Opiniao 06 02 2019 7648 Opiniao 06 02 2019 7648 Opiniao 06 02 2019 7648 Opiniao 06 02 2019 7648

Por que as pessoas quebram promessas?

Flavio Melo Ribeiro*

Você conhece alguém que promete, mas não cumpre? Diz que vai fazer, mas não faz? Às vezes, a promessa é para si próprio, e mesmo assim não leva adiante, como: “segunda-feira, inicio a dieta”; ou algo mais sério, “vou parar de beber!” O que faz a pessoa não levar adiante o que ela mesma quer realizar? Por que é tão difícil? Em geral é porque faz de um modo errado. Então, vamos ver como fazer de um modo efetivo.

Existem três elementos por trás da promessa. O motivo, que é algo objetivo, que está no mundo e me faz agir para alcançar o que desejo; por exemplo, vou parar de beber porque alcoolizado tenho causado problemas em família. Outro elemento é o móbil, que é subjetivo, um sonho, algo que mexe com as emoções. Por exemplo: a pessoa vê um celular numa vitrine e se encanta com o aparelho, entra na loja e o compra; às vezes, não existia nenhum motivo, comprou apenas porque achou lindo e é o modelo que mais adorou. E também existe o fim, que é o elemento que une tanto o motivo como o móbil, lançando-os no futuro.

Quando prometo, desejo alterar algo no futuro que está vinculado a uma objetividade ou subjetividade. E o faço com total honestidade, realmente desejo mudar. Porém, no outro dia, a possibilidade de fazer o prometido, ou agir de outra maneira, tem o mesmo valor, é necessário escolher. Para manter a promessa é necessário recorrer ao passado, relembrar que prometi para que ela ganhe força novamente. Porém, essa estrutura é frágil, pois facilmente é desmontada. Diante do balcão de bar, o alcoólatra vai precisar escolher beber ou seguir a promessa de não mais beber. E ao pensar “vou beber apenas hoje para comemorar a vitória de uma conquista”, ele afasta rapidamente a promessa e se vê livre para beber, principalmente se ele completar o pensamento dizendo que inicia a abstenção da bebida “amanhã”.

Quer ser firme na mudança? Então, idealize o contexto futuro. Se veja em detalhes num cenário em que você apareça mudado. No caso do exemplo da bebida, se ver sóbrio nas diversas situações da vida. Veja como serão suas relações familiares, como elas estarão diferentes. É a posse desse futuro mudado que permite à pessoa ter uma razão para mudar e se manter firme no processo de mudança. Assista ao vídeo clicando neste link para compreender melhor esse assunto.

*Psicólogo- CRP12/00449

E-mail: [email protected] / Contatos: (48) 9921-8811 (48) 3223-4386

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CORRUPÇÃO

Júlio Martins*

Ouve-se dizer amiúde que, de tão usual e genérica, de tão enraizada e onipresente, a corrupção no Brasil tornou-se institucional e sistêmica.

Eis aí um típico silogismo de premissas verdadeiras e falsa conclusão.

Usança velha de séculos, (dizia o padre Vieira, já no século XVII, que no Brasil “conjuga-se o verbo roubar em todos os tempos, modos e pessoas”), sim; prática consuetudinária generalizada, sim; costumeira vergonhosa, sim; institucional e sistêmica, não. Porque, por índole, a corrupção é refratária à ordem e racionalidade e infensa a qualquer sentido social, lógico ou meramente humano. Seu devir, seu fim não pode ser evolução e progresso, mas apenas a eterna repetição de um círculo vicioso, que se alarga e aprofunda impulsionado por instinto cego e maligno, que vem do caos e ao caos retorna. É isso que a faz essencialmente intrínseca. A corrupção existe por si mesma. Não tem causa ou objetivo possível ou razoável. Simplesmente roubar por roubar, porque quem mais rouba é quem mais pode e menos precisa. Então, fica evidente o seu caráter contraditório, paradoxal, desumano. Desumano, não apenas pelo sofrimento que inflige às suas vítimas inocentes e indefesas, mas também porque situa os seus autores fora dos padrões constitutivos do comportamento humano. Ora, o homem fora da história e da sociedade em que vive fechado em seu castelo de egoísmo e ganância tão impenetrável que chega às raias do delírio esquizofrênico, esse homem já perdeu o gesto e a feição humana. Por isso não é demais dizer que o “homo corruptus” pode ser classificado como uma mutação genética aberrante do “homo sapiens”. Deixou de ser aquele ser privilegiado, que São Francisco de Sales chamava “a perfeição do universo”, capaz de estudar e compreender as leis imutáveis do cosmos e de dar sentido à sua própria vida e destino. Perdeu a liberdade e a dignidade inerentes ao ser humano e ficou reduzido a marionete dessa força tenebrosa e destrutiva. Porque a corrupção, não há de se negar, é uma das múltiplas manifestações do mal absoluto, do mal em estado puro. Ela infecciona o tecido social, abala os fundamentos do Estado, diviniza o dinheiro e ridiculariza a fé. Como certos répteis peçonhentos, ela só subsiste no ambiente árido, hostil, adusto dos desertos, onde nada pode germinar, nem a menor gramínea, menos ainda a frágil flor da ética e da moral.

