Cotidiano

Garimpeiros se mobilizam para fortalecer classe com fundação de Federação

Os primeiros passos para criação da Federação das Empresas de Mineração do Estado de Roraima (Femir) contaram com a reunião de 35 pessoas ligadas à mineração no Estado e a Femarh (Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), onde foi definido o estatuto e discutidos os objetivos da federação. O encontro aconteceu na Fier (Federação das Indústrias do Estado de Roraima). 

Segundo Crisnel Francisco Ramalho, presidente da Cooperativa de Mineradora Mista de Roraima e presidente da comissão de criação e fundação da Femir, o objetivo é organizar os garimpeiros, qualificar e torná-los empresários do setor de mineração. 

“Estaremos lutando junto ao Governo Federal pela liberação de mineração no Brasil, inclusive em áreas indígenas, se quando isso vier a acontecer já estaremos preparados através da Femir e de empresas formadas e que não seja apenas com os garimpeiros voluntários e desorganizados que são marginalizados e que não sabem fazer projetos, que trabalham com destruição ao meio ambiente”, disse. “A nossa federação quer trabalhar de forma organizada e respeitando o meio ambiente e a Constituição Federal”, afirmou.

Ele disse que a intenção é qualificar o garimpeiro quanto à proteção ao meio ambiente e capacitá-lo a fazer projetos de recuperação e reflorestamento da área explorada.

“Na Femir vamos trabalhar com projetos de engenheiros de minas, florestal, civil, ambiental e geólogos, de modo a ter um planejamento e projeto antes de iniciar a garimpagem”, disse. “Vamos esquecer a palavra garimpeiro, mas tratar como empresários do setor mineral no Estado, tudo registrado com CNPJ em Junta Comercial e Receita Federal, e dando sua contribuição para o crescimento econômico do Estado”, afirmou.

Crisnel ressaltou que até hoje o garimpeiro trabalha como clandestino e que a ideia é sair dessa condição.

“Temos que trabalhar em empresa formada, recolher tributos e trazer vantagens para o trabalhador da mineração, para o Governo o meio ambiente e para sociedade”, disse.

Ele disse que acredita que com a Femir será mais fácil Roraima conseguir a legalização das terras para mineração. 

“A visão da Femir é regularizar as empresas de mineração que hoje estão clandestinas e só podem participar da Femir empresas com CNPJ constituído e aprovação do Conselho de Defesa Nacional (CDN), por se tratar de estado em faixa de fronteira. E dessa forma ser mais forte na luta pela permissão de garimpar em Roraima”, alertou.

O secretário da Femir, Nídio Carvalho, disse que a federação pretende englobar empresas de mineração de todo a região Norte, não apenas de Roraima.

“Nestas manifestações não havia sindicatos e nem associações participando. Os garimpeiros, hoje, são muito desunidos e cada um quer puxar pro seu lado, e o que queremos é haver uma representatividade legal para lhes representar”, disse Nídio Carvalho. “Queremos unir para fortalecer a classe e contribuir para que esse trabalhador seja reconhecido como agente social e econômico para o crescimento do Estado e que seja visto com bons olhos pela população”, disse. “Mas para isso é preciso que se apresente de forma organizada e que chame a atenção da sociedade mostrando que não é um grupo de vândalos e que vive de fazer coisas erradas, mas que quer trabalhar e produzir e gerar riquezas para o Estado e para o Brasil”  

ASSOCIADOS – Crisnel informou que a Federação tem hoje apenas três associados, a Comger (Cooperativa de Mineradora Mista da Indústria Extrativista Mineral do Estado de Roraima) a Coopinorte (Cooperativa dos Povos Indígenas do Norte de Roraima) – que ainda aguarda liberação de registro – e a filial da Comger, em Porto Velho, Rondônia. 

“São as únicas empresas de mineração que estão regularizadas no Estado. Outras dez empresas estão tentando se regularizar”, disse.

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