Durante a visita da secretária adjunta da Secretaria Nacional de Proteção Global do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Maíra Miranda, o governador Antonio Denarium afirmou que são muitos os investimentos do Estado para beneficiar as comunidades indígenas e pediu apoio para implantar o projeto de Educação Agrícola em Terra Indígena.
Maíra Miranda e comitiva foram recebidas na noite desta segunda-feira, 26, pelo governador Antonio Denarium, a primeira-dama Simone Denarium e secretários de Estado, em reunião no Palácio Senador Hélio Campos. Durante o encontro, o governador disse que os impactos da imigração venezuelana nos serviços públicos deixaram o Estado sobrecarregado em diversas áreas, especialmente na saúde, e o Governo de Roraima teve que arcar com as despesas por conta própria.
“Precisamos do apoio do Governo Federal para implantar um projeto de Educação Agrícola, a fim de que essa parcela da população – inclusive os indígenas venezuelanos – aprenda a produzir alimentos”, disse Denarium, ao adiantar que o Governo do Estado está trabalhando na ampliação para 1.500 hectares a área de plantio da agricultura familiar indígena, um investimento de R$ 8 milhões.
Conforme o governador, estão sendo entregues kits de casas de farinhas e equipamentos agrícolas para fomentar a produção de alimentos. “Por meio do PAA [Programa de Aquisição de Alimentos], o Estado compra a produção agrícola dos indígenas e depois doa esses alimentos para a própria comunidade”, complementou.
No diálogo, Denarium disse que a questão migratória é de responsabilidade da União (Foto: Divulgação)
ESCOLAS INDÍGENAS
“O Governo de Roraima luta para federalizar essas unidades escolares localizadas em Terras Indígenas. As áreas indígenas ocupam 47% do território de Roraima, onde vivem de 80 mil a 100 mil pessoas. Das 265 escolas indígenas, 92 prédios foram construídos pelo Governo do Estado. Nessas áreas, dois mil professores são pagos pelo Estado e trabalham para atender 16.080 alunos”, detalhou o governador.
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No diálogo, Denarium disse que a questão migratória é de responsabilidade da União, mas quem acaba pagando a conta é o Governo do Estado. “Em 2019, o Estado investiu R$ 31 milhões de recursos próprios somente na educação dos refugiados”, ressaltou o governador.
De acordo com governador, Roraima tem 718 comunidades distribuídas em 33 reservas indígenas, inclusive a área Yanomami. “Das 383 escolas da rede estadual, 265 são em áreas indígenas, custeadas pelo Estado. O apoio que temos recebido é dos nossos parlamentares federais, a exemplo da deputada Joênia Wapichana, que destinou R$ 20,4 milhões de suas emendas para a recuperação de 65 escolas indígenas”, destacou.
Conforme o governador, a Operação Acolhida recebe recursos do Governo Federal para prestar assistência aos imigrantes, especialmente no acolhimento nos abrigos de Boa Vista e Pacaraima e na interiorização para outros Estados. Denarium detalhou que em Roraima vivem hoje aproximadamente 100 mil venezuelanos e cerca de 400 mil já passaram pelo Estado.
“Quem tinha profissão ou condições financeiras, foi interiorizado para outros Estados, mas os mais necessitados, idosos, crianças desacompanhadas e quem veio fugindo da Justiça venezuelana ficaram em Roraima, aumentando sobremaneira a demanda nos nossos hospitais, escolas, atendimentos sociais e na segurança pública”, apontou.
A VISITA
Maíra Miranda veio a Roraima para estreitar os laços com o Governo do Estado para um melhor atendimento às crianças indígenas venezuelanas que se encontram em situação de vulnerabilidade em Roraima e conhecer de perto o trabalho da Operação Acolhida. A secretária Maíra Miranda disse que apresentará as demandas do Estado à ministra Damares Alves. “Estamos aqui para estreitar laços com o Governo do Estado e nos colocar à disposição para podermos encontrar uma solução viável e sustentável para essa população”, garantiu.
Ela e sua comitiva cumprem agenda em Roraima até sexta-feira, 30. Entre os compromissos, ela se reunirá com a titular da Seed (Secretaria de Educação e Desporto), Leila Perussolo, e visitará os abrigos da Operação Acolhida em Boa Vista e Pacaraima.
