COLUNA PARABÓLICA

Os efeitos da crise dos cofres estaduais na Assembleia Legislativa de Roraima

Coluna desta quinta-feira (12) também analisa o caso do ex-prefeito de Rorainópolis pós-renúncia como recado aos gestores de Roraima

Os efeitos da crise dos cofres estaduais na Assembleia Legislativa de Roraima Os efeitos da crise dos cofres estaduais na Assembleia Legislativa de Roraima Os efeitos da crise dos cofres estaduais na Assembleia Legislativa de Roraima Os efeitos da crise dos cofres estaduais na Assembleia Legislativa de Roraima
Assembleia Legislativa de Roraima com iluminação alusiva à campanha Outubro Rosa, de combate ao câncer de mama (Foto:  SupCom ALE-RR)
Assembleia Legislativa de Roraima com iluminação alusiva à campanha Outubro Rosa, de combate ao câncer de mama (Foto: SupCom ALE-RR)

Bom dia,

As notícias de bastidores dão conta de que o ex-prefeito de Rorainópolis, Leandro Pereira, anda adoentado e deprimido após ter sofrido pressão para pedir o afastamento definitivo daquela Prefeitura. Verdadeiras essas informações – e não há porque duvidar delas-, as agruras que se abatem sobre aquele político devem servir de alerta para todos os servidores públicos, eleitos ou não, que sob pressão de outros políticos mais poderosos assinam documentos e comandam procedimentos licitatórios dirigidos, ou mesmo irregularidade na entrega de obras, equipamentos e mercadorias para atende-los e findam assumido a responsabilidade pelo malfeito.

No caso de Leandro Pereira – como no de outros-, que ele assinou documentos e comandou os processos que resultaram na abertura de processos já em andamento, e outros também virão que resultarão certamente em consequências civis, criminais e políticas severas, afinal, são muitas as irregularidades apontadas durante suas quase duas gestões à frente da Prefeitura de Rorainópolis. Este caso, não é raro na administração pública, federal, estadual e municipal, aqui em Roraima.

Em quase todos os casos, a conta começa a ser paga na nomeação de uma equipe de secretários e titulares de departamentos estratégicos, que atenda os interesses desses políticos mais poderosos. Como as prefeituras não são capazes de gerar dinheiro, sequer para pagar o pessoal – a maioria cargos comissionados indicados pelos padrinhos-, os prefeitos têm de buscar esses recursos através de transferências do Estado e do governo federal, evidentemente que muitos delas têm o chamado “custo político”. Para pagá-los é preciso praticar superfaturamento, deixar obras inacabadas e receber o objeto contratado em volume e quantidade inferior ao comprado.

Efeitos

Os efeitos da crise econômica nos cofres estaduais já começaram a ser sentidos na Assembleia Legislativa. A Parabólica recebeu mensagens informando que vários servidores daquele Poder foram comunicados de suas exonerações nessa quarta-feira (11). Também haverá redução salarial para quem ficou. Geralmente, o Poder Legislativo paga o salário no dia 20, ou seja, essas pessoas já contavam com o pagamento de outubro. Também fontes informaram que foi cortado o auxílio transporte para todos os servidores.

Silêncio

Enquanto isso se houve algum comentário de deputados sobre o empréstimo de mais de R$ 805 milhões solicitados pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa, foi feito de forma bem discreta e nos bastidores. Em nada lembra a repercussão barulhenta da tentativa da ex-governadora Suely Campos, quando tentou contratar uma operação de R$ 110 milhões, também com o Banco do Brasil, anos atrás.

Ameaças

Seria cômico se não fosse trágico. Fonte bem posicionada na Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) comentou com um dos editores da Parabólica que a postura da secretária Cecília Lorezon diante das denúncias de falta de pagamento de empresas terceirizadas, que vêm repercutindo na imprensa, é de punir os empresários com ameaças de quebra de contrato, caso o drama das famílias que estão sem receber siga repercutindo.

Descaso

Ainda conforme essa fonte, a falta de tato da secretária de Saúde ao lidar com os contratos de serviços terceirizados, escolhendo quem e quando quer pagar, tem resultado em prejuízos diretos no atendimento da população. Alguns empregados de terceirizadas já sinalizam greve e outras empresas estão reduzindo pessoal, o que tem causado falta de limpeza nos hospitais, como na Maternidade, por exemplo.

Quase tudo

A Prefeitura de Bonfim publicou, recentemente, extrato de contrato de licitação no valor de R$ 2.508.993,20, sendo parte dos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) para a aquisição de material didático, sem detalhar quais, para atender alunos da rede municipal de ensino. A empresa contratada tem sede naquele município e tem como atividade econômica principal o comércio varejista, com predominância nos gêneros alimentícios.

Apuração

E por falar em Bonfim, o promotor Lincoln Zaniolo, determinou a instauração de um procedimento preparatório para apurar supostas irregularidades na transparência de processos licitatórios diversos naquele município. A publicação consta no Diário Oficial do Ministério Público do Estado (MPRR) dessa quarta-feira. Conforme apurado pela Coluna, o mesmo deve acontecer em outros municípios do interior de Roraima.

Promulgada

O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), promulgou a lei que obriga creches, escolas e hotéis infantis e até espaços de recreação, a instalar sistema de monitoramento eletrônico em todas as áreas de circulação de crianças. O projeto, de autoria do deputado Renato Silva (Podemos), havia sido vetado pelo governador Antonio Denarium (Progressistas), por inconstitucionalidade.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.