Cotidiano

Indígenas reivindicam implantação de unidade do IFRR no Contão

Documento foi entregue pelo presidente da Sodiurr, acompanhado de um abaixo-assinado com cerca de 600 assinaturas, autorizando a implantação de uma unidade do IFRR na localidade

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Indígenas da comunidade do Contão entregaram uma Carta Aberta ao Instituto Federal de Roraima (IFRR) na tarde de ontem, 7, reivindicando a implantação de uma unidade de ensino na Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

O presidente da Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (Sodiurr), Lupedro Abel Moraes esteve no Gabinete da Reitoria do IFRR e entregou o documento nas mãos da diretora de Políticas de Ensino de Graduação (Dipgrad), professora Elizabete Nogueira, e da coordenadora do Núcleo de Programas e Projetos de Ensino (Nuppe), professora Raimunda Maria Rodrigues.

A carta veio acompanhada de um abaixo-assinado com cerca de 600 assinaturas, autorizando a implantação de uma unidade do IFRR na Comunidade Indígena do Contão, além de informar a demanda e reforçar a reivindicação das comunidades e das lideranças ligadas à Sodiurr, bem como das demais lideranças que apóiam a política de desenvolvimento das comunidades indígenas.

“A Sodiurr implementa uma política aberta, voltada ao progresso social, econômico, político, intelectual e cultural do povos indígenas, daí por que entende que a formação e a qualificação profissional, bem como o acesso à tecnologia, são a chave para esse progresso”, explicou o líder indígena, frisando que a implantação do IFRR, seja por meio de um campus avançado, centro de referência ou um pólo, é um passo decisivo para o desenvolvimento daquela região.

A autorização é o primeiro passo para que a proposta de implantação de uma unidade do IFRR em terras indígenas seja efetivada, já que os índios precisam demonstrar formalmente o interesse.

Para a elaboração da carta, foi necessário considerar os seguintes aspectos: a demanda crescente dos povos indígenas de Roraima, o apoio da Comunidade Indígena do Contão para a implantação da unidade, o apoio das lideranças indígenas para a implantação da unidade na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, o clamor público e a localização geográfica e estratégica do Contão em relação às demais comunidades, já que possui fácil acesso aos Municípios do Uiramutã, de Pacaraima e de Normandia, instalados nas Terras Indígenas Raposa Serra do Sol e São Marcos.

UNIDADE RAPOSA

De acordo com a professora Raimunda Rodrigues, as discussões sobre a proposta de implantação de uma unidade do IFRR na Terra Indígena Raposa Serra do Sol tiveram início em 2011, quando a instituição recebeu uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para inserir-se na região, expandindo a educação profissional para os povos indígenas.

Após a recomendação, o IFRR em conjunto com a Funai, em 2013, convocou as 14 organizações presentes em Roraima para saber a opinião de seus membros acerca da implantação da unidade na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Nesse primeiro encontro, foi definida a realização de visitas técnicas a três comunidades indígenas que dispusessem de estrutura mínima para sediar a unidade. No entanto, foram visitadas apenas as Comunidades do Maturuca e do Barro.

A primeira não dispunha de espaço físico que pudesse abrigar a escola, mesmo que na fase inicial. Já a segunda dispunha de uma estrutura adequada, mas esta demandaria uma ampla reforma. Como se trata de propriedade particular e, até o presente momento, os administradores não oficializaram o interesse em ceder o espaço, as negociações não avançaram.

Informações extraoficiais dão conta de que o Conselho Indígena de Roraima (Cirr), por meio do Conselho Diretivo da Escola, que a mantém em funcionamento, não autorizou a cessão do prédio ao IFRR, uma vez que isso dependeria da concordância das lideranças que compõem a entidade indígena.

Ainda segundo a professora Raimunda, como até agora o Cirr não oficializou a possibilidade ou a impossibilidade de instalação da escola no Barro, a Sodiurr veio demonstrar interesse formal, que será avaliado pelo IFRR.

“A partir de hoje, iremos aprofundar o debate com as organizações indígenas, analisar as questões orçamentárias e planejar as próximas ações, já que, no que tange a orçamento, o projeto só será viável para o exercício de 2017”, esclareceu.

Com informações do IFRR

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