Cotidiano

Professores de escolas indígenas denunciam falta de material escolar

De acordo Elieseu Xirixana, falta lápis, caderno, borracha; O espaço vazio nas fotos com armários representaria a situação das comunidade

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Os professores das escolas indígenas Yanomami denunciaram à FolhaBV a falta de material básico para os alunos. Segundo eles, desde janeiro pedem suporte à Secretaria de Educação e Desporto (Seed) e ao Departamento de Educação Escolar Indígena (Deei) para conseguir oferecer o serviço às crianças das comunidades de Alto Mucajaí, Baixo Mucajaí, Uxiú, Pewaú, Apiaú, Palimiu, Halikato, Budu, Helebe, Kayanaú, todas em Terras Yanomami.

As informações foram passadas pelo professor e vice-presidente da Associação Texoli, Eliseu Xirixana. O líder indígena informou que os professores pendem material como caderno, lápis e borracha para os alunos, que a situação é precária e pouco investimento é feito para as salas de aula das comunidades.

“Nós estamos pedindo material escolar desde o início deste ano. Quando a gente vem pra cá a gente não recebe material escolar para trabalhar na escola. Aí ficam dizendo a gente não [tem que] depender do professor ou que o professor tem que trabalhar na sala de aula, mas, para dizer a verdade, como é que nós temos que estar na sala de aula sem caderno, sem papel, sem nada? A escola está vazia!”, disse. 

Em fevereiro, os professores Yanomami tiveram uma reunião com o secretário de educação, Nonato Mesquita, e a então diretora do Deei, Irisnaide Souza. Na ocasião, eles pediram merenda escolar, lousas, formação para professores, melhorias na estrutura física das escolas e implantação da modalidade de ensino EJA (Educação de Jovens e Adultos), além do material didático.  

“O secretário Nonato de pronto atendeu as demandas referente às lousas e material didático (caderno, lápis, borracha), autorizando a entrega pelo setor responsável”, informou a divulgação do Governo.


Xirixana informou que os professores ainda acompanharam o Departamento de Educação Indígena em visita às comunidades em fevereiro. (Foto: reprodução/Elieseu Xirixana)

Em março, Xirixana e a associação procuraram a FolhaBV para se manifestarem contra uma possível mudança na Seed, que não ocorreu. Na entrevista, o líder indígena afirmou que as nove escolas do território Yanomami estiveram abandonadas ao longo dos últimos cinco anos, e as lideranças nunca foram recebidas na gestão anterior, e que, após a reunião do mês anterior, foram encaminhados materiais, merenda e geladeiras às escolas da região.

Os materiais teriam sido encaminhados com mediação de Irisnaide, que não é mais diretora. O cargo do departamento agora é ocupado por Leonardo Pereira. 

“Se ela continuasse, seria muito melhor porque agora nós estamos numa precariedade, o aluno precisa receber as aulas dentro das escolas Yanomami e o professor está pedindo material escolar. Os outros professores já foram embora sem levar nenhum material escolar, nem um pedaço de borracha sequer. É por isso que eu estou revoltado, está difícil, estamos abandonados e sem assistência”, destacou.

Eliseu Xirixana informou por ligação que já esteve em outras reuniões com a Seed para pedir auxílio paras as escolas indígenas da região Yanomami, mas sem boas notícias. A FolhaBV entrou em contato com a Secretaria de Educação para manifestar o que teria ocorrido e ocasionado a falta de material didático às escolas. Até a publicação dessa matéria não resposta e o espaço segue aberto. 

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