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Ganância é a peste mais exterminadora

Vera Sábio*

Nem quatro anos se passaram depois da tragédia de Mariana, mas será que alguém pode me responder quais foram as medidas realmente eficazes tomadas pelo governo anterior para que não ocorresse esta enorme tragédia reincidente?

A ganância doentia é culpada pelo maior número de destruição e mortes ocorridas em todo lugar. Ou seja, no ambiente natural, nos setores públicos como hospitais, escolas e locais públicos construídos mediante o superfaturamento proposto pela corrupção desmedida. Culpado também é o Legislativo ao determinar seus salários e benefícios grandiosos diante do pouco o que fazem e do mais pouco ainda que proporcionem à população. Tudo isto resultado da ganância assassina.

Políticos inescrupulosos compram a Justiça corrupta e neste mar de lama morrem tantas vidas inocentes para garantir os bolsos cheios de dinheiro sujo de sangue.

Por isso também pergunto aos que ainda defendem o governo petista e diabólico: sabem dizer se faltaram verbas para suas campanhas, muitas delas bancadas com propinas destas mineradoras monstruosas?

Bom, eu mesma respondo. Sabemos que advogados são caros, mas o tal desempregado, lascado, que atentou contra a vida do presidente, bom, para este caíram do céu vários advogados, enquanto muitas pessoas nem sequer tiveram indenização digna por terem perdido tudo, no rompimento da barragem de Mariana.

Sem falar em quantas campanhas milionárias aconteceram no ano passado, realizadas por tantos candidatos ansiosos para meter a mão na grana do povo, sem se importar com vidas que são ceifadas pela lama da corrupção.

Agora, então, enquanto vemos nas redes sociais, um e dois lamentos pelas vítimas de Brumadinho, muitos solidários de redes sociais estão lamentando a renúncia do deputado gay que vai mudar de País, pois está se sentindo ameaçado.

Penso… O que o povo acredita ser importante? Até quando vamos viver de imensa hipocrisia, valorizando o que é supérfluo e deixando de lado o que realmente é valoroso?

Espero de coração que a justiça o quanto antes seja feita, minimizando a dor imensa que tantos estão passando. Desejo também que o novo governo valorize o que realmente importa e fiscalize com a urgência necessária todas as barragens, para que consigamos não ter mais que presenciar tamanha dor irremediável.

Que os culpados sejam punidos com o maior rigor e que possamos não viver com o medo de que uma tragédia desta ainda possa acontecer.

Deus conforte e dê muita força a todos que de perto vivenciam esta imensurável tristeza.

*Escritora, psicóloga, palestrante, esposa, mãe e cega com grande visão interna.

Adquira meu livro: “Enxergando o Sucesso com as Mãos”. Cel: (95) 991687731

Blog: enxergandocomosdedos.blogspot.com.br

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Nas águas do perdão

Daniel Severino Chaves*

Aqui no Norte do Brasil, numa bela praia de Belém do Pará, foi cenário da parábola de um jovem forte e varonil, exemplo que todo povo necessita, o inaudito, inaudita. Andava no cais o ébrio viúvo, sem casa, sem emprego, nem sequer um trocado no bolso. Caminhava ao seu lado o juvenil filho, que não compreendendo o drama que envolvia seu pai, exclamou: – Papai, papai, chega de beber e dá-me de comer!

O pai aflito continuava a beber, tentando toda miséria esquecer, enquanto o filho continuava a dizer: – Papai ! Há três dias não vemos uma decente comida, a não ser sempre uma maldita garrafa de bebida! Chega de imitarmos os cães e gatos vadios, brigando pelo pão adormecido que atirado à lixeira foi misturado à sujeira. O pai ouvindo a súplica e a repreensão do filho em compará-los com cães e gatos vadios, responde: Cala-te Felipe, que posso fazer se não temos dinheiro nem abrigo, ou uma alma caridosa que nos livre do perigo? – Se peço emprego, ninguém quer conceder, somente essa maldita garrafa pude hoje receber.

O mar bravio quebrando suas ondas no rochedo diminui sua fúria até chegar ao cais, molhando, porém, aqueles que se arriscavam a andar no passadouro. O céu coberto com negras nuvens rangendo-se por raios prenunciava notícias fúnebres nas vozes dos trovões. A dor no ventre do menino, dilacerando suas energias, não deixava a fome esquecer, olhando aflito para o pai, em agonia volta a dizer: papai, papai! Dá-me ao menos um pedaço de pão. O desespero do pai, conturbado pela embriaguez, aflora na palidez do rosto. Rangendo os dentes com ira, num ímpeto repentino, segura a criança pela camisa e lança-a ao mar bravio.

No outro dia, a lucidez desperta com a alvorada, o remorso acusa-o pelo ato criminoso. Embriagando-se novamente, arquiteta um suicídio, mas a razão acorda-o antes da insana fuga. Passam-se anos, desenganos, passam as esperanças, só não passam as amargas e dolorosas lembranças. Fugindo do peso da consciência, alista-se no exército de Vargas e parte ao encontro da morte. Mas a guerra que ceifou milhares de vidas, não o atingiu, tampouco apagou a chama do remorso que lhe queimava a alma. O navio de volta às terras brasileiras trazia os pracinhas com vitórias sofridas que na guerra foram adquiridas. Tristes ou felizes, fechariam as cicatrizes? Quem poderá dizer? O povo no ancoradouro esperava, ansioso, a embarcação, com gestos festivos acenava para a tripulação.

