Abertura oficial no campo ocorreu nesse sábado, na Fazenda Ouro Verde, em Alto Alegre. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Abertura oficial no campo ocorreu nesse sábado, na Fazenda Ouro Verde, em Alto Alegre. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Com 132 mil hectares plantados, um aumento de 16 mil hectares em relação ao ciclo anterior, e previsão de 450 mil toneladas, Roraima deu início neste fim de semana à colheita da safra de soja de 2025 em evento na Fazenda Ouro Verde, no município de Alto Alegre.

Segundo o presidente da Aprosoja Roraima, Murilo Ferrari, o clima favorável neste ano tem contribuído para a expectativa de alta produtividade. “Quanto mais produção houver, mais renda, emprego e divisas para o estado e municípios”, destacou. Ele ressaltou ainda que há potencial para expandir a produção em áreas degradadas do lavrado, aproveitando terrenos que anteriormente não eram utilizados.

Presidente da Aprosoja Roraima, Murilo Ferrari, em entrevista à Folha. (Foto: Nilzete Franco)

O produtor rural Álvaro Calegari também avaliou positivamente o crescimento do setor no estado. “Apesar do Brasil passar por uma crise de oferta, Roraima cresce cerca de 20% a 30% ao ano, embora esse ritmo possa diminuir. Esse crescimento é importante para gerar emprego e bem-estar à população local”, afirmou.

Desafios logísticos e perspectiva para insumos

Produtor rural Álvaro Calegari. (Foto: Wenderson Cabral)

Calegari destacou que a região enfrenta desafios logísticos, principalmente pelo custo do transporte de insumos, que vêm do Sudeste e Nordeste do país, o que encarece a produção. Ele afirmou que há expectativa pela instalação de unidades de misturadoras de fertilizantes em Manaus e Santa Inês, além do aproveitamento da rota pela Guiana, o que poderia reduzir custos.

Sustentabilidade no lavrado e apoio aos agricultores

A abertura da colheita da soja em 2025 foi dividida em dois dias. No dia 8, foi realizada uma palestra técnica destinada aos produtores rurais, promovendo atualização e troca de conhecimento sobre manejo e sustentabilidade no cultivo da soja em Roraima. (Foto: Raiza Garcia/FolhaBV)

Na questão ambiental, Murilo Ferrari enfatizou a preocupação com a sustentabilidade. “Na região do lavrado, o cultivo não utiliza fogo no manejo, preservando áreas de proteção permanente e reserva legal”, explicou. O produtor Álvaro Calegari reforçou o cuidado com a preservação, informando que cerca de 25% da área do lavrado permanece preservada, mesmo com legislação que permite maior desmate. “A queimada não faz parte do uso agrícola aqui”, disse, destacando ainda a qualidade da água do Rio Branco.

O governador Antonio Denarium participou do evento e ressaltou o crescimento da produção agrícola em Roraima, que já supera a soma de dez estados brasileiros. Ele anunciou que a safra de milho, soja e arroz deve ultrapassar 700 mil toneladas neste ano.

Durante a cerimônia, foram entregues títulos rurais simbólicos, reforçando a regularização fundiária no estado. Denarium afirmou que essas ações garantem segurança jurídica aos produtores e atraem investimentos. Ele destacou a parceria do governo com instituições como SEBRAE, Embrapa e Secretaria de Agricultura para oferecer assistência técnica.

O governador também mencionou que a exportação da produção utiliza os portos de Manaus e Georgetown, na Guiana, incluindo a comercialização de farelo de soja para países vizinhos, além da importação de fertilizantes pela rota guianense.

Sílvio Silvestre de Carvalho, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima. (Foto: Nilzete Franco)

Sobre a capacitação da mão de obra, Sílvio Silvestre de Carvalho, presidente do Sistema Faerr/Senar -que reúne a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima (FAERR) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR)- lembrou que “a qualificação dos trabalhadores no campo é fundamental para o desenvolvimento sustentável do setor. Investimos em treinamentos que ampliam o conhecimento técnico e melhoram a produtividade, garantindo que a agricultura em Roraima se fortaleça cada vez mais”.

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Para fechar a abertura da colheita, Murilo Ferrari reforçou o otimismo com o futuro da soja no estado. “Estamos construindo uma fronteira agrícola que alia produtividade e respeito ao meio ambiente. Roraima tem tudo para se consolidar como um dos maiores produtores do Brasil.