CARTÓRIOS DE BOA VISTA – Parte 1.

– Manoel Vitorino Pereira Pinto –

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Manoel Vitorino Pereira Pinto foi por muitos anos Tabelião do primeiro Cartório em Boa Vista. Era filho do português Manoel Pereira Pinto (o Coronel Pinto), que chegou com a família ao Brasil no início de 1890 e se estabeleceu no Pará, depois veio para o vale do rio Branco em 1900 e se instalou na região da Serra da Lua, onde construiu sua fazenda. Ao vir para a capital Boa Vista, foi contratado pela Prefeitura para exercer a função de Guarda-livro (como era chamado o Técnico em Contabilidade). Aqui, casou-se com Maria Diniz de Lima (filha de Sebastião Diniz). O casal teve vários filhos: Ernesto, Ernestina, Aurélio, Aurelina, Joaquim, Branca Sofia, Regina, Manoel Parimé; e Vitorino Pinto (Manoel Vitorino Pereira Pinto).

Vitorino Pinto nasceu em Belém/PA, em 02/11/1898. Passou a infância naquela cidade e, depois resolveu vir ao encontro do pai, o coronel Pinto. Chegou a Boa Vista no início de 1920 e foi para o interior cuidar das fazendas da família. Depois retornou para a capital, onde conheceu e casou-se em 12/09/1925 com a senhora Blandina Castelo Branco Pereira Pinto – conhecida como “TIA NAZINHA” – uma das primeiras parteiras de Boa Vista. O casal teve os filhos: Deodato, Júlio Vital Pinto, Manoel Parimé (mais conhecido como Castelo); e as filhas: Maria Ínes, Maria da Glória e Maria Íris – ex-dona do Status Lanches, na Avenida Jaime Brasil.

Muito criativo, Vitorino Pinto, fabricava gelo, pintava letras nas lojas, fabricava e vendia cigarro de palha, feito com fumo de rolo cortado e enrolado em palha de milho.

Depois conseguiu um emprego no primeiro Cartório de Boa Vista na Avenida Floriano Peixoto – esquina com a Avenida Jaime Brasil. O Tabelião era o senhor Oscar. Este gostou tanto do trabalho de Vitorino Pinto que lhe passou o Cartório.

Assim, Vitorino se tornou o Tabelião Oficial da Comarca de Boa Vista. Depois o Cartório foi transferido (1951) para um prédio na Avenida Floriano Peixoto (atualmente naquele espaço funciona a Comissão da Pastoral da Terra – CPT), entre a Escola São José e a Loja Bandeirante (hoje desativada), na esquina da Avenida Jaime Brasil.

No dia 04 de janeiro de 1957, chegou a Boa Vista o presidente da República Juscelino Kubistchek, para inaugurar a Rádio Roraima e a Usina de Luz (CER). E, o senhor Deusdete Coelho, que há tempos pleiteava um Cartório, aproveitou a oportunidade do Presidente da República está em Boa Vista e, com apoio do Juiz de Direito da Comarca de Boa Vista, o Dr. Maximiliano da Trindade Filho, pleiteou a concessão de um Cartório.

Na ocasião, o Dr. Maximiliano Trindade sugeriu que o Cartório do Tabelião Vitorino Pinto fosse desmembrado em dois, ficando com Vitorino apenas o Cartório de “Registro de Imóveis, o Criminal e o Eleitoral”; enquanto o da “Vara de Família e de Registros de nascimentos de pessoas e legalização de empresas” passasse para o Tabelião Deusdete Coelho. E, assim aconteceu com a autorização (e, depois com a publicação no Diário Oficial da União, assinado pelo Presidente da República Juscelino Kubistchek)

  Sentindo-se prejudicado, Vitorino Pinto fez em 1960, uma permuta com o seu genro, o senhor Waldomiro Ferreira de Melo (Didi), casado com sua filha Maria Íris, e que era Tabelião da Comarca de Caracaraí. Nessa troca, o Vitorino Pinto se transferiu para o tabelionato de Caracaraí, e o Waldomiro veio para Boa Vista e assumiu como  Tabelião do Cartório (de Imóveis) instalando-o numa das salas do prédio, onde hoje está o Tribunal de Justiça.

Com a divisão dos Cartórios em suas respectivas atribuições, o Cartório do Deusdete Coelho (responsável pela Vara de Família) foi instalado em 1962 numa das salas do Fórum Sobral Pinto, permanecendo por muitos anos até a construção de um prédio próprio, na Avenida Villeroy.

Quanto ao Manoel Vitorino Pereira Pinto, que havia se mudado para Caracaraí, sofreu um problema cardíaco e viajou no dia 22/02/1961 para tratamento de saúde na cidade de Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro. Depois foi para Brasília para se submeter a novo tratamento médico, mas sofreu um novo infarto. E, no dia 08/06/1969, faleceu.

Em sua homenagem, a Prefeitura de Boa Vista denominou uma rua com seu nome. A “Rua Vitorino Pinto”, no Bairro 31 de Março, se situa entre as Avenidas Santos Dumont e Brigadeiro Eduardo Gomes. Ela nasce na Avenida Santos Dumont e, transversalmente, finda na Rua Mestre Diogo (próxima ao restaurante do  Dedin.

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