Bom dia!
O episódio envolvendo o vai-e-vem em torno do aumento da alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado por Fernando Haddad para ajudar a diminuir o buraco do déficit público do governo federal dá bem a ideia de como anda a administração federal, confusa e sem rumo desde o início do governo Lula da Silva (PT). Mesmo apoiado e bajulado pela grande mídia, mais interessada em sustentar o atual governo pelo menos até a Conferência do Clima (COP30), que se realizará sob os auspícios da ONU (Organização das Nações Unidas) e suas ONGs não para de dar tropeções.
A reação dos políticos – até mesmo de parlamentares servis como Davi Alcolumbre (que preside o Senado Federal) e Hugo Motta (presidente da Câmara Federal) -, está sendo tamanha que o Governo pensa em desistir do aumento do IOF, embora a ideia de Haddad seja resistir. Enquanto “esfria” a cabeça em mais uma viagem internacional – foi a Paris conversar com Emmanuel Macron -, Lula deixou que o imbróglio seja desatado pelo trio Haddad/Alcolumbre/Motta, enquanto a ministra do Planejamento, Simone Tebet – responsável pelo orçamento -, não é consultada e parece que tomou chá de sumiço.
Suspeita 1
Quem é leitor assíduo deve lembrar que divulgamos recentemente, cá na Parabólica, uma volumosa aquisição de alimentos, estimada em R$ 123 milhões, feita pela Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed). Pois bem! O Ministério Público de Contas (MPC) solicitou uma investigação no processo licitatório.
Suspeita 2
Diante dessa suspeita, o conselheiro Célio Wanderley, do TCE-RR, designou uma auditoria para investigar o processo. O pregão ainda está em andamento e já resultou em cinco contratos, na casa dos R$ 70 milhões divididos entre quatro empresas. Um dos lotes ainda está em fase de recurso. Recentemente, o mesmo TCE instaurou auditoria para verificar a legalidade de outro contrato da Seed, com valor de R$ 24 milhões, voltado à manutenção predial.
Pressão
O Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos de Roraima (Sintraima) está pressionando; e a capacidade de negociação do governo será posta à prova nos próximos dias. A categoria cobra o cumprimento da revisão geral anual e das progressões, e anunciou uma paralisação de 24 horas no dia 17 de junho, em frente ao Palácio Senador Hélio Campos. A mobilização foi lançada com antecedência, como de costume, possivelmente na expectativa de que o governo abra negociação antes da deflagração de uma greve geral. O pedido formal de reajuste foi protocolado em março, mas, até agora, o governador Antonio Denarium (Progressistas) não apresentou proposta.
Sem licitação
Contratos firmados sem licitação e com indícios de irregularidades colocaram a Câmara Municipal de Rorainópolis no alvo do Ministério Público de Roraima (MPRR). O MP recomendou que a Casa Legislativa revise, em até 15 dias úteis, contratações feitas por inexigibilidade. Só neste ano, segundo o MP, foram R$ 96 mil para assessoria contábil, R$ 144 mil para serviços jurídicos e outros R$ 144 mil para assessoria em licitações e contratações públicas. O caso também será encaminhado ao TCE-RR. Se as medidas não forem adotadas, o MP poderá ingressar com ações judiciais, inclusive por improbidade administrativa.
Superfaturamento
A mesma Promotoria de Rorainópolis também está apurando possível superfaturamento em um contrato da Prefeitura no valor de R$ 248 mil, para contratar uma empresa de Boa Vista que fará a revisão da Lei Orgânica do município. A contratação foi feita por meio de adesão a uma ata de registro de preços.
Limpeza
O Governo de Roraima vai bancar a limpeza urbana do Município de Pacaraima com um repasse de mais de R$ 6,6 milhões. O valor será transferido via convênio firmado entre a Secretaria Estadual de da Infraestrutura (Seinf) e a Prefeitura daquele Município, com duração de um ano. Não custa lembrar que por motivo de pressão de lideranças da Terra Indígena São Marcos, a Prefeitura de Pacaraima teve de alugar um terreno rural no Município de Amajari para descartar o lixo coletado nas residências e ruas daquela cidade, que sequer tem definida uma légua patrimonial urbana.
Água
Uma locadora de Boa Vista venceu contrato de R$ 1,4 milhão para transportar água potável a comunidades rurais e indígenas atingidas pela estiagem. A medida atende à demanda da Defesa Civil e de secretarias municipais, diante da escassez provocada pelo El Niño. A questão é que, apesar da urgência da situação, o processo foi aberto ainda no ano passado, mas só teve desfecho recentemente, já após o início das chuvas. Em maio, Roraima registrou o maior volume de chuvas de 2025, e a previsão é de um trimestre mais chuvoso que o normal. Pode?
Privilégio
Costuma-se dizer que a zona Leste de Boa Vista, especialmente bairros como o Paraviana, vive numa espécie de bolha de privilégio, com ruas conservadas, asfaltos reluzentes e mobilidade quase europeia. Mas bastou o inverno chegar com força para nivelar tudo por baixo. Os buracos, antes concentrados na periferia, agora são democráticos. Moradores da zona Leste, onde ficam alguns dos bairros mais abastados da cidade, têm reclamado da buraqueira que, com as chuvas, formam poças, causando acidentes. É um problema sério, que precisa ser resolvido, independentemente do CEP. Parece não ter função mais ingrata que ser prefeito de Boa Vista na estação chuvosa.
As poderosas antenas da coluna, trazem para o site aquelas conversas que esquentam os bastidores da política local. Informação, Denúncia e as notinhas apimentadas que só a coluna publica de segunda a sábado.
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