Opinião

Opiniao 19 02 2019 7715

Dia Mundial do Gato: dicas e cuidados para quem quer ter um felino como bicho de estimação

René Rodrigues Júnior*

Comemorado no dia 17 de fevereiro, o Dia Mundial do Gato foi criado com o objetivo de promover uma campanha contra os maus-tratos de felinos. De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o País tem aproximadamente 22,1 milhões de gatos nos lares brasileiros.

Com o rápido desenvolvimento das cidades, as casas e apartamentos estão sendo construídos com metragens cada vez menores. Com isso, muitas pessoas que desejam ter um animal de estimação acabam optando pelo gato, que é considerado um animal mais tranquilo e que se adapta facilmente em pequenos locais. Porém, muitos acabam adquirindo um gato sem planejamento, até mesmo por conta do pensamento de que eles se viram sozinhos. É preciso preparar o lar para receber esse felino, além de conhecer as necessidades da espécie.

Uma das principais características do gato que é importante entender é seu instinto de caçador, e a necessidade de repor as energias. Por isso, respeitar a hora de descanso do bichano é fundamental, já que ele chega a dormir uma média de 16h por dia. Além disso, ele é um animal territorial, ou seja, não faz questão de muita companhia e defende o local onde habita. 

Para ter um gato feliz, é preciso realizar algumas adaptações na casa ou apartamento para que seja o mais atrativo possível para ele. Gato não é como cachorro, onde você joga um brinquedo e ele sai correndo para buscar, ou até mesmo que precise sair na rua para passear. Bastam 15 minutos de distração e brincadeiras para que o animal se dê por satisfeito.  

Uma dica importante é com relação ao alimento, que as pessoas costumam deixar disponível em potinhos pela casa. Porém, como o gato tem um instinto de caçador, é interessante criar certa dificuldade para que ele se alimente. O uso de comedouros inteligentes para gatos pode ajudar nessa questão e ainda ajuda na manutenção do peso. 

Para aqueles gatos que são criados mais soltos, que transitam pela casa e pela rua, é importante ficar atento, pois podem acabar brigando com outros animais. O problema disso é que eles podem contrair alguma doença infectocontagiosa como a FIV (Aids felina) e a leucemia. Além disso, o gato pode levar para dentro de casa ectoparasitas, como as pulgas e carrapatos, e acabar transmitindo algum tipo de zoonose para os seres humanos.

Um dos maiores tabus que envolvem os gatos é com relação ao medo da água, já que são conhecidos por não gostarem. Na verdade, os bichanos gostam de água, o que eles não gostam é de beber água. Para isso, existem bebedouros estilo “fonte” que, devido ao movimento da água, estimulam seu consumo. 

Aproveite cada minuto ao lado do seu gato, pois ele é capaz de proporcionar momentos de pura alegria e tranquilidade. Cuide bem do seu amigo!

*Médico veterinário da Magnus, fabricante de alimentos para cães e gatos

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Depois de Portugal

Walber Aguiar*

“Em cada despedida, um final, em cada reencontro, um recomeço.”

Dizem que o porto é sempre o lugar dos encontros e despedidas, dos começos e recomeço, dos encontros, desencontros e reencontros. Dizem que o porto é um lugar alimentado de sorrisos e lágrimas, de céu e chão, de dor e alívio. Que começamos a morrer exatamente ao nascermos, que os acenos de despedida nunca são eternos, que a figura da morte aparece a cada despedida.

Entretanto, na vida de retinas tão fatigadas, entendemos que os portos ficam pra trás e ressurgem. Que o Porto foi o lugar onde se deu o mais fascinante encontro de minha vida. Um avião, um pouso, uma espera. Um dia pra se pensar todos os dias, todos os dias pra se sentir, todos os sentimentos pra se perceber, todas as percepções pra se tocar, todos os toques pra se sentir vivo, toda a vida pra esperar um recomeço. Aí temos o ciclo de tudo que é do cachorro tentando morder o próprio rabo. Temos o desejo cumprido, o favor recebido, o coração entregue.

Assim acontece com quem conhece Portugal. Com quem se encanta com a geografia lusitana, com a casa de Fernando Pessoa, no velho poema em linha reta, cheio de curvas e tortuosidades da palavra poética. Assim ocorre com o romantismo de Garret, com a dramaticidade de Florbela Espanca, com a sonoridade eterna de Luís de Camões.

Assim acontece com quem se despede da paixão ibérica, das catedrais gigantescas e seus sinos que se dobram à poesia e ao sentimento, à celebração do existir e à transcendência do crer e do mirar a face de um Deus piedoso e santo, que, mesmo não habitando em templos feitos por mãos humanas, parece flutuar nas naves suntuosas que carregam obras de arte sacra, que portam mistérios feitos de concreto e concreção histórica.

Ora, não há despedida quando a alma carrega as mais profundas e significativas lembranças, não há despedidas entre o olhar e o objeto do desejo da retina, não acontece o adeus entre aqueles e aquilo que se ama. Entre arcos construídos e flechas retesadas, entre festas e brincantes, entre o que se come e o objeto da paixão gastronômica. Não se despede, pois da fé, da esperança e do amor. Não se desvencilha completamente daquilo que foi contemplado, vislumbrado, longamente visto, profundamente admirado.

Agora, estou pronto pra ir, mas sem deixar, pronto pra deixar pra trás, mas sem desvincular do coração que deseja, da alma que se encanta.

