

O fenômeno La Niña influenciou o clima nesses últimos meses do ano e foi o grande responsável por evitar incêndios florestais e queimadas descontroladas nos lavrados roraimenses em 2025, depois do fim do inverno chuvoso. O verão, que é caracterizado por um período de seca, tem registrado chuvas esporádicas, contendo focos de incêndios e ajudando a equilibrar o ecossistema.
Mais uma vez, os fenômenos climáticos foram os grandes responsáveis por evitar tragédias ambientais marcados por grandes incêndios no período de estiagem, deixando de testar as estruturas dos governos no combate ao fogo. Algumas queimadas têm sido registradas durante as curtas estiagens, especialmente na região Norte do Estado, revelando, as quais são controladas com as chuvas atípicas nesse período.
A preocupação recai sobre os primeiros meses de 2026, pois os especialistas afirmam que o La Niña, que tem provocado essas chuvas atípicas, tem perdido força, o que pode representar um período mais forte de seca nos primeiros meses do próximo ano, que por sua vez também poderá ser traduzido em queimadas e incêndios de janeiro até abril devido a essa possível estiagem mais rigorosa.
Diante desse quadro de conjectura climática, as autoridades em todos os níveis de governo precisam estar com suas atenções voltadas para a prevenção e controle do fogo nos primeiros meses do ano novo, sob o risco de presenciarmos cenas de tragédias ambientais diante da desmobilização dos órgãos de prevenção e combate ao fogo.
As agências climáticas internacionais vêm soando o alerta nos últimos meses para a perda de força do La Ninã e a retomada do curso climático normal, com a volta da estiagem na região Norte e das chuvas na região Sul. Em Roraima, produtores rurais e indígenas têm ateado fogo ao menor sinal de estiagem, deixando um terreno preparado para novas tragédias ambientais assim que as chuvas esporádicas cessarem completamente.
Até aqui, algumas iniciativas governamentais têm sido observadas, com criação e treinamento de brigadistas, mas nada extraordinário que possa mostrar uma verdadeira organização da estrutura de monitoramento, prevenção e combate a grandes incêndios nas áreas de florestas e lavrados. Tudo é feito na base do imediatismo e de improviso onde o poder público não consegue chegar por omissão ou mesmo incompetência.
O momento é agora para iniciar uma ação de enfrentamento ao que possivelmente está sendo anunciado. Ou será que, outra vez, vão esperar que tudo saia do controle para que possam começar agir, quando as tragédias dominam o cenário?
*Colunista