Agro

Os benefícios do Sistema Agroflorestal de cultivo

Folha conheceu uma cooperativa no Pará que é referência nesse modelo agrícola

Os benefícios do Sistema Agroflorestal de cultivo Os benefícios do Sistema Agroflorestal de cultivo Os benefícios do Sistema Agroflorestal de cultivo Os benefícios do Sistema Agroflorestal de cultivo
Sistema agro florestal com plantio de cacau, açaí e bacuri (Foto: Dina Vieira/FolhaBV)
Sistema agro florestal com plantio de cacau, açaí e bacuri (Foto: Dina Vieira/FolhaBV)

Sistema Agroflorestal (SAF) é uma forma de uso e ocupação do solo em que árvores são plantadas ou manejadas em associação com outras culturas agrícolas. SAFs otimizam o uso da terra, conciliando a preservação ambiental com a produção de alimentos, conservando o solo e diminuindo a pressão pelo uso da terra para a produção agrícola. Podem ser utilizados para restaurar florestas e recuperar áreas degradadas.

Na cidade de Tomé-Açu, no Estado do Pará, esse modelo de cultivo tem se tornado referência. A reportagem da Folha esteve na região e conheceu o trabalho da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), que desde a década de 1970 vem explorando esse tipo de manejo.

Quando implantado na região, predominava a monocultura decadente da Pimenta-do-Reino. O Sistema é inspirado na vivência dos povos ribeirinhos, habitantes das margens dos rios da Amazônia, que plantavam em seus quintais o policultivo de árvores frutíferas e florestais, imitando a Floresta.

Segundo a Camta, foram testados mais de 200 modelos agroflorestais ao longo do tempo, consorciando-se com várias espécies, tais como: banana, maracujá, acerola, açaí, cupuaçu, seringa, castanha do Brasil, andiroba, bacuri, uxi, mogno, etc.

Os cultivos mais promissores foram reaplicados com definição agronômica de espaçamentos, combinações harmoniosas de plantas frutíferas e florestais, estabelecendo, em Tomé-Açu, os referenciais de marco da permanência da colonização japonesa, refazendo a paisagem de onde haviam vastas plantações de pimenta-do-reino, havendo, hoje, um mosaico de plantações agroflorestais, considerado um verdadeiro laboratório agroflorestal.

Na propriedade de Orleans Mesquita, que atua como coordenador do Conselho Fiscal da Camta, estão plantados açaí, cacau e bacuri. “Com esse sistema, o produtor tem mais tranquilidade, pois consegue ver rentabilidade em mais de um produto. Além disso, esse modelo é eficiente para a nossa região amazônica onde o calor intenso pode prejudicar a plantação”, explicou.

A disseminação do Safta (Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu) tem promovido a melhoria na qualidade de vida das comunidades envolvidas, sendo a cultura do cacau responsável pela base econômica regional, assegurando, deste modo, uma produção contínua, respeitando-se a cultura e os hábitos alimentares locais, e assim garantindo a comercialização dos produtos gerados na cadeia de produção contínua e sustentável.

Orleans Mesquita juntamente com a técnica agropecuária Larissa e o representante comercial da CAMTA, Emerson Tsunoda (Foto: Dina Vieira)

A Camta conta atualmente com 160 cooperados que vão desde pequenos agricultores familiares até empresariais. A cooperativa também possui uma agroindústria que gera mais de 10 mil empregos diretos e indiretos.

“Com a agroindústria fazemos a comercialização da Pimenta-do-Reino, Amêndoas de Cacau, Óleos vegetais nobres e 15 sabores de polpas de frutas tropicais a nível nacional e internacional”, explicou a técnica em agropecuária Larissa Silva.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.