JESSÉ SOUZA

Não há fórmula mágica para a questão do trânsito boa-vistense, mas há saídas

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Acidente com bicicleta elétrica foi registrado nesta terça-feira no bairro Paraviana (Imagem: Reprodução)

O artigo de ontem, intitulado “Quando a escola e a família falham, o trânsito nosso de cada dia também padece”, suscitou um debate por parte de leitores que emitiram opinião a respeito do assunto ou fizeram questionamentos sobre o que pode ser feito para enfrentar o sério problema de acidentes de trânsito em Boa Vista envolvendo bicicletas elétricas e as tradicionais.

Longe de ser coincidência, outro acidente com bicicleta elétrica ocorreu ontem, desta vez no bairro Paraviana, na zona Leste da Capital, considerada uma área nobre e em um local onde as avenidas são largas e pouco movimentadas, além de bem sinalizada, mostrando o tamanho do desafio. Novamente, revelou que a questão está mais na imprudência e imperícia dos condutores do que nos demais fatores.

No entanto, isso não significa que o poder público esteja livre de suas culpas. Absolutamente não! Inclusive, um leitor comentou sobre a necessidade de ampliar a malha de ciclovias na Capital, que é uma responsabilidade municipal no que diz respeito à questão de infraestrutura e mobilidade urbana, que precisa incluir no orçamento a criação de mais ciclovias e ciclofaixas para ajudar a organizar melhor o fluxo de bicicletas e reduzir conflitos com veículos motorizados.

O momento é oportuno para debater o assunto, pois a Prefeitura de Boa Vista vem mantendo diálogos com a Câmara para que Orçamento Municipal para 2026 seja amplamente discutido por meio de audiências públicas, que é o momento de apontar a instalação de ciclovias e ciclofaixas como uma das prioridades dentro do projeto de mobilidade urbana, além de campanhas educativas massivas como forma de mobilizar a sociedade para este tema que provoca reflexos na saúde pública.

De outro modo, sabemos que os legisladores não ficaram inertes, uma vez que a Câmara de Vereadores aprovou e o Executivo municipal sancionou   a Lei nº 2.590/2024, que estabelece regras para a circulação de ciclomotores e bicicletas elétricas, a qual exige o uso de equipamentos de segurança, respeito à sinalização das ciclovias e ciclofaixas, bem como limites de velocidade para garantir a segurança de todos.

Ou seja, não é por falta de lei o desafio para o enfrentamento dos problemas no trânsito boa-vistense diante do aumento do número de bicicletas elétricas e comuns. É necessário que as autoridades saiam da normalidade e passem a agir como fosse enfrentar uma guerrilha urbana. De outro lado, a sociedade precisa reconhecer a urgente necessidade de parar de ser imprudente e reconheça suas limitações a fim de que assumam suas responsabilidades e culpas.

Por sua vez, órgãos de trânsito precisam agir na questão da fiscalização no cumprimento das novas normas, aplicando penalidades para infrações, como multas e advertências. De nada adianta ter leis bem elaboradas e bonitinhas no papel se elas não forem aplicadas para que efetivamente se enfrente os desafios no trânsito urbano na Capital diante da nova realidade das bicicletas elétricas que se tornaram acessíveis.  

Conforme um leitor, é necessário que condutores de motos e carros também sejam chamados à responsabilidade no sentido de estarem mais atentos aos ciclistas e tenham mais respeito a esse público. E isso não se trata de apenas ser cortês, mas de uma exigência do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que fala na prática da direção defensiva, dirigindo de maneira a evitar acidentes, mesmo em situações adversas visando garantir a segurança no trânsito. Essa prática não só é deixada de lado como muitos passaram a dirigir de forma agressiva.

Enfim, o tema é complexo e não existe uma fórmula mágica para encarar esse problema que não é só de Boa Vista, mas de todo o país. Apesar de tudo, temos todas as condições de tornar a Capital roraimense em um exemplo. Basta que haja vontade política por parte das autoridades e principalmente uma tomada de consciência da sociedade em geral, nem que para isso seja necessário agir com mais rigor para punir quem não quer ser educado nem conscientizado, além de cercar a cidade com radares para multar que exceda a velocidade.  

*Colunista

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