Um deserto ético e moral está em vigor no Brasil há muito tempo. Paira sobre ele uma nuvem negra, que o suscita e sustém, prolonga e preserva de qualquer mudança. A essa mancha escura que pesa sobre o Brasil, Sérgio Buarque de Holanda deu-lhe nome de “moral das senzalas”, que vem a ser a sequela tardia da escravidão, disseminada, como metástase, no corpo da Nação, que ela desfigura e não deixa que nele prosperarem as virtudes cívicas e as energias realmente produtivas. Ao contrário, sinuosa, rastejante, oportunista, ela menospreza o valor do trabalho e do mérito, zomba da lei e da justiça; só louva e premia o ardil, a astúcia, o imoralismo. Com a audácia que lhe confere a impunidade, ela se exibe acintosa e triunfante em toda parte, nas tribunas e nos tribunais, nas assembleias e nas academias, nas escolas e nas oficinas. E termina por inviabilizar a Nação para a austeridade da vida republicana e democrática.

Na verdade, a corrupção é o cavalo de Troia da democracia, porque traz em seu ventre o veneno mortal que a fulmina. A democracia não pode ser o governo dos piores e a amplificação de um crime não pode ser a sua absolvição. E é exatamente isso que acontece, quando o miasma da corrupção consegue penetrar no esqueleto democrático e submergir as ideias e profanar o voto e mascarar a vontade popular. A democracia fica, então, disforme e deformada. Certamente, não por acaso, ultimamente no Brasil o povo pedia em alta voz a intervenção militar e o endurecimento do regime. A onda Bolsonaro formou-se e avolumou-se no leito dessa repulsa à democracia desfigurada. Agora ele tem pela frente o desafio de combater a corrupção e restaurar a encantadora beleza da democracia.

Então, que é que nos cabe fazer para ajudar nessa tarefa ingente?

Antes de tudo, não desistir, não desertar do bem. Pior do que o ativismo dos maus é o cansaço dos bons.

Mudar o Brasil é preciso. Mas o Brasil não muda se não mudarem os brasileiros. E aqui está o nó da questão. É preciso o esforço pessoal, perseverante, paciente de todos e de cada um, sem exceção. Não são só os chefes de Estado, os grande
s líderes ou os heróis que fazem a história. Cada homem e mulher de bem, em seus afazeres cotidianos, se fizer o que deve e ensinar o que sabe, é também um protagonista da história. Dizem grandes filósofos que o fio condutor da história é guiado por um espírito absoluto ou Deus imanente, que está presente e age em tudo e em todos. Nos poderosos e nos humildes, nos palácios e nas palhoças. Por essa razão, apesar da hegemonia dos maus, está assegurada a vitória escatológica do bem. Na história, criação divina, não pode haver mal definitivo ou retrocesso irreversível. Aliás, todo mal nela existente é apenas prelúdio e prenúncio de um bem maior, dentro de um processo que se eleva e se aprimora sem cessar, até a apoteose final do bem.

Procuremos acreditar nessa doutrina consoladora. Tudo o que aconteceu antes em nossa história, sobretudo nos últimos anos, foram apenas as dores do parto de um novo Brasil, que vai revelar ao mundo, pela primeira vez, uma grande nação robusta e pacífica, rica e generosa, de um povo diferente, sem preconceitos, produto da mistura de muitas raças, alegre, carnavalesco e plenamente realizado, livre e feliz.

*Articulista

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Coragem de encarar

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A coragem é a primeira qualidade humana, pois ela garante todas as outras.” (Aristóteles)

Você nunca resolverá um problema se não tiver coragem de enfrentá-lo. Já sabemos que nunca se resolve um problema concentrado na derrota. Quando buscamos a solução devemos, primeiro, esquecer o problema. Não há outro caminho. Então, vamos ser otimistas. Nada de ficar perdendo tempo com o que não nos interessa. Divertir-se é o melhor remédio para a doença do marasmo. E o marasmo sempre leva a reflexões. E é aí que a jiripoca pia, a vaca vai pro brejo, e a onça bebe água. Quando você percebe, se perceber, já será tarde demais. Os problemas evoluem e a solução está cada vez mais distante. A Astrologia Espacial nos diz que os dias, hoje, não têm mais vinte e quatro horas. Que o fato de não podermos mais resolver todos os problemas do dia não está relacionado à correria do dia a dia. O eixo da Terra se inclina. E um dia ele vai chegar ao nível em que a Terra vai parar. E a parada será brutal.

É melhor você levar esse papo em consideração. Porque se a Terra parar, iremos para o espaço. Então, vamos procurar viver a vida atual dentro da racionalidade. A vida é curta. Embora saibamos que voltaremos noutra encarnação, é melhor aproveitar o máximo da vida atual. Mesmo porque não sabemos quando nem como voltaremos. Mas de uma coisa esteja certo: seu retorno será dentro do seu desenvolvimento atual. E trata-se de um desenvolvimento racional. O que nos leva ao dever de nos prepararmos para o futuro, sabendo que ele está ligado à nossa vida futura. Então cuidado, cara. Procure viver a vida, hoje, como uma preparação para as vidas futuras. E a responsabilidade é só sua e de mais ninguém.

Bem, vamos mudar o rumo da prosa. Já estamos no segundo mês do ano que até recentemente era novo. Nossa responsabilidade pelo nosso futuro está ligada aos nossos descendentes. Não estamos preparando nosso futuro, mas o deles. São eles que vão viver o mundo que estamos construindo hoje. Então, vamos fazer o melhor que pudermos fazer para a criação de um mundo melhor para nossos descendentes. Para que eles estejam preparados para criar o mundo que os descendentes deles viverão. Porque é assim que o mundo se desenvolve e cresce. E tudo deve correr dentro da racionalidade. E não seremos racionais enquanto continuarmos desenvolvendo nosso raciocínio num progresso a regresso. Já vivemos mais de vinte eternidades num processo lento de progresso. Ainda não sabemos quantos dilúvios já sofremos sobre a Terra. Também não sabemos como se inicia o desenvolvimento humano, depois de um dilúvio. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460

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