Laranjal made in RoraimaO senador do petrolão já apareceu em suas mídias adjetivando o asfaltamento da estrada e a construção de um porto na República da Guiana como um “sonho dos roraimenses” e uma de suas “grandes propostas” para o desenvolvimento do Estado. Quem conhece bem a história política de Roraima sabe que esse discurso nada mais é do que o mesmo do “golpe da estrada”. Quando as rodovias federais eram apenas um projeto e, mais tarde, imensas buraqueiras, os políticos pregavam que o asfaltamento da BR-174 seria o grande salto de desenvolvimento de Roraima, pois iríamos não só estar ligados ao Brasil através do Amazonas, ao Sul, e à Venezuela, ao Norte, como também iríamos nos tornar a grande fronteira da exportação e do escoamento de produtos para o Caribe e o mundo.Porém, o que ninguém perguntava diante desse tipo discurso era: “Mas que produtos vamos exportar?”. Sabemos que até agora o único produto genuinamente roraimense, fabricado inclusive pelos políticos, foi o “laranjal da corrupção”. E o discurso de asfaltar estrada continua o mesmo, agora na Guiana, e a pergunta nunca cala: “Vamos exportar o quê mesmo através da Guiana?”.Nossa agricultura é uma falácia, a não ser os bravos produtores que resistem a tudo, inclusive à corrupção na condução dos programas de incentivo, na construção de estradas e na questão fundiária, que foi alvo do maior ataque de grilagem praticada por agentes do governo e de outros poderes. Vivemos da economia do contracheque, a qual cambaleou nos últimos meses por causa dela mesma, a corrupção, aliada à incompetência administrativa que ajudou a escancarar o buraco, deixando servidores públicos com salários atrasados e outros parcelados. Nosso “projeto de desenvolvimento” é um arremedo, pois sequer temos energia elétrica confiável, dependendo de geradores a diesel e de uma Venezuela aos frangalhos. Projetos já houve muitos, inclusive o mais recente encabeçado por esse mesmo senador do petrolão, que lançou um às vésperas da campanha eleitoral passada, o Movimento Roraima Forte, que consistia em caravanas apinhadas de políticos andando pelo interior.Quando perdeu a disputa pelo Governo do Estado, o senador do petrolão simplesmente abandonou o tal Roraima Forte. E nunca descobrimos qualquer estudo ou resultado dessas caravanas, afinal, era tudo uma falácia, mais uma mentira, um engodo a exemplo do “golpe das estradas”.Se a Guiana realmente asfaltar a estrada Lethen-Linden e construir o Porto de Águas Profundas, Roraima vai continuar patinando na mesma lama da corrupção ou, no máximo, continuará sendo apenas um corredor, por onde os caminhoneiros tão somente passarão para encostar para dormir ou tomar cafezinho. Mais um duro golpe que iremos ter de engolir…*JornalistaAcesse: www.roraimadefato.com
Mais Colunas
Mais artigos
COLUNA ESPLANADA
Pressão silenciosa cobra Código de Conduta para ministros do STF
BRASÍLIA, QUINTA-FEIRA, 25 DE DEZEMBRO DE 2025 – Nº 4.278 Pressão necessária Nenhum grande empresário ou direção das associações empresariais – de industriais a banqueiros, de sindicatos a policiais – vai admitir em público, ninguém quer briga com um ministro togado. Todavia tem sido consenso em portas fechadas destas salas que o Supremo Tribunal Federal […]
AFONSO RODRIGUES
Dina, Nina e Tina
“Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorrega pelos olhos”. (Bob Marley)
JESSÉ SOUZA
Tensão segue na Venezuela enquanto refugiados reclamam das condições de abrigos
Enquanto a Venezuela vive, desde agosto passado, sob forte tensão devido às ameaças de invasão e movimentos militares dos Estados Unidos, a movimentação na fronteira brasileira segue intensa com centenas de venezuelanos deixando o país vizinho diariamente para ingressar no Brasil a partir de Roraima a fim de fugir do agravamento da crise. E […]
Shirley Rodrigues
Policia Civil e Forças Integradas reforçarão esquema de segurança no Reveillon do Parque Anauá
O objetivo é garantir r a tranquilidade e a segurança da população durante as festividades de fim de ano, quando, equipes de policiais civis, concentradas no 1º DP, serão mobilizadas e atuarão de forma integrada com as demais forças de segurança pública.