Cotidiano

“A Pamc pode ser comparada aos campos de concentração nazistas”

“A Pamc pode ser comparada aos campos de concentração nazistas” “A Pamc pode ser comparada aos campos de concentração nazistas” “A Pamc pode ser comparada aos campos de concentração nazistas” “A Pamc pode ser comparada aos campos de concentração nazistas”

Por conta do surto entre os detentos, o Ministério Público de Roraima pediu a interdição parcial do presídio que está com apenas uma ala funcionando e tem capacidade para 480 detentos, mas abriga 2076 presos. A reforma da unidade prisional está paralisada desde o ano passado e as celas de 2×3 abrigam em média 17 presos que dormem até no chão do banheiro. O local não tem ventilação e nem limpeza, segundo relatório da Defensoria Pública de Roraima e da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados de Roraima que o Estadão teve acesso.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados Brasil, Hélio Abozaglo, acompanhado do membro, advogado Gregório Nunes, visitou a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) e constatou a superlotação nos locais onde detentos saudáveis dividem o mesmo espaço com outros acometidos de várias doenças.

Alas com cerca de 300 homens quando a capacidade é para 70, onde muitos dormem (quando dormem) sentados, no chão ou no vaso sanitário, enquanto outros se apertam e se revezam nos cubículos que as celas se tornaram, sem exceção para tuberculosos, diabéticos, acometidos de escabiose e outras doenças.

“O cheiro fétido é insuportável e o risco de contágio não é somente para os detentos, mas também para os agentes prisionais que arriscam a saúde lidando diariamente com os 2.076 custodiados distribuídos nas sete Alas, áreas de Trabalho, Regime Disciplinar Diferenciado, Carceragem e Escola.”

Em uma das celas, com muita dificuldade, dois detentos mostraram aos advogados as hérnias desenvolvidas na parte genital, reclamaram de dores e pediram por atendimento médico.

“A realidade na Pamc é alarmante e totalmente diferente do que se tem ouvido por aí. Vamos intensificar estas cobranças, pedir solução aos órgãos, pois esta providência se faz necessária. O que presenciamos no presídio é uma violação do direito das pessoas, pois o Estado tem a custódia destes internos e é responsável pela saúde, pela vida delas”, afirmou Abozaglo.

O presidente da OAB Roraima, Ednaldo Vidal, reenviou todos os relatórios da CDH do ano de 2019 e enviou os de 2020 para conhecimento e providências ao Ministério da Justiça; à Comissão Nacional de Direitos Humanos, do Conselho Federal da OAB; ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, do Governo Federal; à Comissão dos Direitos Humanos e Minorias, da Câmara Federal, à Procuradoria Geral da República e ao Conselho Nacional de Justiça.

“A OAB já havia alertado para esta situação na Pamc e não havia ocorrido, até então, nenhuma resposta efetiva por parte dos Poderes Públicos para solucionar este problema, continuando assim a omissão estatal. A Pamc pode ser comparada, hoje, aos campos de concentração nazistas da Segunda Guerra Mundial. Isso é desolador”, declarou Ednaldo Vidal.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.