O vazio sanitário da soja em Roraima terá início no dia 19 de dezembro e seguirá até 18 de março. Serão 90 dias de duração, e durante este período fica proibida a manutenção de plantas vivas de soja no campo.
O objetivo é impedir a propagação da ferrugem asiática nas áreas produtivas, interrompendo o ciclo de produção dos esporos do fungo.
A ação faz parte do programa de Controle de Ferrugem Asiática de Roraima, uma determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Desde a implementação, foi criado um cadastro de todos os produtores de soja do estado, permitindo adoção de medidas para garantir a sanidade na produção.
O presidente da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Marcelo Parisi, destacou o crescimento expressivo da produção de soja no estado. “A previsão da safra 2023/2024 é que ultrapasse 140 mil hectares de soja. Essa é uma estimativa bastante plausível, caso acompanhe a evolução dos últimos anos. Vale ressaltar o apoio e o empenho do governador Antonio Denarium, que vem incentivando muito o agronegócio”, afirmou Parisi.
O que é Vazio Sanitário?
O vazio sanitário da soja é o período no qual o cultivo de soja e a presença de plantas vivas da cultura no campo são proibidos, independentemente da fase de desenvolvimento. Segundo a Embrapa, a estratégia busca interromper o ciclo do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, uma das principais pragas da soja.
De acordo com o diretor de Defesa Vegetal da Aderr, Marcos Prill, a ferrugem asiática provoca a desfolha precoce da planta, impedindo a formação completa dos grãos e reduzindo a produtividade. “O principal dano dessa praga é a desfolha precoce, impedindo a completa formação dos grãos, com consequente redução da produtividade”, explicou Prill.
O controle químico com defensivos agrícolas autorizados pelo Mapa tem mostrado eficiência no combate à praga. No entanto, o uso contínuo dos defensivos pode favorecer a resistência do fungo aos produtos. “Portanto, a quebra do ciclo da praga é a forma mais eficiente para reduzir a resistência da praga aos fungicidas”, alertou o diretor.
Ferrugem asiática em Roraima
A ferrugem asiática foi detectada no Brasil pela primeira vez em 2001 e chegou oficialmente a Roraima em 2021, conforme laudo do Ministério da Agricultura. A praga foi identificada em propriedades no município de Alto Alegre, com a confirmação realizada por um laboratório oficial credenciado pelo Mapa.
O presidente da Aderr, Marcelo Parisi, afirmou que o estado está mobilizado para o controle da praga. “Estamos atentos e preparados para realizar todas as ações necessárias ao combate da praga”, garantiu.
A detecção da ferrugem em Roraima ocorreu durante uma inspeção de rotina nas lavouras. Técnicos da Aderr, com o apoio de produtores rurais, coletaram amostras de folhas de soja com sintomas da doença. A confirmação da praga foi feita por análise laboratorial, que atestou a presença do patógeno nas amostras.
