Polícia

Policia Federal realiza operação para combater o tráfico internacional de mulheres

Foi concedido mandado de busca é apreensão em cinco estabelecimentos distintos, em que foi verificado que havia a prática da prostituição

Na noite de ontem, 15, no bairro Caimbé, a Policia Federal (PF) realizou a Operação La Sombra, a ação visa combater o tráfico internacional de mulheres vindas da Venezuela e Guiana Inglesa, que eram aliciadas e exploradas sexualmente aqui em Boa Vista.

A investigação vem sendo feita há dois meses e originou-se de denuncias de locais que exploram a prostituição estariam trazendo estrangeiras e que possivelmente estavam tendo seus passaportes retidos ou até sendo coagidas e mantidas em cárceres privados.

Foi concedido mandado de busca é apreensão em cinco estabelecimentos distintos, em que foi verificado que havia a prática da prostituição. Nos locais foram encontradas cerca de 20 mulheres com idade entre 19 e 20 anos, sendo 16 delas venezuelanas e, foi verificado que dois pontos só trabalhavam com garotas da Venezuela.

Segunda a delegada da Policia Federal, Denisse Dias, os estabelecimentos estavam sendo usados para essa prática ilícita. “Os donos serão indiciados por manterem e facilitarem esse tipo de atividade e também foi verificado se existia algum tipo de coação ou cárcere privado em relação a essas mulheres, constatou-se que não existiam essas duas ações”.

A delegada disse que das 16 mulheres, três estavam irregulares. O restante estava de certa forma irregular também, porque elas entram no país com o visto de turista e uma vez como turista, não se pode exercer atividade remunerada.

“Como foi constatado irregular a atividade que elas estavam exercendo no Brasil, fica suspensa a permissão de estarem aqui e ainda ontem elas foram notificadas para que saíssem do país em oito dias. E se caso elas sejam localizadas depois desse prazo, é feito a deportação obrigatória e entregue para as autoridades da Venezuela” falou a Delegada.

“A localização geográfica do estado favorece a prática desse tipo de crime, em função da fronteira, bem como a situação econômica do país vizinho, o mercado de trabalho lá é critico, então elas vêm na busca de uma renda”, pontuo a Delegada.

“Um programa sexual feito, gira em torno de R$ 100,00 reais, cada meia hora, sendo que desses cem reais, R$ 20,00 fica para o proprietário do estabelecimento. Cada uma faz em torno de 4 a 5 programas por dia, ou seja, é um capital que elas não conseguiriam levantar no país delas” explicou a Delegada,

“Essas garotas vem pra cá na tentativa de obter alguma renda melhor, porque a exploração sexual lá fica muito mais complicada devido à moeda e que a maioria delas a família não sabe o que elas fazem aqui no Brasil” ressaltou a Delegada.

A delegada falou que os estabelecimentos foram fechados, a situação investigada foi materializada e agora vamos relatar o inquérito e já passar o indiciamento dos proprietários dos estabelecimentos para que o Ministério Público verificando os dados, oferte ou não a denuncia para o judiciário condenar ou não os infratores.

Os investigados, se comprovado a materialidade, poderão ser indiciados pelos crimes tráfico internacional de pessoas para fim de exploração sexual, favorecimento à prostituição, rufianismo, cujas penas máximas somadas podem atingir 21 anos de prisão.

O nome da operação, La Sombra, remete a forma obscura com que o crime de tráfico de pessoas é praticado. As tratativas são realizadas às escuras com falsas promessas de uma vida de luxo e ostentação, quando na realidade as mulheres aliciadas se tornam vítimas de violência, maus tratos e abusos de toda ordem e na maioria das vezes elas não tem a quem recorrer e sofrem caladas na escuridão de um quarto onde são exploradas.

Matéria completa na Folha impressa de amanhã (17) 

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