Parabolica 04 11 2019 9227 Parabolica 04 11 2019 9227 Parabolica 04 11 2019 9227 Parabolica 04 11 2019 9227

Bom dia,

Vivemos tempos difíceis, disso ninguém duvida. Estamos caminhando para uma sociedade humana, especialmente no mundo cristão/ocidental, com valores familiares diferentes de quase tudo a que fomos nos acostumando a cultuar sob o signo da fé e obediência a valores estabelecidos pelo cristianismo, faz mais de dois milênios. Fundamentalmente, no que se refere à vida no Planeta Terra, o Homus Sapiens, de centro e principal espécie dos seres que o habitam, vem se transformando em mais uma das espécies, não só do reino animal, mas também do menos complexo mundo dos vegetais e minerais. O movimento ambientalista internacional, que é político, ideológico, de valores éticos e sociais, vem impondo a construção de uma sociedade nova, que ninguém ainda conseguiu entender com clareza onde queremos chegar. A aí reside, seguramente, uma das fontes mais vigorosas da angústia destes tempos de começo do Século XXI.

UTOPIAS

Onde queremos chegar? O Mundo Ocidental, desenvolveu-se na esteira das utopias, consideradas enquanto conjunto de valores e de práticas capazes de mover o Homus Sapiens rumo ao que se convencionou chamar de vida feliz, que no plano econômico foi sintetizada pela busca do bem-estar social. Foi isso que motivou o Renascimento, que com o desabrochar do conhecimento trazido pelo Iluminismo, resultou na expansão do comércio entre povos e do alargamento das fronteiras entre territórios. O mundo imaginado pelo mercantilismo apontava para uma sociedade humana mais rica e provida de bem-estar através do comércio entre os povos.

A RIQUEZA DAS NAÇÕES

Adam Smith, o pensador inglês, lançou as bases fundamentais para mostrar que o caminho da felicidade do Homus Sapiens, não estava no comércio, mas na produção de bens e serviços que ele próprio era capaz de fazer, quando escreveu sua monumental obra, a “Riqueza das Nações”. A partir das ideias de Smith e de seus seguidores, a sociedade dos humanos saiu em busca da utopia de que o bem-estar social só seria obtido através da produção humana. Tudo isso desaguou no plano político, no liberalismo, e no campo econômico da Revolução Industrial, que marcou o desenvolvimento planetário dos últimos quatro séculos.

EFEITO PERVERSO 

O Mundo resultante desta crença na produção, e no liberalismo, como utopias, resultou num mundo mais rico materialmente e com valores de respeito aos humanos mais arraigados. Apesar da riqueza material, a sociedade humana engendrada pelo liberalismo e pela revolução industrial teve um efeito perverso na forma de uma revoltante desigualdade na repartição das riquezas geradas, produzindo cinturões de miséria entre os países. E dentro deles, uma abastada elite se contrapõe a cordões de milhões pobres e miseráveis. A violência virou consequência desse esgarçamento do tecido social, que veio desaguar em uma nova utopia, que surgiu entre o final do Século XIX e quase todo o Século XX: o socialismo.

IGUALITARISMO 

Sim. A utopia do socialismo, como etapa anterior ao comunismo, foi, sem lugar a dúvida, a principal utopia que embalou o mundo do século que antecedeu o atual. Desde as ideais de Marx/Engels (final do Século XIX), passando pela Revolução Bolcheviques (1917) até a desintegração das Repúblicas Socialista Soviéticas (no final do Século XX), ¾ dos humanos, no Ocidente e no Oriente, viveram a utopia de ser possível construir uma sociedade igualitária e fraterna. Uma bela utopia que esbarrou no desmonte da experiência do socialismo real.

SEM UTOPIA

Entramos, enquanto sociedade humana, neste iniciante Século XXI sem uma utopia a ser buscada, embora vivamos tempos de gigantesca rede de comunicação entre pessoas e ainda não saibamos bem o que fazer com ela. O desenvolvimento da chamada Revolução 4.0 indica até agora uma brutal e veloz destruição de empregos, sem que seja acompanhada de proporcional crescimento de postos em atividades novas criadas pela mesma revolução tecnológica.

SEM CLAREZA

Por outro lado, a revolução de costumes, de hábitos e de valores morais ainda não sinalizaram, com clareza, que tipo de sociedade humana está em processo de criação, onde o ser humano parece estar destinado a não ser mais o centro em torno do qual todas as demais espécies existem para servi-lo, como foi sempre através dos séculos e milênios. Vivemos, sem dúvida, uma era de incerteza; milhões de humanos, decididamente, não sabem como será o dia de amanhã – e esse amanhã não se conta mais em décadas, mas em poucos anos – com  essa veloz destruição de ocupações tradicionais.

SEM CONSENSO

Talvez por isso estejamos perdendo a capacidade de buscar consensos em busca de caminhos para nos tirar a incerteza do amanhã. Veja-se o caso brasileiro. Estamos fracionados, entre contra e a favor, sem saber com clareza no que concordamos e no que discordamos. Por conta disso, as discussões descambam para as agressões baratas e destrutivas. Rigorosamente os brasileiros e as brasileiras estão sentindo falta de líderes capazes de apontar caminhos de entendimentos que levem à descoberta de que é possível encontrar pontos de interesses comuns acima das inevitáveis diferenças ideológicas. Até quando? 

RADICALIZAÇÃO 

A semana passada foi particularmente marcada pela radicalização muito própria na realidade brasileira atual. De um lado, uma parte da imprensa –exatamente aquela engajada neste movimento ambientalista internacional – faz flagrante oposição ao governo Bolsonaro e aproveita de todas as oportunidades para fustigá-lo. De outro lado, o governo reage apontando como inimigos todos os que dele discordam. Onde vamos parar? 

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Parabólica

As poderosas antenas da coluna, trazem para o site aquelas conversas que esquentam os bastidores da política local. Informação, Denúncia e as notinhas apimentadas que só a coluna publica de segunda a sábado.

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