Às piranhasSob o estardalhaço midiático, prenderam o ex-prefeito de Uiramutã, a cidade mais isolada do Estado de Roraima, localizada dentro de uma terra indígena e que era comandada por um indígena, sem padrinhos políticos fortes. Executaram a prisão dentro do que manda a legislação, por ter sido acusado de sumir com bens e documentos da prefeitura. E o prenderam de forma tão veloz que surpreendeu os céticos da lei, da política e da política.A realidade de Uiramutã é a mesma da maioria dos municípios roraimenses, pobres de arrecadação e empobrecidos por causa dos ataques sistemáticos dos corruptos, que vão do prefeito às lideranças políticas, que não se fazem de rogados para sugar as tetas das vacas magras, e até os coronéis da política, que também tiram seus nacos das verbas resultantes de emendas parlamentares e convênios com recursos federais.Porém, a mesma velocidade e essa eficiência usadas para prender e passar Uiramutã a limpo não são adotadas nos demais municípios onde há padrinhos políticos, coronéis com seus currais e parlamentares com suas fartas emendas que alimentam a bandalheira geral.Até no Município de Iracema, onde o prefeito é um delegado da Polícia Civil e que transmite seus feitos nas redes sociais, ainda não se viu ninguém preso e acossado pelas garras da Justiça. E a sociedade espera mesmo que, por lá, as coisas sejam passadas a limpo e que esse sentimento de combater as irregularidades se irradie pelos demais municípios ao longo da BR-174 e da BR-210, no Sul e Sudeste de Roraima.Mas, pelo que se vê na realidade brasileira, dificilmente haverá interesse em abrir a “caixa-preta” das cidades comandadas pelas mesmas máfias estabelecidas em todos os níveis de governo, onde o coronel que fala grosso no comando da política é o mesmo que mantém esses esquemas nos municípios e apadrinha prefeitos que gostam de mexer com o bem público e de misturar sua conta corrente com o dinheiro público.Como não há interesse em mexer nesse vespeiro que existe nos principais municípios, vão jogando um boi às piranhas enquanto os demais atravessam esse caudaloso rio da corrupção. E quem paga essa amarga conta são os munícipes, jogados ao descaso, com os serviços essenciais precários, salários dos servidores atrasados, prefeituras saqueadas e sucateadas, além de dívidas intermináveis para o contribuinte pagar.*[email protected]: www.roraimadefato.com
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