Que bom ver o peso da cozinha paraense retornando e com uma programação extensa e intensa de três semanas, movimentando a capital paraense em vésperas da COP 30.
Fiquei emocionada de ver a paixão e olhar de satisfação das pessoas com o festival, mas não foram apenas os convidados que ficaram encantados com o evento, mas a população de Belém que esteve presente no final de semana que estive se divertindo, assistindo as aulas e aproveitando o que existe de melhor na gastronomia e cultura do Pará.
A família Martins este ano junto com o Instituto Paulo Martins fez a curadoria e realizou o evento juntamente com a empresa Origem Justa que produziu um grande festival durante dois finais de semana no estacionamento do shopping Grão Pará.
Os números foram impressionantes mais de 20 chefs de cozinha que se revezaram em aulas show e jantar das boieiras, 20 restaurantes presentes na saborosa Praça de alimentação e 30 pratos exclusivos que mostraram toda a potência dos sabores do Pará.
Os chefs convidados também fizeram uma imersão por Belém, em pleno canteiro de obras para a COP 30, mas tudo está ficando lindo. Visitamos o Mercado Ver o Peso que está totalmente reformado, o Mercado de Peixes com bancas novas e uma câmara fria, está tudo ficando muito lindo.
Os chefs também foram a empresa Manioca para ver os produtos e ingredientes que estavam disponíveis para as receitas dos chefs convidados. Outro local visitado foi o Museu da Mandioca, um projeto que conheci há uns dez anos atrás e agora se materializou pelas mãos e empenho do casal Sigla Regina e seu esposo Antônio de Pádua, o local escolhido foi a comunidade quilombola do Espírito Santo do Itá que fica em Santa Izabel, próxima da capital paraense.
A comunidade além do Museu da Mandioca proporciona uma imersão na produção dos produtos que derivam da mandioca brava como farinha de mandioca, tucupi amarelo, goma e farinha de tapioca, além de servir pratos com receitas feitas com esses produtos.
As visitas finalizaram com uma viagem de voadeira a Ilha do Combu, onde Izete dos Santos Costa, conhecida como Dona Nena, iniciou em 2006 o seu projeto, mas decolou seu negócio depois que o chef Thiago Castanho levou seus produtos para outros chefs conhecerem. Seu cacau do grupo forasteiro, variedade considerada nativa da Amazônia. Hoje o local aceita grupos turísticos para a rota do chocolate, serve seus produtos como bolos, chocolate quente, brigadeiro na sua cafeteria e tem uma lojinha onde vende uma gama de produtos que vão desde suas barras de chocolate, bombons , até geleias, doces regionais e lembranças turísticas do local.
Os convidados ainda tiveram a oportunidade de conhecer alguns restaurantes de chefs paraenses como o Celeste da chef Esther Weyl, Comè dos chefs Ilca Carmo e Paulo Anijar, Casa do Saulo do chef Saulo Jennings, Puba do chef Thiago Castanho, entre outros.
Eu tive o privilégio de dar uma aula sobre “A Cozinha dos povos originários do Amazonas e Roraima”, mostrando nossos ingredientes e levei cinco quilos de picadinhos de tambaqui da Água doce Pescados e fiz minha receita de tambaqui na cuia e uma de damorida macuxi na panela de barro da região da Raposa que agora tem indicação geográfica. Todos gostaram muito de saber mais sobre tudo que temos.
E neste final de semana o evento continua com Chefs na Praça e Farofada na Praça Batista Campos, com entrada gratuita, terão 14 chefs de Belém que irão servir mais de 12 pratos deliciosos, ainda serão dois tachos de farofas feitas na hora para a farofada. Tudo isso regado a drinks, vinhos, bebidas diversas, sorvetes e muitas atrações musicais, nos dias 20 e 21 de setembro do meio-dia às 20 horas.
Agora nos resta aguardar a 16° Edição do Festival Ver o Peso da Cozinha Paraense com mais sabores, trocas de conhecimento, e muito amor pela cozinha amazônica.