Fabricado em Boa Vista com matéria-prima regional, o óleo vegetal refinado da Agroindustrial Serra Verde foi apresentado nesta quinta-feira (24) à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Envasado em embalagens de 5 e 20 litros e pronto para o consumo, o produto representa o maior projeto do tipo fora da área da ZFM e o único aprovado em Roraima com base em insumos locais.
Além de reforçar a capacidade de industrialização do estado, a iniciativa também marca um novo ciclo para a empresa, que já havia se consolidado no processamento de óleo degomado, voltado à indústria. Agora, com a versão refinada, a empresa entra com força no mercado consumidor, buscando competitividade no Norte do Brasil e nas rotas de exportação para países da América do Sul e Europa.
“Já tínhamos o óleo degomado, de uso industrial. Agora temos o óleo refinado, pronto para consumo e em embalagens voltadas ao mercado, como restaurantes, hotéis e fazendas. Com isso, agregamos mais valor ao produto e à cadeia produtiva como um todo”, afirmou Felipe Castro, diretor da empresa.
Segundo ele, as novas embalagens foram pensadas para atender demandas logísticas específicas, com foco na redução de custos e aumento da eficiência na distribuição. A empresa já começa a avançar também no mercado atacadista e em operações de exportação.
“Esse produto tem saído com bom desempenho nos mercados de Roraima e Amazonas, e deve ganhar espaço nos atacadistas e exportações. Atualmente, há frentes de exportação enviando farelo de soja para Iquitos, no Peru, via Tabatinga, utilizando a logística da Bertolini, com destino final à Europa. Além disso, há o escoamento de óleo degomado que segue para o estado do Pará, onde é transformado em biodiesel em parceria com a empresa Atem”, explicou Castro.
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Papel estratégico de Roraima
Durante a visita institucional, a Suframa destacou o papel estratégico da localização de Roraima no contexto do comércio exterior, além da importância da iniciativa da Serra Verde como exemplo de interiorização dos benefícios da Zona Franca. O superintendente da autarquia, Bosco Saraiva, defendeu que o projeto pode abrir caminhos para outros empreendimentos com base local.
“Vocês têm aqui uma porta muito mais próxima para abrir para as exportações, e mais desburocratizada, porque o Itamaraty está presente em nossa estrutura de apoio. A Suframa está à disposição para contribuir com esse avanço produtivo de Roraima”, destacou Saraiva.
Na reunião, Felipe Castro também dialogou com a equipe técnica sobre novas exigências regulatórias e atualizou informações do projeto junto à autarquia. A planta industrial em Boa Vista recebeu um investimento adicional de R$ 30 milhões para a produção refinada. Em 2024, a empresa registrou um faturamento de R$ 200 milhões, com estimativa de que até 60% da margem de contribuição passe a ser gerada pelo novo produto.