
Com a chegada do Ano Novo, muitas pessoas se veem diante da tradicional lista de metas e resoluções, como perder peso, economizar mais, aprender algo novo ou dedicar mais tempo à família. Essa prática, embora simbólica e carregada de boas intenções, muitas vezes termina em frustração antes mesmo de março chegar.
Psicólogos e terapeutas afirmam que o problema não está no desejo de mudança, mas na forma como as metas são definidas, geralmente vagas, exageradas ou distantes da realidade de cada pessoa.
Especialistas em comportamento humano explicam que estabelecer metas saudáveis começa pelo autoconhecimento e pelo realismo. Em vez de focar em objetivos amplos, profissionais recomendam dividir grandes aspirações em etapas menores e mensuráveis. A American Psychological Association aponta que metas claras e específicas facilitam o acompanhamento do progresso e aumentam as chances de sucesso. Definir objetivos como caminhar 30 minutos três vezes por semana ou guardar uma pequena porcentagem da renda mensal torna as mudanças mais possíveis de serem incorporadas à rotina.
Terapeutas também destacam que metas bem estruturadas precisam ser alcançáveis e compatíveis com o momento de vida de cada pessoa. Considerar fatores como carga de trabalho, responsabilidades familiares e condições de saúde ajuda a evitar frustrações e abandono precoce das resoluções. Quando os objetivos respeitam limites pessoais, a sensação de conquista é maior e a motivação tende a se manter ao longo do tempo.
Outro ponto fundamental para não abandonar as resoluções é o acompanhamento constante. Psicólogos recomendam revisar as metas periodicamente, ajustando o que não está funcionando e reconhecendo os avanços já alcançados. Compartilhar objetivos com pessoas de confiança, como amigos ou familiares, também pode ajudar a manter o compromisso. A APA ressalta que o apoio social e o registro do progresso, seja em um diário ou aplicativo, fortalecem a disciplina e o engajamento.
A forma como a pessoa lida com falhas também influencia diretamente a permanência das metas. Especialistas em psicologia afirmam que a autocrítica excessiva tende a gerar desânimo e desistência. Em contrapartida, a prática da autocompaixão permite enxergar recaídas como parte do processo de mudança, favorecendo ajustes e recomeços sem culpa. Reconhecer pequenos avanços e entender que nem todo dia será produtivo ajuda a manter o foco no longo prazo.
Por fim, terapeutas orientam que as resoluções estejam mais ligadas a hábitos e processos do que a resultados imediatos. Mudanças sustentáveis costumam surgir de ações consistentes, como manter uma rotina de exercícios, cozinhar mais em casa ou reservar tempo para descanso e lazer. Ao priorizar práticas contínuas em vez de metas rígidas, as chances de transformar as resoluções de Ano Novo em hábitos duradouros aumentam significativamente.