Menos dependência externa

Plano Nacional de Fertilizantes deve ser revisado por novo Conselho

A principal tarefa será revisar, debater e implementar o plano para reduzir a dependência externa

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Em 30 anos, o Brasil passou de uma safra de 100 milhões para quase 300 milhões de toneladas de grãos (Foto: Estadão Conteúdo)
Em 30 anos, o Brasil passou de uma safra de 100 milhões para quase 300 milhões de toneladas de grãos (Foto: Estadão Conteúdo)

O novo Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert) deve planejar formas de aumentar a produção nacional de fertilizantes no Brasil. A busca por menor dependência externa do produto foi assunto principal da reunião realizada ontem (14), em Brasília.

Atualmente, de acordo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria Comércio e Serviços (MDIC), 85% dos fertilizantes usados nas plantações brasileiras são importados. A meta-síntese do PNF é que essa dependência caia pela metade até 2050. No entanto, há dificuldades.

“O Brasil é o maior produtor mundial de proteína animal e vegetal e é um grande desafio para gente fortalecer a indústria de fertilizantes”, disse o ministro do MDIC, Geraldo Alckmin. O ministro ainda lembrou que a pandemia de Covid-19 mostrou que é preciso aderir ao princípio da precaução para situações de dependência externa. A guerra na Ucrânia também mostrou a possibilidade de falta de fertilizante no país.

“Isso vale também para o agronegócio. O Brasil, sendo o grande celeiro do mundo, [é preciso saber] como é que a gente faz para, ao longo do tempo, ir ficando menos dependente, fortalecendo a indústria local de fertilizantes”, comentou.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que também participou da reunião, lembrou que o país não tem uma política de fertilizantes há anos. “O objetivo é conseguir finalmente sair da inércia em que nos colocamos nos últimos tempos“, afirmou Prates.

Para mudar a situação, o Grupo do Trabalho deverá entregar a revisão do PNF, a partir das diretrizes do decreto que reestruturou o conselho. O prazo é de 90 dias.

A Confert também debateu a necessidade da criação de um centro de excelência de fertilizantes. (Foto: reprdução/MDIC)

A fórmula NPK como proposta

A maior parte dos fertilizantes químicos são produzidos a partir do Nitrogênio, do Fósforo e do Potássio, conhecidos pela sigla NPK. O fósforo e o potássio são encontrados em rochas e minerais, enquanto o Nitrogênio é produzido a partir de uma fonte de energia, sendo o gás natural a mais comum. A combinação desses elementos, segundo os estudos, dá origem a nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento da planta.

Os maiores produtores e exportadores da fórmula NPK são Rússia, China, Estados Unidos, Canadá, Marrocos e Bielorússia. O Brasil, pelo tamanho de sua agricultura, está entre os maiores consumidores.

Outros temas

Os debates da reunião do Confert destacaram a necessidade de o país aumentar a oferta de gás natural para a produção de compostos nitrogenados e de pesquisar e explorar possíveis reservas de fósforo e potássio, com respeito a questões ambientais e sociais. Além da criação de um centro de excelência de fertilizantes e o uso de pó de pedra em substituição ao potássio em alguns compostos.

Participaram da reunião, o vice-presidente e ministro do MDIC Geraldo Alckmin, os ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Os presidentes da Petrobras, Jean Paul Prates, da CNI, Robson Andrade, e representantes de demais ministérios e entidades que compõem o Conselho também estiveram presentes.

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