Jessé Souza

Por detras da cortina 5186

Por detras da cortina 5186 Por detras da cortina 5186 Por detras da cortina 5186 Por detras da cortina 5186

Por detrás da cortina

Só tem direito (ou deveria) a receber o benefício do Bolsa Família aqueles que vivem em situação de pobreza e/ou pobreza extrema, ou seja, famílias que têm uma renda per capita bem abaixo de um salário mínimo por pessoa. O cálculo é simples: soma-se o salário de todos da casa que recebam alguma renda e divide-se pelo número de pessoas do grupo familiar.

Se entre os membros dessa família a divisão der o total de até R$85,00 por pessoa, então essa família vive em estado de extrema pobreza. Situação de extrema pobreza também vive aquela pessoa que tem uma renda mensal de R$ 85,01 a R$ 170,00. Esse é o público que deve ser atendido pelo programa federal, cujo cadastro é feito pelos municípios.

Porém, a desonestidade neste país é tão grande que muitos recebem esse benefício sem merecê-lo, tirando a oportunidade das pessoas que realmente precisam. Em Roraima, é fácil ver gente chegado de carro e moto para sacar o benefício no caixa do banco.

O mesmo ocorre com o Crédito do Povo, que é um benefício estadual aos moldes do Bolsa Família. O que tem de gente que não merece essa ajuda pelo governo não está no gibi – para usar uma expressão popular muito conhecida de todos.

O Crédito do Povo deveria atender exclusivamente a pessoas em situação de vulnerabilidade social e financeira cuja renda familiar é de até 25% do salário mínimo, o equivalente a R$ 197,00. Porém, é só conferir a fila no dia de pagamento (isso quando o governo conseguir pagar, obviamente, pois há dois meses os beneficiários vêm pegando um calote) e logo será possível ver pessoas que não parecem pobres muito menos passando por necessidade extrema.

Foi só a Folha divulgar que venezuelanos já radicados no país começaram a receber o Bolsa Família para logo surgirem todos os tipos de ataques aos estrangeiros. Muitos dos ataques partem de gente que recebe o benefício sem merecê-lo, o que significa uma fraude aos programas sociais. E quem frauda está praticando corrupção, não igual às malas de dinheiro que se vê com os políticos, mas também é um ato de obter vantagens por meios ilegais ou ilícitos.

Vergonhoso não é um estrangeiro que está fugindo da miséria e da fome receber um benefício do governo. Vergonhoso é receber um benefício de forma ilegal, tirando a oportunidade de quem realmente precisa de ajuda para fugir da miséria e da pobreza extrema. Vergonhoso é atacar a corrupção na política, mas praticar a fraude em programas sociais. Isso sim é uma imoralidade, que também precisa ser combatida!

*[email protected]: www.roraimadefato.com.br

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.