Perdas Financeiras
Flávio Melo Ribeiro*
Durante 20 anos, um empresário acumulou riquezas, mas não desfrutou tanto quanto seus filhos. Estes, sim, eram ricos: viajaram, hospedaram-se em bons hotéis e pagaram camarote para os amigos nas baladas. Bem como sua esposa também soube usufruir da riqueza e diferenciou dos anos de privações no início do casamento. Por muitos anos, o empresário viveu diferente de sua família. Por mais que acumulasse, vivia com poucos recursos. Só usufruiu o que construiu porque sua esposa organizava as férias, as festas e os finais de semana quando estava em casa. Seu foco sempre foi o trabalho. E por que viveu assim? Para fugir da pobreza e não para se tornar rico. Assim o fez, seguindo o que escutou na infância: “caso não estudasse, ficaria com subemprego”.
Diante dos outros, se apresentava mais como o que possui bens do que por sua pessoa. Ficava inseguro diante de pessoas com mais posses, sentia-se diminuído diante da maior parte dos amigos. Mesmo escutando que ele era uma excelente pessoa e percebendo que as pessoas gostavam dele, não conseguia acreditar e utilizava a riqueza como escudo social. Até que veio uma crise financeira, não conseguiu segurar os negócios e faliu. Foi um golpe tão duro que sua personalidade ruiu e, consequentemente, perdeu o equilíbrio emocional. A esposa entendeu a situação e procurou consolar o marido, mas ele como empresário sentiu-se fracassado e pessoalmente não se via encarando os amigos sem seu escudo social.
Não aceitou sua nova realidade, a única forma que se via era alicerçado no dinheiro. Para salvar sua personalidade quis interromper o seu processo de pobreza, viu no suicídio uma forma de salvar-se. Uma forma equivocada, pois além de não resolver seus problemas, só virá mais à tona o motivo que o levou a cometer esse ato. Mas, no desespero, essa atitude aparece como alternativa. E, infelizmente, essa escolha ainda é bastante comum.
Nesse tipo de problema o processo de psicoterapia vai trabalhar a ressignificação do passado, compreendendo como foi sua educação e valores morais que trouxeram para tomar as decisões em sua vida e mostrar a importância de construir o seu “Ser” mais do que o “Ter”. A riqueza precisa ser uma consequência da construção saudável do seu Ser e não uma fuga e um escudo contra a pobreza. Dessa forma, a psicoterapia possibilitará ao paciente tomar outro ponto de vista sobre sua vida e voltar a construí-la.
*Psicólogo – CRP12/00449 E-mail:[email protected] Contato: (48) 9921-8811 (48) 3223-4386
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Palhaços, o picadeiro e a bilheteria
Tom Zé Albuquerque*
Deputado federal reeleito na segunda vez pelo Estado de São Paulo, com 445 mil votos, o palhaço Tiririca desferiu contra a sociedade, na última semana, que “Não esperava ser eleito novamente, porque eu não votaria em mim!”.
Um depoimento desses é um escárnio, mais uma chacota de uma caricatura bizarra da política brasileira. Um parlamentar que foi eleito pela primeira vez (com mais de 1 milhão de votos) com provocações, tais como: “Não sei o que um deputado faz, mas quando chegar lá eu te conto!”, dispensa apresentações. Notadamente, esse cearense passou fome, foi vitimado pelo ainda vigente coronelismo nordestino, sentiu cruelmente a desigualdade social, presenciou o estrago que acontece quando a corrupção engole o espectro social, mas votou contra o magnânimo projeto “10 medidas contra a corrupção”.
Pelo jargão que disparava “vote no Tiririca, porque pior que tá num fica!”, notava-se o chafurdo que seria no Congresso Nacional. Só para ilustrar, o presidente de seu partido era um personagem da velha política, condenado pelo mensalão e investigado pela lava-jato. O palhaço teve, inclusive, sua prisão pedida pelo Ministério Público em face da possível falsidade ideológica sobre ser ele alfabetizado ou não. O deputado Tiririca, em seu discurso no final do segundo mandato, em 2018, sob estranha emoção e na alegativa de não mais querer fazer parte da política (que era mentira), disse sair de “cabeça erguida”, embora não tenha feito “nada”. É pra rir? Ou não?
É certo que absurdo desse nível só acontece porque há permissividade eleitoral, milhares de pessoas dispostas a vender o voto e milhões de analfabetos funcionais em todo o Brasil. Sem essas vulnerabilidades, abjetos dessa natureza não vingariam na política. E pior, em todas as esferas, tanto no Legislativo quanto no Executivo, há farturas de figuras tiriricadas. Conheci prefeito que ia para seu gabinete trabalhar de calção e camiseta regata; outro, que levava para o seu sítio, em horário de expediente, as chaves da prefeitura deixando os servidores na calçada e ao sol; tem vereador que nunca leu sequer o art. 5°. da Constituição Federal. Há quem diga existir vereador que não sabe ler nem escrever. Será???
Sou radicalmente a favor que chefes do Executivo e legisladores tenham uma série de requisitos para poderem representar seu povo. Entre alguns: ser graduado, e em faculdade reconhecida pelo Ministério da Educação; ter carga horária mínima de capacitação sobre os mais diversos assuntos pertinentes ao funcionamento efetivo e justo da sociedade, especialmente sobre orçamento, responsabilidade fiscal, transparência, análise e elaboração de projetos, gestão de cidades… Entre outros também importantes. Para se ingressar no âmbito público, todo cidadão se desdobra durante milhares de horas para lograr êxito e cumprir fielmente sua função. Mas, para adentrar na vida pública, o que precisa? Ser “esperto”?