Depois de Portugal, a vida nunca mais será a mesma. Principalmente, porque, nesse Porto e nesses portos da dor e da distância, encontrei o amor e a proximidade…

*Advogado, historiador, poeta, professor de filosofia, Conselheiro de Cultura e membro da Academia Roraimense de Letras.

E-mail: wd.aguiar @gmail.com

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Colhemos o que plantamos

Marlene de Andrade*

“Ouça, meu filho, a instrução de seu pai e não despreze o ensino de sua mãe.” (Provérbios 1:8)

Há pessoas que são contra a diminuição da maioridade penal e ainda afirmam que o problema do Brasil é a educação que é precária. Dizem também que faltam escolas e que não há necessidade de aumentar o número de prisões. Que o ensino na rede pública é péssimo é mesmo verdade, mas todos nós devemos entender que nossas crianças não necessitam só de didática e de conteúdos programáticos oriundos dos ensinos escolares e, sim, dos pais que os ensinem os princípios da moral e dos bons costumes e acima de tudo que os ensinem a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Ocorre que, infelizmente e na maioria das vezes, os pais tentam terceirizar essa tarefa tão importante de educar aos professores da escola. Que eq
uívoco! Sendo assim, cadê os pais nessa história cotidiana onde vemos adolescentes assassinando, estuprando, roubando e furtando? Cadê esses pais omissos que não estão educando seus filhos?

A criança é uma pedra bruta que precisa ser talhada aos poucos e com muita paciência pelos pais, mas se lhes faltam a habilidade de escultores, lógico que a criança vai se perder, literalmente, pelas ruas e vielas da vida.

Não adianta ministrar só academicismo, didática, teorias e assuntos abstratos às crianças e aos adolescentes, pois esses valores não trabalham a questão da moral e dos bons costumes. O que os filhos precisam é estar inseridos em uma família funcional e temente a Deus. Há pessoas que nunca foram à escola e, no entanto, se tornaram pessoas de bem devido à educação que receberam em casa.  

Além do mais, se a família está desorganizada e destruída, claro e evidente que o governo tem que construir cadeias, sim, pois pessoas inocentes não podem sofrer dano algum devido aos erros de pais negligentes que em vez de  estarem criando pessoas, estão criando monstros.

Será que é justo uma pessoa ser barbaramente esfaqueada para ser roubada e vir a óbito e tal fato ficar impune? Mas, vejam bem, não falo de depósitos humanos, defendo a ideia de um sistema prisional humanizado e restaurador de vidas humanas.

Seja menor ou maior, deve pagar pelos seus crimes sim. Que negócio é esse de querer responsabilizar o Estado pelas iniquidades dos filhos? O Estado não tem obrigação de educar filhos de ninguém. Sendo assim, a educação de nossos filhos e/ou netos nada tem a ver com escola e isso deve ficar muito claro para todos nós. Cabe aos pais instruir os filhos e serem os discipuladores deles, pois, em primeiríssimo lugar, essa deve ser tarefa deles e não dos professores da escola.

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT

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A união faz a força

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“De nada vale tentar ajudar aqueles que não se ajudam a si mesmos.” (Confúcio)

Mas não podemos escolher os que querem entre os que não querem. São grupos distintos, mas de difícil identificação. O que nos faz responsáveis por nós mesmos, na hora da ajuda. Não temos por que ficar tentando escolher quem vale ou não vale, quem merece ou não. Afinal, ajudando estamos fazendo nosso papel. Mas não vamos complicar. O mundo está, para a visão da nossa época, caindo no lamaçal do desastre. Outra preocupação que está preocupando mais quem conhece o passado. A corrupção, a ladroagem, o desrespeito dos Poderes com o público, tudo faz parte do balaio de caranguejo em que nos meteram no Brasil. E isso porque não me aventuro a falar dos problemas de outros países. São problemas deles. O que me preocupa, e muito, é que como país sempre ficamos escondidos detrás da porta, esperando que os outros nos dissessem o que deveríamos fazer.

Faz mais de vinte anos que falei, aqui, na Folha, de quando eu era criança e meu pai, marceneiro, comprava a lima americana, para afiar o serrote, porque a lima brasileira era ordinária. Sempre fomos assim. Lojas e bares atuais preferem um título norte-americano. Os produtos nos supermercados têm mais títulos norte-americanos do que brasileiros. E se isso lhe parecer boboquice, cuide-se. Observe que quando você vai fazer um teste para um emprego, ninguém está nem aí para o seu linguajar português; mas se você não souber falar inglês, está desclassificado. Estou exagerando, não, cara. Quantas camisetas você encontra pela rua, todos os dias, com frases em inglês e quem veste a camiseta nem entende? Já prestou atenção a isso? Refletiva.

Mas o mais importante é que não vejamos isso com discriminação. Apenas como exemplos corriqueiros, mas que devem ser levados em consideração. Continuamos detrás da porta. E os exemplos que tivemos disso vêm se arrastando por muitas décadas. Não estamos respeitando o Brasil que temos. “Brasil, esse colosso imenso, gigante de coração de ouro e músculos de aço. Que apoia os pés nas regiões Antárticas, e que aquece a cabeleira flamejante na fogueira dos Trópicos. Colosso que se estendesse mais um pouco os braços, iria buscar a neve dos Andes, para com ela brincar nas praias do Atlântico.”

Vamos amar esse Colosso Imenso. Vamos banir dos Poderes públicos toda essa cambada de criminosos que destrói o valor que temos. Temos e não sabemos que temos, por termos sido mal educados durante todo esse imenso período de desmandos. Vamos cuidar da nossa Educação. Sem ela não seremos mais do que ninguém. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460