Parabolica 16 04 2019 8012 Parabolica 16 04 2019 8012 Parabolica 16 04 2019 8012 Parabolica 16 04 2019 8012

Bom dia,

As declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que não permitirá mais a destruição de equipamentos e máquinas que estejam sendo utilizados na extração ilegal de madeira, ou de garimpagem, com flagrantes feitos por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), geraram imediata reação desses agentes. Através de uma associação, eles dizem que o procedimento é perfeitamente legal e está embasado num decreto presidencial. De imediato, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que irá disciplinar ainda esta semana o assunto, para fazer valer a determinação do presidente. 

Esta e outras escaramuças – é bom lembrar, que de uma só canetada, o ministro demitiu 22 superintendes regionais do Ibama – revelam a existência de um conflito claro entre o novo governo e a burocracia daquela autarquia. E este não é fato isolado. Em vários segmentos da burocracia estatal federal, há clara dissonância entre a vontade do atual governo e a decisão dos burocratas de não atendê-la. Max Weber, o criador da teoria da burocratização, preconizava que burocratas deveriam ser profissionais desprovidos de paixões e de interesses menores, encarregados de cumprir, mediante um conjunto de normas e rotinas, as decisões dos agentes políticos. Fugir disso, para o teórico alemão, seria uma disfunção da burocracia.

Sem dúvida, especialmente nas questões ambientais e indigenistas, o aparelhamento de importantes segmentos do Estado brasileiro pelo movimento internacional indigenista e ambientalista promete muitos outros lances de afrontamento entre o que deseja para o Brasil o governo que se instalou no Palácio do Planalto desde 1º de janeiro de 2019 e a burocracia federal. Mesmo que Jair Bolsonaro tenha tentado redesenhar a macroestrutura da burocracia federal, extinguindo e criando novos ministérios e transferido órgãos de segundo escalão entre ministérios criados, tais órgãos são tocados por servidores públicos, quase sempre engajados em luta política.

Dobrá-los à nova ordem política, mesmo que legitimada pelo voto popular, não será tarefa fácil. Será um cabo deguerra que, sinceramente, fica difícil prever um vencedor.

PERPLEXOS 1

Muitos brasileiros e muitas brasileiras começam a semana tomados por enorme perplexidade. Primeiro, uma revista digital, A Crusoé, levou a Lava Jato às escadarias do Supremo Tribunal Federal (STF) ao revelar que o codinome dado pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht de “amigo do amigo do meu pai” a um recebedor de propina era, nada mais nada menos, que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Antônio Dias Toffoli. Isso é nitroglicerina pura – só para lembrar outro enrolado na Lava Jato, o ex-presidente Collor de Mello –, afinal , a revista garante que a informação foi obtida através de gravações feitas por Marcelo Odebrecht enviadas à procuradora-geral de Justiça, Raquel Dodge.

PREPLEXOS 2

A perplexidade restou maior ainda diante da reação de outro ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que a pedido do próprio ministro Toffoli, mandou que a revista Crusoé retirasse a matéria do ar imediatamente, sob pena de multa equivalente a R$ 100.000 (cem mil reais) para cada dia em que houvesse a desobediência. Estava reinaugurada a censura prévia no Brasil, o que é proibido pela Constituição Federal, da qual a Suprema Corte é sua principal guardiã. Ninguém pode imaginar quais desdobramentos podem surgir por conta desta decisão. Sem conseqüências, seguramente, o fato não ficará. E não serão, decididamente, boas.

RECEBIDO

O senador Telmário Mota (PROS) foi recebido, ontem, segunda-feira (15.04), pelo ditador Nicolás Maduro no Palácio Miraflores, sede do governo bolivariano. Telmário é membro titular da Comissão de Relações Exteriores do Senado e preside uma subcomissão que trata da questão venezuelana. Telmário faz tempo discorda da decisão do governo de Jair Bolsonaro e de seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, de romper as relações com Maduro e reconhecer a presidência interina de Juan Guaidó. Não ficou claro se Maduro vai reabrir a fronteira, fechada unilateralmente por ele, ou se vai tentar acordo bilateral com o Brasil, antes de tomar a medida.

DIFICILMENTE

Embora seja louvável a iniciativa do senador Telmário Mota de reabrir a fronteira entre o Brasil e a Venezuela, se Maduro condicionar essa abertura a assinatura de acordo bilateral com o Brasil, dificilmente isso ocorreria. Já está claro que, certo ou errado, o governo brasileiro considera Juan Guaidó presidente interino da Venezuela e jamais aceitaria assinar acordos com o governo de Nicolás Maduro, pela razão lógica de que não o reconhece. E não há expectativa qualquer de que a atual diplomacia brasileira vá retroceder em sua luta para tirar Maduro das dependências do Palácio Miraflores.

PIONEIRO

A Parabólica se solidariza com a família de Antônio Pedroso, que faleceu ontem, segunda-feira (15.04), em sua residência na cidade de Alto Alegre, que ele escolheu, faz décadas, para morar; e onde também quis ser enterrado. Gaúcho de nascimento, Pedroso, como era conhecido, foi pioneiro de Alto Alegre. Militante político, ele nunca teve medo de dizer o que pensava, e quando abraçava uma causa, ou candidatura – sempre por opção pessoal – ele fazia de sua residência/comércio, um comitê eleitoral sem exigir pagamento. Corajoso, não se importava se seu candidato/candidata era de oposição ao governo municipal ou estadual. Enfrentava quase sempre poderosos de plantão. Vai fazer falta.

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Parabólica

As poderosas antenas da coluna, trazem para o site aquelas conversas que esquentam os bastidores da política local. Informação, Denúncia e as notinhas apimentadas que só a coluna publica de segunda a sábado.

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