AFONSO RODRIGUES

Ignorantes por ignorar

“Todos somos muito ignorantes. O que acontece é que nem todos ignoramos as mesmas coisas”. (Einstein)

Ignorantes por ignorar Ignorantes por ignorar Ignorantes por ignorar Ignorantes por ignorar

Se não fossemos ignorantes não precisaríamos ir para as escolas. Nascemos assim e continuaremos assim até o final da jornada. Todos os dias e a cada instante há sempre algo novo que ignorávamos. Então não fique aborrecido, ou aborrecida, quando algum ignorante disser que você é ignorante. Afinal somos todos iguais. As diferenças estão no que ignoramos em nós mesmos e procuramos ver nos outros.

Que é o que vemos nas observações que devemos respeitar. Simples pra dedéu. Vamos prestar mais atenção às coisas que estão acontecendo à nossa volta e não sabíamos ou nem mesmo observávamos. Bem recentemente ouvimos pela televisão, notícias sobre pessoas que estão morrendo ou apenas sendo atingidas por pipas. Um assunto que nos ofende há décadas e décadas e ninguém tem suficiência para eliminar. Em mil novecentos e sessenta eu trabalhava no departamento técnico de uma grande indústria, no Rio de Janeiro. Um dos meus colegas de trabalho morreu, pela manhã, quando ia para o trabalho, com a garganta cortada pelo fio de uma pipa, em Bonsucesso. A causa da morte não foi ignorada. O problema foi que nada foi feito para proibir o uso do material usado nos fios das pipas, que é a causa das mortes. Sessenta anos depois, estamos assistindo às mesmas barbáries como se fosse uma novidade.

Na década dos anos setentas eu morava em São Paulo e frequentemente ia visitar minha família no Bairro de São Miguel Paulista. Bem próximo à casa de minha família, tinha um cidadão que fabricava balões enormes, sem nenhuma interferência do poder público. E o que mais me deixava chateado era que no meio das pessoas que cuidavam da produção estava uma pessoa que deveria estar proibindo a fabricação. E nada era feito às escondidas. Portas abertas e até, de certa forma, uma propaganda singela, sobre a fabricação. E os aeroportos já começavam a ter problemas com a presença dos balões enormes e bonitos. E se isso não é produto da ignorância generalizada, sinceramente, não sei o que é. O que ratifica o pensamento que somos todos ignorantes. Porque não vejo, nem eu nem você, alguém fazendo alguma coisa para proibir o crime disfarçado.

Vamos prestar mais atenção à fala do Victor Hugo: “Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos”. Vamos mudar nosso comportamento diante da ignorância ignorada e viver o que ainda não somos, deixando de lado a mania de considerar ignorante aquele que não conhece o que conhecemos. Porque, com certeza, ignoramos o que ele conhece. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460 

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.