Ao completar 37 anos como unidade federativa, Roraima celebra conquistas que consolidam a agropecuária como um dos principais motores da economia local. Dados solicitados pela Folha ao Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater) mostram avanços expressivos na agricultura, pecuária e projetos de diversificação entre janeiro e setembro de 2025.
O programa Grãos Roraima é hoje a maior iniciativa de agricultura familiar e indígena do país, atendendo 32,3 mil agricultores em 2024 e 2025 e contabilizando mais de 422 mil assistências técnicas. Em 2024, arroz, milho e soja somaram 152,5 mil hectares plantados, crescimento de 168,1% desde 2018, com colheita de 640 mil toneladas – marca que coloca o Estado como a fronteira agrícola em maior expansão no Brasil.
A diversificação também avança. Em 2025, foram cultivados 183 hectares de cacau, beneficiando 145 produtores, além de 368 hectares em áreas indígenas. Na pecuária, o Programa Roraima Mais Leite soma 667 produtores cadastrados e 201 beneficiados, com a entrega de mais de mil vacas e produtividade média de até 10 litros por dia no Sul do Estado. O rebanho bovino ultrapassou 1 milhão de cabeças neste ano, e a piscicultura já projeta produção de 15,5 mil toneladas de tambaqui.
Bonfim em destaque
A Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi) destacou que Bonfim se consolidou como polo estratégico da produção. Em 2024, o município assumiu a liderança estadual na soja, com 154 mil toneladas e movimentação de R$ 309 milhões, superando Alto Alegre, que havia liderado no ano anterior. Bonfim também manteve a produção de milho como destaque, com 28 mil toneladas, e o arroz em seguida, com 37 mil toneladas.
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Outros municípios também se sobressaíram. Caroebe segue como principal produtor de banana, com 17 mil toneladas em 2024, e Uiramutã se tornou líder na mandioca, com 10 mil toneladas, ultrapassando Cantá.
Crescimento acelerado em sete anos
Em 2025, a agricultura roraimense atingiu 132,4 mil hectares de área plantada, com expectativa de safra superior a 500 mil toneladas. Entre 2018 e 2025, a área cultivada saltou de 56,8 mil para 163,2 mil hectares – um aumento de quase 200%.
A soja é o carro-chefe do setor: em sete anos, passou de 37,6 mil hectares para mais de 132 mil, com produtividade que deve alcançar 62,9 sacas por hectare neste ano. O milho avançou de 9,1 mil para 17,7 mil hectares, e o arroz de 10 mil para 13,3 mil hectares.
Segundo a Seadi, os resultados refletem políticas públicas e programas como o Rota dos Grãos, realizado em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que servem de base para planejamento e atração de investimentos.
