Presídios e professoresNão foi uma profecia, mas uma constatação óbvia que não precisa de bola de cristal: em 1982, Darcy Ribeiro disse que, se os governadores não construíssem escolas, em duas décadas faltaria dinheiro para construir presídios. E não deu outra. Hoje, os estados vivem a pior crise no sistema prisional da história do país.Relembrando, o Estado de Roraima foi onde a bomba estourou definitivamente, no fim do ano passado, com a carnificina de 10 detentos dentro da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), o que foi seguido pelos presos de Manaus (AM) para logo depois a cena de carnificina se repetir em Roraima, desta vez com 33 mortos, e seguir por outros estados.Embora os governantes tenham começado a agir, tentando estancar a sangria medieval que tomou conta dos presídios, não serão essas medidas que vão resolver definitivamente o problema do sistema prisional e da violência no Brasil de uma forma geral.Acima de tudo, será preciso investir em educação, onde o professor passe a ser mais valorizado ou tão valorizado quanto um magistrado, ou um médico, ou qualquer outro profissional que ganhe bem e tenha a profissão desejada por quem ainda está na escola.E esse exemplo de valorização do educador vem da Coreia do Sul, onde os professores são tão respeitados que podem se transformar em celebridades milionárias ao lado de grandes astros do mundo artístico. Que ninguém pense que isso foi uma construção milenar. Há cerca de 60 anos, aproximadamente 80% dos sul-coreanos eram analfabetos.Com investimento pesado na educação, atualmente a Coreia do Sul é considerada um país forte economicamente, conseguindo fazer com que a sociedade, principalmente as famílias, tenham o sucesso acadêmico como prioridade para a vida dos jovens e, consequentemente, para o futuro do país.Ao contrário desse cenário, no Brasil os professores são tratados na base do desprezo e da desvalorização, chegando a ser obrigados a recorrerem insistentemente a paralisações e greves para que sejam ouvidos pelos governantes. Em Roraima, a categoria teve que fazer a greves para alcançarem seus direitos diante do ofício importante que é educar.Enquanto a educação não for considerada um setor com alta prioridade pelos governantes, com o professor respeitado por seu papel de contribuir para o desenvolvimento, seremos um país tomado pela violência e com um sistema prisional falido. E isso já dizia Darcy Ribeiro há 35 anos.*[email protected]: www.roraimadefato.com
Mais Colunas
Mais artigosOKIÁ
Emoções e aprendizado
Desenvolver a inteligência emocional ajuda a enfrentar desafios com equilíbrio e autoconhecimento. Para quem atua na bovinocultura, informações sobre o I Dia de Campo da Raça Brahman, em julho, será oportunidade de aprendizado e troca. Repaginar o visual, realizar sonhos e adquirir conhecimento são outros destaques da coluna de hoje.
Shirley Rodrigues
Estudantes de Roraima são classificados para 17ª edição da Olimpíada Nacional de História do Brasil
A Olimpíada Nacional de História do Brasil, promovida pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e terá a etapa presencial realizada nos dias 30 e 31 de agosto, em Campinas (SP). As escolas finalistas são a Escola Estadual Monteiro Lobato e o Colégio Militar Estadual Cel. PM Derly Luiz Vieira Borges, representarão Roraima.
COLUNA ESPLANADA
MDB Jovem lidera edital do Legisla Brasil e recebe R$ 50 mil por ações de inclusão
BRASÍLIA, QUINTA-FEIRA, 26 DE JUNHO DE 2025 – Nº 4.149 May Day, May Day A perda de contrato bilionário da Embraer para a francesa Airbus, por supostas questões de geopolítica protagonizada pelo presidente Lula da Silva, entrou na pauta de parlamentares de diferentes partidos em Brasília. Alinhada ao Ocidente e à Ucrânia, o Governo da […]
AFONSO RODRIGUES
Cuidado com a orientação
“Se o mestre for realmente sábio, ele não o levará a entrar na casa da sabedoria, mas sim, o guiará para os limites de sua própria mente”. (Gibran Khalil Gibran)