Depois da forte chuva de domingo e do tráfego intenso durante o feriadão do Dia do Trabalhador, mais uma ponte de madeira está com sua estrutura ameaçada na RR-203, a principal rodovia de Amajari que corta todo o município, a partir do trecho norte da BR-174, e finda na Vila Tepequém. Em toda sua extensão, de quase 100Km, são dez pontes de madeira e uma de concreto, as quais não passam por manutenção permanente.
No mês passado, antes do feriadão da Semana Santa, o governador Antonio Denarium foi à região fazer entrega de peixes para a população e foi alertado sobre a situação de uma dessas pontes, no Km 79, sobre o Igarapé Tucumã, determinando imediata providência para amarrar a estrutura de sustentação da ponte com cabos de aço a fim de evitar que desabasse até que a obra de reconstrução seja iniciada.
Nesta segunda-feira, 05, condutores de veículos gravaram vídeo mostrando outra ponte com sua estrutura comprometida, desta vez sobre o Igarapé Pau Baru, onde a enxurrada durante as chuvas é forte e o tráfego de veículo intenso, o que acelera danos em estrutura já comprometidas pela ação natural do tempo, uma vez que não há um serviço de manutenção permanente pelo Governo do Estado nem pela Prefeitura do Amajari.
As autoridades já têm conhecimento do que se passa lá. A vereadora Vasti Santos informou aos moradores ter comunicado a situação da ponte do Pau Baru às autoridades. Antes disso, o próprio governador retornou à região, na sexta-feira passada, dia 2, para inaugurar uma vicinal no Amajari, mas desta vez optou por ir de avião até a pista de pouso da Serra do Tepequém, evitando passar pelas pontes de madeira.
As pontes que não têm sua estrutura de sustentação comprometidas, visivelmente inclinadas, as demais apresentam danos por ataque de cupins e fungos, vigas em estágio avançado de apodrecimento e peças de madeira do tabuleiro danificadas, que representa outros riscos a condutores. A degradação só se amplia pela inexistência de manutenção, ameaçando a vida da população, dos trabalhadores e turistas que se dirigem para a Serra de Tepequém, que se consolidou como o principal ponto turístico de Roraima.
A maior das pontes de madeira, a que fica sobre o Igarapé do Paiva, na chegada à sede de Tepequém, há tempos precisa de manutenção, o que vem sendo alertado por moradores. Pelo deslocamento das peças do tabuleiro e visível afundamento, é possível afirmar que há comprometimento de pilares de sustentação. Com o tráfego constante de tratores, caçambas com massa asfáltica e carretas com materiais pesados, devido às obras que estão sendo realizadas na vila, os riscos são evidentes.
Como não há fiscalização, carretas transportando tratores continuam passando pelas pontes sem tomar conhecimento dos sérios riscos de desabamento. Talvez as autoridades só decidam agir com toda seriedade que o caso requer quando ocorrer uma tragédia. Com o recrudescimento do inverno, com fortes chuvas sendo registradas na região nesses últimos dias, a situação só se complica ainda mais. Ou seja, uma tragédia anunciada.
*Colunista