Quantos palhaços têm e ainda terão nas casas legislativas por aí? Quantos executivos públicos cobrarão entrada para o circo? Qual o preço a pagar pra fazer parte da apresentação circense? Quem está disposto a pagar?
*Administrador
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Tudo nos leva a agradecer
Vera Sábio*
Obrigado, Senhor, porque na alegria ou na dor de cada dia, posso te encontrar.
Se a dor me consome, procuro seu nome. E mesmo quando estou sofrendo, sei que comigo estás.
Existem atos provocados pela ganância de indivíduos que se acham superiores aos outros e nem sei se merecem a classificação de seres humanos, já que de tão desumanos não se preocupam em cuidar da vida com todo amor e carinho e só pensam em crescer, nem que a lama da corrupção rompa barreiras e derrame a sujeira do egoísmo e desvios inescrupulosos, matando tantas vidas, como aconteceu em Brumadinho.
A vida é frágil e, em um piscar de olhos, sonhos e futuros são interrompidos; só nos restando a imensa dor e os inúmeros clamores por justiça, fiscalizações e punições severas para que, além da saudade e a dor, os sobreviventes não fiquem trabalhando com o peso do medo de que outro ato assim volte a ocorrer.
Reflito e sou solidária às vítimas, pensando o quanto somos passageiros, sem saber quem ficará na próxima parada. Por isso, precisamos
agradecer mais e reclamar menos, perdoar mais e se irritar menos, amar mais e fazer o bem sempre; afinal, a qualquer momento pode ser nossa vez de desembarcarmos desta vida.
Assim te agradeço, Senhor; porque és meu amigo, porque sempre contigo eu posso contar.
No perfume das flores, na alegria das cores e no mar que murmura o seu nome a cantar…
E foi vendo as coisas que eu vi, foi tentando entendê-las, foi contemplando as estrelas que eu comecei a rezar.
Foi perguntando por ti, e se é verdade que existe e não nos queres ver triste, que eu comecei a cantar.
Te agradeço ainda pela companhia da família, pelo abraço do amigo, pelo trabalho que me mantém e pela saúde que me destes para vencer…
Pois escondido Tu estás, no verde das florestas, nas aves em festas, no sol a brilhar.
Na sombra que abriga, na brisa amiga, nas crianças que correm na esperança, no perdão, no beijo, no amor e no ar…
*Escritora, psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega com grande visão interna.
Adquira meu livro: “Enxergando o Sucesso com as Mãos” Cel:(95) 991687731
Blog: enxergandocomosdedos.blogspot.com.br
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Foi um fim de semana
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“A alegria é o fogo que mantém aceso o nosso objetivo, e acesa a nossa inteligência.” (Helen Keller)
Na verdade só somos alegres quando somos felizes. E a felicidade está onde estamos. Pena que nem todos são capazes de observar isso. Preferem ficar esperando que alguém os faça sentirem-se felizes. Tolice. Na sexta-feira vivemos, por aqui, um excelente início de fim de semana. Passamos o dia num ambiente simplesmente fantástico. Resolvemos ir até o extremo norte da Ilha Comprida. Não imagino quantos quilômetros rodamos. Estacionamos ao lado do Quiosque e caminhamos até a ponta da Ilha, já que não é permitido transitar carros naquele trecho. Foi uma experiência inusitada. Encantamo-nos com a visão da imensidão do mar e seu movimento. A caminhada foi longa, mas voltamos rumo ao Quiosque. Outro local encantador. Já era hora do almoço e nos acomodamos debaixo de tendas com características primitivas, mas com uma decoração fora de série.
Depois do lanche e das fotos, partimos para o mar. Mas antes nos divertimos e nos emocionamos com o comportamento de um cachorro morador da praia. Mas não era um morador de rua. Era um cara bonitão, e senhor de si mesmo. Caminhava no ritmo adequado a um cachorro de classe. Parou, mirou o mar por alguns segundos e entrou devagarzinho, mar adentro. Lá na frente parou e encarou a primeira onda volumosa. Quando a onda aproximou-se, ele virou-se e ficou de costas pra ela. A onda cobriu-o e passou. Ele virou-se e novamente encarou a segunda onda. Foi o mesmo procedimento. Depois de várias ondas, ele retirou-se devagarzinho. Foi até um monte de palhas na areia. Deitou-se sobre as palhas, virou-se para um lado, depois para o outro, repetiu várias vezes. Levantou-se, esfregou o corpo nas palhas e retirou-se devagarzinho rumo a uma pousada.
Rimos, divertimo-nos e comentamos o espetáculo até que mais tarde ele voltou e repetiu tudo. O que para nós foi uma verdadeira lição de como devemos respeitar os animais como eles são. Porque nós, seres humanos, não somos, senão animais racionais. E quem sabe, os considerados irracionais também não raciocinam, de acordo com seu grau de evolução. O que vimos naquela tarde na praia, foi uma lição de vida. E se você está pensando que estou exagerando e sendo sentimentalista, corte essa. Mas o que importa mesmo é quanto nos sentimos felizes e alegres com um dia vivido numa das praias mais emocionantes das que já conheci e vivi. Procure sempre sua felicidade e sua alegria onde você estiver. Só você pode fazer isso por você. Você e mais ninguém. Então não perca tempo e seja feliz. Pense nisso.
*Articulista
99121-1460