Governo de Roraima contrata instituto ligado ao ministro André Mendonça

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Já faz alguns meses que fontes da Coluna vêm cantando a pedra de que algum movimento político paira em torno do ex-governador Neudo Campos no alto dos seus 79 anos. Esta hipótese foi alimentada por uma presença mais assídua nas redes sociais, seguida da participação mais constante em eventos públicos. Até que ontem, o próprio foi gravado em um vídeo com um depoimento de apoio ao médico Mauro Asato, que é pré-candidato ao Senado, fazendo os grupos de WhatsApp voltarem a elaborar teorias e mais teorias.

Ideologia

Em Roraima, as filiações partidárias nem sempre seguem o crivo ideológico. O que costuma pesar mesmo são as articulações pessoais e o contexto político do momento. Um exemplo recente é o da ex-deputada federal Joenia Wapichana. Comenta-se que ela deve se filiar ao PT para tentar voltar à Câmara dos Deputados, mas fontes dão conta de que a ex-parlamentar também foi sondada por siglas fora do campo da esquerda, inclusive uma de centro-direita. E, segundo apurou a coluna, Joenia teria sinalizado que não descartaria abrir mão da afinidade ideológica, dependendo de quem estiver no comando do partido. Será?

Desabafo

O reitor da Universidade Estadual de Roraima (Uerr), Cláudio Travassos, manifestou, em entrevista a um podcast, seu anseio de que a instituição seja reconhecida pelos seus feitos acadêmicos e não pelos escândalos de corrupção. A instituição virou alvo de investigação da Polícia Federal (PF) por suposto esquema que teria desviado mais de R$ 100 milhões. Travassos afirmou ainda que confia na competência do atual vice-reitor, o ex-procurador Edson Damas, para ajudar a reerguer a imagem da instituição.

Voos 1

Uma companhia aérea inaugurou nesta terça-feira (28) a rota mais longa do Brasil: Boa Vista–Guarulhos (SP). Um feito que deveria animar os roraimenses. Mas, como de costume, é difícil comemorar, pois entra uma rota nova, sai outra, e o Estado continua à mercê de uma oferta limitada de voos e passagens com preços astronômicos.

Voos 2

Recentemente, o Governo de Roraima anunciou a redução do ICMS sobre o combustível de aviação, numa tentativa de atrair novas rotas. Medida positiva, mas insuficiente. O Estado precisa de uma política mais ampla e atrativa para as companhias aéreas, capaz de compensar a distância geográfica e os altos custos operacionais do Norte. Com as eleições se aproximando, é hora de a população cobrar a classe política, embora a lógica da economia quase nunca é superada pela conveniência da política.

Seletivos 1

Nós comentamos por cá, recentemente, que o Ministério Público (MPRR) anda de olho na regularidade de processos seletivos conduzidos tanto na capital quanto no interior. O caso mais recente aconteceu em Bonfim, com a suspensão de um certamente para profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Pois agora, o órgão fiscalizador abriu uma investigação sobre possíveis irregularidades no processo.

Seletivos 2

É possível que este tipo de intervenção comece a deixar gestores de barbas de molho, já que investigações pretéritas mostram o quanto esse tipo de contratação -principalmente no interior, onde a investigação costuma ser menor – acaba sendo usada politicamente para beneficiar apaniguados em troca de apoio. É mais uma das tantas condutas que precisa ser abolida se quisermos um serviço público eficiente.

Remanejamento

Com uma boa margem para remanejar o orçamento como bem entende, os Diários Oficiais do Governo do Estado estão repletos de suplementações orçamentárias quase que diariamente. Mas uma delas chamou a atenção de leitores mais atentos. Em um decreto do último dia 23 de outubro, o Executivo remanejou R$ 1 milhão do Fundo Estadual de Cultura para ações de combate à Covid-19. Com o fim da pandemia decretado, a movimentação despertou curiosidade, afinal, mesmo para os cofres públicos, R$ 1 milhão é muita grana.

Rastreamento

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, determinou que o governo federal, o Congresso Nacional e o Poder Judiciário divulguem, em rádio, TV e internet, as novas medidas para rastreamento de emendas parlamentares. A decisão, publicada na segunda-feira (27), prevê que as campanhas sejam veiculadas entre dezembro de 2025 e março de 2026, incluindo emissoras públicas e privadas. Nestas últimas, o governo vai pagar pelas inserções. Em Roraima, dois municípios aparecem entre os citados em ações no Supremo, subsidiada por relatório da Controladoria Geral da União (CGU), por falta de transparência sobre o uso das emendas.

Consulta

Quem quiser saber mais sobre o polêmico licenciamento ambiental da Foz do Amazonas pode acessar todo o processo no SEI (Serviço Eletrônico de Informações) do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis). São quase 1,3 mil documentos sobre o pedido da Petrobras para perfurar um poço em águas profundas no Amapá, aprovado recentemente. E como sempre o Ministério Público Federal (MPF) já acionou a Justiça para impedir o começo da perfuração do poço, que é ainda apenas exploratório. Pobre País esse Brasil.

Cena 1

As secretarias estaduais de Educação e Desportos (Seed) e de Licitação e Contratos (Selc) contrataram o Instituto Iter S.A para ministrar curso de capacitação, na modalidade presencial in-company, intitulado “Nova Lei de Licitações e Contatos (Lei 14.133/2021 e Planejamento de Gestões de Obras Públicas”. Valor do contrato: R$ 273.600,00. O Iter, segundo divulgado recentemente pela mídia nacional, seria ligado ao ministro André Mendonça, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujo pedido de vistas paralisou o processo de cassação do governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas).

Cena 2

O Tribunal de Contas da União (TCU) condenou o Governo de Roraima a devolver para o Tesouro Nacional mais de R$ 2 milhões em decorrência de desvio de finalidade de verbas públicas durante a passagem da advogada Cecília Lorezon pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) pelo órgão. Cecília foi multada e teve sua inabilitação para exercer cargos públicos federais pelos próximos 12 anos. Mas, ela continua como secretária da Secretaria de Governo Digital.

Cena 3

Uma empresa baiana chamada Macaco Gordo – isto mesmo, Macaco Gordo -, pertencente a Francisco Kertész, que seria sócio, de Sidônio Palmeira o poderoso ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Lula da Silva (PT) ganhou um contrato de R$ 12 milhões da Caixa Econômica Federal (CEF) e da estatal Empresa Brasileira de Turismo (Embratur). Sidônio, que foi marqueteiro na ultima eleição, diz que não mexeu em qualquer pauzinho para a obtenção do contrato milionário com a empresa do sócio.