No estuário do Amazonas, uma borrasca repentina sucumbe à embarcação. Vários jovens nadadores, dedicando seus valores, lançavam ao mar, dispostos a salvarem os que estavam prestes a se afogar. Depois de muitos salvamentos, os marujos nadadores exaustos desistiam da empreitada, deixando para a sorte a tarefa inacabada. Mas Felipe era resoluto, com braçadas precisas e seguras continuava o salvamento, colocando todas as suas forças neste nobre empreendimento. Trazendo para a margem bem na foz do Amazonas o último soldado. Felipe deita exausto, mas satisfeito por ter sua tarefa acabado. O soldado que tinha sido a última vítima a ser recolhida conta uma triste história: havia mais um náufrago, que por paixão do destino, o que fez a um pobre menino, veio como lembrança o mar, o ato de vingança reclamar.

Felipe ao ouvir essa triste sina, do pobre moribundo e a sua história assassina, rapidamente coloca-se em pé e grita ao piloto da lancha de salvamento: volte, volte aos destroços pelo lado do mastro e da viga, temos que salvar essa pobre vida. Ao chegarem novamente aos destroços, Felipe amarra-se a uma longa corda e lança-se novamente ao mar. Ondas revoltas provocadas pela pororoca impediam que Felipe se aproximasse dos destroços. Os que ali estavam, atônitos assistiam a dramática cena e gritavam: Volta Felipe, volta! Por certo o velho já morreu, não abuse do bravio mar! Suas forças poderão faltar. Mas Felipe com os músculos doloridos transpassa uma vaga e consegue avistar o moribundo. O velho ancião abraçado a uma tábua balbuciava em dor as palavras: – Perdão, Senhor! Perdão, Senhor!

Os braços fortes do intrépido F
elipe envolvem o ancião e empreende a luta de volta a lancha. Ajudado pelos companheiros de salvamento, arrastado pelas cordas, conseguem, enfim, serem resgatados. Mas aquele homem forte que foi para a guerra, agora com as cãs envelhecidas pelo tempo e pela dor, diz ao jovem rapaz: – Pior do que a morte é ter o remorso como sorte, nenhuma alegria trago ao coração por trazer-me a salvação.

Felipe lhe responde: Triste me seria se eu não pudesse hoje resgatar, alguém que um dia lançou um menino ao mar. Na tentativa de aliviar a dor do filho faminto que suplicava por um pedaço de pão; foi o maldito álcool que diminuiu teu instinto de preservação, com ele perdeste a lucidez e a razão. Na guerra, a vida, o amor, a paz, tudo se vai, mas trouxe de volta meu velho e querido pai! – Filho!? – Meu filho! Meu filho! Meu filho! Tiraste-me o peso desta amarga e dolorosa cruz! Obrigado Pai, por ter-nos enviado Teu filho amado, Jesus.

*Professor EBTT

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Elas, as amazonas

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“As mulheres são uma atrapalhação.”

Sinceramente, não me lembro do nome do cara que disse essa pérola. Mas era um dos mais famosos atores do cinema norte-americano. E o mais interessante é que o cara disse isso ladeado por duas mulheres lindas e famosas. Claro que ele explicou o que realmente queria dizer dizendo que elas são uma atrapalhação. Se se prestar atenção, ver-se-á que o cara tinha razão. Tinha, porque ele já faleceu. Mas voltemos ao assunto. O Sócrates, muito antes do cara, também disse: “Uma vez igualadas aos homens, as mulheres transformam-se seus superiores.” Quando, felizmente, poucas mulheres protestaram contra tais afirmações, fiquei preocupado. Faltou conhecimento para entender os dois pensamentos. A superioridade da mulher realmente atrapalha os inferiores. Os que não são capazes de entender a grandeza da mulher. E é aí que os fracos não se contêm e procuram, por meios jurássicos, mostrar que são maiores e melhores.

Cara, vamos acordar! Você não conseguiria nem mesmo ser homem, sem a mulher. Para que sejamos realmente homens precisamos da mulher para nos completar. E se é assim, por que ficar nessa de João-sem-braços, tentando mostrar ser o que não é? Vamos amadurecer para que sejamos realmente respeitados como homens. Vamos valorizar a mulher como ela realmente é, para que sejamos o que realmente somos. Os dois sexos se completam na união. Ele faz parte do quarteto que dirige a vida: o amor, a paixão, o ciúme e o sexo. Sem esse conjunto, não seríamos nada além de animais ainda em fase inicial de evolução. E para que naveguemos no mar de ondas desse quarteto, é necessário que nos respeitemos como timoneiros de nossas vidas.

O assunto é bem mais importante e necessário para nosso desenvolvimento do que o consideramos. É necessário que aprendamos a viver com esses quatro elementos para que sejamos racionais, respeitando o valor de cada um. Voltando aos nossos dias, ouvimos recentemente, de Bob Marley: “Enquanto a cor da pele for mais importante do que o brilho dos olhos, haverá guerra.” Poucas coisas são mais ridículas do que essa discriminação irracional a que assistimos e aplaudimos todos os dias. Vamos nos valorizar no que somos e não no que pensamos que somos. Quando você luta pela igualdade é porque se sente inferior. Simples pra dedéu. Você, mulher, pare de ficar se inferiorizando, deixando-se influenciar pelas tolices dos que a julgam inferior. Ninguém tem o poder de fazer você ser mais do que você já é. Só você tem esse poder, então pare de lutar pelo que já é seu. Você é a razão de o homem ser realmente homem. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460

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