E não sei por que ainda não conhecemos os homens. E a dificuldade talvez esteja em ainda não sabermos o que realmente somos. O Henrique Batista diz: “É preciso ver a diferença entre a espécie humana e a humanidade. Porque desta não fazem parte os malfeitores nem os parasitas”. Mas ainda não acreditamos nisso, porque não entendemos. Mesmo porque a visão do Henrique é meramente religiosa. E, a meu ver, não conseguiremos distinguir os maus do bons enquanto os virmos pelo prisma religioso. Nada contra as religiões, claro. Mas já é tempo de começarmos a ver o desenvolvimento humano através do racional. Só quando conhecermos o mundo conseguiremos vivê-lo. E só aí conseguiremos ver, em visões diferentes, as avalanches de lama que invadem e destróem as cidades, e as que invadem a política, inundando o Congresso Nacional.
Tem um cara que fica o tempo todo sentado no meu ombro esquerdo. Ele me perturba pra dedéu. Mas decidi não passar o dia todo preocupado com os tapas que ele dá na minha orelha. Juro que não. Então vamos falar de nós. Estamos vivendo um momento de dificuldades distintas que se unem e se acumulam em nossas mentes. E o que fazer para evitar isso? Não se deixar cair pelo lamaçal. E se cada um de nós é responsável pelos seus atos, vamos agir com mais maturidade para que amadureçamos. A Cultura Racional nos ensina que o ser humano só aprende com as repetições. Estudiosos dizem que desde os primeiros meses de idade até os dezoito anos, nós ouvimos cerca de cem mil vezes a palavra NÃO. Já reparou nisso?
“O único meio de acelerar o advento do bem-estar geral é o levantamento do nível moral e mental da sociedade, pela educação, sem nenhum recurso à violência”. E quando educamos com o uso exagerado do NÃO, não estamos educando através da orientação, mas de uma repetição negativa e negativista. E quando não somos, porque não fomos, educados, não sabemos educar. E não aprendemos a nos livrarmos do lamaçal que invade as nossas cidades e a nossa política. Choramos e nos ajoelhamos diante do presidente da República que sai, país afora, distribuindo casas populares, que qualquer secretário de estado poderia fazer; enquanto o presidente deveria estar resolvendo os problemas mais cruciais da Nação. Mas, confio que um dia, mesmo que isso demande séculos, inda seremos um povo civilizado, educado e cidadão de fato e de direito. Mas isso depende de cada um de nós. E temos a tarefa árdua de nos educarmos já que não nos educaram. Só na racionalidade nos conheceremos. Pense nisso.
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