Bom dia!

Ultimamente lideranças indígenas têm reclamado da invasão de garimpeiros em áreas protegidas na região da fronteira do Brasil com a Guiana. Segundo os relatos, nos entornos dos municípios de Normandia e Uiramutã, a movimentação garimpeira é perceptível pela comercialização de produtos usados direta e indiretamente na atividade.

Fontes da Coluna revelam que o foco atual da Polícia Federal (PF) em Roraima está direcionado a um eixo sensível: o rastro do dinheiro que alimenta o garimpo ilegal. As investigações apontam para um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, que envolveria nomes já conhecidos da elite empresarial local — especialmente nos setores de construção civil, postos de combustíveis e comércio de veículos. A suspeita é de que esses empreendimentos estejam sendo usados para camuflar o lucro ilícito do ouro extraído ilegalmente. Se confirmadas, as denúncias mostram que o garimpo não se limita às serras e rios — ele também se infiltra nas avenidas asfaltadas, nas fachadas luxuosas e em eventos sociais da capital.

Roraima é fértil em lendas urbanas — algumas nascem nos bastidores da política, outras no vaivém de boatos de rede social. Mas há indícios que dispensam a fantasia: a ostentação de certos empresários investigados por corrupção tem ultrapassado os limites do razoável. É cada vez mais difícil justificar a compra de jatinhos, lanchas e veículos de luxo com pagamento em espécie, especialmente quando os nomes envolvidos aparecem também em inquéritos que investigam desvios de recursos públicos. Não é preciso ser especialista em crimes financeiros para perceber que algo está fora da ordem, e onde tem fumaça geralmente há fogo.

Escândalo

Exemplo de que em Roraima o escândalo e a roubalheira do dinheiro público têm enorme resiliência e campeiam impunes é aquele que ocorreu nos últimos anos com a Universidade Estadual de Roraima (Uerr). A única instituição estadual de ensino superior teria sido literalmente utilizada como lavanderia para desviar dinheiro do erário estadual público. Teriam sido incríveis R$ 97 milhões desviados com indícios fortíssimos de autoria envolvendo dirigentes, empresários e autoridades superiores do Estado. O esquema era simples e deslavado: o orçamento da Uerr era inflado através de decretos por excesso de arrecadação e o dinheiro transferido era utilizado no pagamento de faturas a uma construtora que o sacava em espécie.

Aterro 1

Por maioria, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR) decidiu manter a suspensão do contrato de R$ 15 milhões firmado pela Prefeitura de Rorainópolis para a construção de um aterro sanitário. A decisão foi confirmada durante sessão do pleno, com base no voto do conselheiro Bismarck Dias de Azevedo, que apontou problemas graves na contratação, feita com dispensa de licitação.

Aterro 2

A conselheira Simone Souza defendeu que, em vez da suspensão, fosse feita uma repactuação do contrato, por causa do possível impacto da paralisação na saúde pública e no meio ambiente. O conselheiro Manoel Dantas concordou com ela, mas ambos foram votos vencidos. Com a decisão, o contrato continua suspenso. O TCE também abriu uma tomada de contas especial para investigar o caso e determinou que o prefeito e um servidor apresentem defesa.

Voto

Não é novidade que pessoas fortemente ligadas ao Palácio Senador Hélio Campos costumam lançar enquetes nas redes sociais para medir a força de aliados em possíveis disputas eleitorais. Mas nesta quarta-feira (29), a enquete, distribuída principalmente por servidores do Governo, colocava apenas duas opções: o governador Antonio Denarium (Progressistas) e a deputada federal Helena Lima (MDB), em uma simulação direta para o Senado. Como em política não faz nada por acaso, fica a dica.

Fura-fila

Na época em que Leila Perussolo comandava a Secretaria de Educação e Desporto de Roraima (Seed), pagamentos foram feitos fora da ordem cronológica sem justificativa. A prática “fura-fila” foi confirmada em auditoria do TCE-RR, cujo pleno referendou que a gestão atual precisa respeitar a fila de pagamentos e ajustar o sistema Fiplan para evitar novos “atalhos”. E mais: recomendou à Controladoria-Geral que torne tudo mais claro no Portal da Transparência.

ONGs 1

O contrato de R$ 15,8 milhões firmado pelo governo federal com a ONG Unisol, para atuar na retirada de lixo na Terra Indígena Yanomami, está na berlinda no Congresso Nacional. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) apresentou quatro requerimentos cobrando explicações do Executivo, apontando suspeitas de favorecimento político. A organização é presidida por um ex-sindicalista ligado diretamente ao PT de Lula. A ofensiva também ganhou força na Câmara. Três deputados federais acionaram o Tribunal de Contas da União (TCU), pedindo uma investigação sobre o convênio.

ONGs 2

Essa não é a única ONG cuja relação com o governo gera desconfiança em Brasília. Dos R$ 1,06 bilhão liberados pelo governo federal para ações emergenciais na Terra Yanomami, cerca de R$ 711 milhões (76%) já foram executados, mas, segundo os parlamentares, com poucos resultados práticos. Um requerimento aprovado pelo Senado, proposto pelo senador Dr. Hiran (Progressistas), pede que o TCU faça uma auditoria completa no uso dos recursos. Um levantamento da Consultoria de Orçamentos do Senado aponta que boa parte do dinheiro foi destinada a ONGs, empresas privadas e ao pagamento de diárias e outras despesas indenizatórias.

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Parabólica

As poderosas antenas da coluna, trazem para o site aquelas conversas que esquentam os bastidores da política local. Informação, Denúncia e as notinhas apimentadas que só a coluna publica de segunda a sábado.

As poderosas antenas da coluna, trazem para o site aquelas conversas que esquentam os bastidores da política local. Informação, Denúncia e as notinhas apimentadas que só a coluna publica de segunda a sábado.

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