Prefeitura de Bonfim está na mira do TCE-RR

Bom dia.

Vice

O eleitor costuma nem lembrar do vice, mas em Roraima essa figura pode ganhar destaque em 2026. Antonio Denarium (Progressistas) e Arthur Henrique (PL) devem deixar, juntos, o Governo e a Prefeitura de Boa Vista para disputar cargos nas eleições. Denarium já confirmou que vai concorrer ao Senado, e Arthur, recém-filiado ao PL, diz que ainda avalia o caminho. Edilson Damião (Republicanos), vice de Denarium, vai substituí-lo em abril de 2026, e Marcelo Zeitoune (PL) pode assumir a Prefeitura de Boa Vista.

Contas

Uma equipe de auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR) deve passar alguns dias em Bonfim para uma rodada de verificação nas contas da Prefeitura. Oficialmente é rotina, mas o movimento não deixa de chamar atenção. O Município anda em evidência desde as investigações que miraram o ex-prefeito Joner Chagas (Republicanos), hoje à frente da Associação dos Municípios de Roraima (AMR). No Bonfim, não é de hoje que existem denúncias sobre irregularidades na Prefeitura. “O Bonfim parece ser o São Luiz do Lavrado”, diz um arguto observador da cena política roraimense, querendo se referir à montanha de corrupção naquela Prefeitura do Sul do Estado.

Parecer

O Ministério Público Eleitoral acredita que o prefeito de Alto Alegre, Wagner Nunes (Republicanos), deve ficar fora do jogo até 2032. O parecer do promotor Gabriel Cardoso Lopes aponta compra de votos, uso da máquina pública e coação de servidores na eleição suplementar de 2024, aquela que já tinha sido convocada depois da cassação do ex-prefeito Pedro Henrique Machado. Se não tiver “bala na agulha”, Wagner poderá perder o mandato daqui a alguns meses.

Presidência

A Câmara de São Luiz do Anauá elegeu João Mecânico (PL) como novo presidente, com cinco votos. A mudança no comando ocorreu após a cassação do mandato do ex-presidente Faguinho (Progressistas) pelo TRE-RR, que o condenou por compra de votos e abuso de poder econômico. João assume o posto tendo Juvane (Republicanos) como vice e a missão de reorganizar a Casa. Mas há quem diga que ainda pode haver reviravoltas no caso.

Fiscalizações

A edição dessa quinta-feira (23) do Diário Eletrônico do Ministério Público de Roraima (MPRR) trouxe uma série de novas investigações que devem preocupar alguns gestores. O promotor Ulisses Moroni Júnior, que atua em Mucajaí, decidiu aprofundar diversas denúncias sobre problemas como a falta de transporte escolar e de remédios, além de possíveis irregularidades em licitações, festas públicas e uso político da estrutura da Prefeitura de Iracema. Essa é outra Prefeitura interiorana quase sempre objeto de denúncias sobre malversação de dinheiro público.

Aterros

O MPRR abriu procedimento para apurar o abandono do aterro sanitário de Mucajaí e deu 15 dias para a Prefeitura se manifestar. O tema, no entanto, é bem mais amplo. Nenhum Município do interior de Roraima possui aterro sanitário regularizado. Em Rorainópolis, por exemplo, uma licitação chegou a ser aberta, mas foi paralisada após suspeitas de irregularidades. Na prática, quase todas as prefeituras seguem usando lixões improvisados, um problema que já virou crônico no Estado. O caso de Rorainópolis é mais grave porque uma montanha de dinheiro público já foi gasta, com aparente indícios de corrupção.

Contrato

Outro contrato que o MP resolveu passar a lupa foi o de eventos culturais em Iracema. A Promotoria de Mucajaí, que atende o Município, abriu procedimento para apurar a prestação de contas de um festival realizado em 2024, que custou R$ 700 mil aos cofres públicos. O MP quer saber se houve irregularidades nos repasses feitos pela Secretaria Estadual de Cultura e Turismo (Secult) e pela Controladoria-Geral do Estado (CGE). O prazo para resposta é de 15 dias, tempo suficiente para muita gente procurar as notas fiscais.

Encontros

A poucos dias de um possível encontro durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiátic (ASEAN), na Malásia, Lula e Donald Trump voltaram a demonstrar distanciamento político. O presidente brasileiro, em viagem à Indonésia, criticou as tarifas impostas por Washington e defendeu o uso de moedas locais nas transações comerciais. Já Trump manteve o tom duro e as sanções contra o Brasil, dando a entender que a tão citada “química” entre os dois segue apenas no discurso. Para a Chancelaria – Ministério das Relações Exteriores brasileiro -, ainda há esperança de que o encontro possa ser realizado no domingo. É esperar para ver.

Nepotismo

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para permitir a nomeação de parentes em cargos políticos nos governos estaduais e municipais de todo o Brasil. Não é novidade, afinal, o STF e seus ministros jogaram no lixo a maior e mais bem sucedida operação de apuração de roubo do dinheiro público no País, a Lava Jato. Todo mundo está solto e o dinheiro roubado confessadamente foi devolvido aos ladrões, inclusive, aquele do “amigo do amigo do meu pai”. Triste!