultrapassa os R$ 300 milhões. Caso não haja conciliação entre as partes até o fim do prazo, caberá ao STF decidir sobre.

Climatização

A Prefeitura de Rorainópolis vai destinar R$ 1,77 milhão na compra e instalação de centrais de ar-condicionado em escolas municipais. O contrato foi firmado com uma empresa de Boa Vista e publicado no Diário Oficial dos Municípios (DOMR) nessa quarta-feira (28). Segundo o site da prefeitura, a rede municipal conta com 32 unidades escolares.

Reclamação

A maioria dos abatedouros de bovinos do Estado andam reclamando do rigor com que os fiscais da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) andam fiscalizando esses estabelecimentos. Em represália, eles estão reduzindo os abates diários, o que forçará uma redução na oferta de carne bovina ao mercado local. Já os técnicos daquela unidade fiscalizadora dizem que se fossem mais rigorosos teriam que fechar quase todos os abatedouros estaduais. A corda está esticada.

BR-319

Na verdade, o que os ambientalistas queriam com ida da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, à Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, foi atingido. Eles não queriam discutir por que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) não libera o licenciamento ambiental para re-asfaltar a BR-319, que liga Manaus a Porto Velho. O tumulto serviu para desviar a discussão da questão ambiental para questão de gênero.

Caos

A intensidade das chuvas faz aflorar uma situação que se repete todos os anos: a situação de vicinais e pontes no interior do Estado é uma vergonha. A propaganda do governo federal, estadual, dos municípios e dos políticos quer fazer crer que a situação está melhorando está a cada ano. Puro engodo, a impressão que se tem é que o programa de recuperação de pontes e de vicinais é uma grande lavanderia para desviar milhões de reais todos os anos, tal é a precariedade desses serviços. Ontem, um caminhão da Roraima Energia caiu sobre um igarapé da região do Roxinho (Mucajaí) quando a ponte no local ruiu no meio. A situação de precariedade já havia sido denunciada inclusive aqui na Folha BV.